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SAÚDE

Como vai funcionar parceria entre Governo do Paraná e Rússia para estudo da vacina?

O memorando de entendimento assinado pelo governador Carlos Massa Ratinho Junior e o embaixador da Rússia no Brasil, Sergey Akopov foi o primeiro passo em direção a um acordo

13/08/2020 - 14:07
Por Da redação


Cerca de um mês após apresentar um protocolo de intenções à Rússia, o Governo do Paraná assinou um memorando de entendimento com o Fundo de Investimento Direto da Rússia para ampliar a cooperação técnica, as transferências de tecnologia e os estudos sobre a vacina contra a Covid-19 desenvolvida pelo Instituto Gamaleia. Esse é o primeiro passo para que o Paraná possa realizar testes, produzir e distribuir o imunizante.

A partir de agora, o Palácio do Iguaçu deve montar uma força tarefa para iniciar os diálogos com os pesquisadores russos. Juntos, eles devem construir um protocolo de validação. O documento deverá ser submetido ao Comitê Nacional de Ética e Pesquisa e a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). 

Os trabalhos no Brasil são coordenados pelo Instituto Tecnológico do Paraná (Tecpar). Com o acordo em mãos, eles devem receber os resultados das fases um e dois da pesquisa russa, assim como o status atual da fase três. Mas é só depois da liberação dos órgãos nacionais, que o laboratório poderá dar início aos testes.

Por enquanto, a parceria não demanda investimentos financeiros do Governo do Paraná, mas para fabricação da vacina o Tecpar vai demandar de uma nova planta. A estimativa é que isso custe R$ 80 milhões aos cofres públicos.  “Nesse momento a prioridade é a validação da vacina no País. Dependemos dessa aprovação para os outros encaminhamentos”, destacou Jorge Callado, diretor-presidente do Tecpar.

Se tudo der certo, a vacina russa produzida pela Tecpar deverá estar disponível no segundo semestre de 2021. "Mas nada impede que antes disso, o Brasil faça importações de lotes da vacina da Rússia", complementou Jorge Callado.  

Encontro virtual - O encontro virtual que referendou o memorando aconteceu contou com a presença do embaixador russo no Brasil, Sergey Akopov, e o presidente do Fundo de Investimentos, Kirill Dmitriév, além de integrantes do Ministério da Saúde, do Ministério das Relações Exteriores e do Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovações do Brasil.  Todos os estudos serão acompanhados pelo governo federal.

Preocupação - A vacina russa é a primeira registrada contra o novo coronavírus, no entanto, causa preocupação entre a comunidade científica internacional. Os testes em humanos começaram há dois meses. Mas a aprovação e a fabricação em larga escala chega antes da chamada fase três, quando a pesquisa é feita com grandes grupos de voluntários. É só nessa fase que os cientistas conseguem avaliar de fato os efeitos colaterais e a capacidade de imunização da vacina. 

Outro ponto destacado por cientistas de vários países é a falta de transparência. Enquanto outras vacinas promissoras têm os resultados de cada fase divulgados amplamente, pouco se sabe sobre a vacina russa. Nenhum artigo científico foi publicado pelos pesquisadores em períodos relevantes até o momento. 

Parceria chinesa – O Governo do Estado também já assinou um termo de cooperação técnica e científica com a China para iniciar a testagem e a produção de vacina da Sinopharm. O acordo garante ao Paraná acesso ao resultado das duas primeiras fases de testagem. Segundo o laboratório, os processos iniciais, já encerrados, tiveram 100% de positivação e nenhuma reação adversa grave.

 

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