A acadêmica Maicla Berno, do 8º período do curso de Letras Língua Portuguesa e Libras da FAG Toledo apresentou na última semana o Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) e levou nota dez na avaliação da banca, após explanar sobre a pesquisa que teve como tema “Argumentação Oral em sala de aula: Estudo de caso no Ensino Médio”. A estudante, que recebeu a orientação do professor Ney Arboleya, aproveitou o período de estágio supervisionado para observar e colher dados sobre a qualidade das práticas de oralidade dos alunos nesta etapa do ensino no que se refere à argumentatividade. “Considerando que a oralidade, a leitura e a escrita devem ser trabalhadas de forma interligada e que cada uma tem grande importância, optei por analisar a importância das práticas de oralidade no meu estudo e concluí que grande parte dos alunos teve dificuldades em debater e argumentar em sala de aula”, relata a acadêmica.
O trabalho ganha ainda mais relevância quando são considerados os dados recentes apresentados pelo Ministério da Educação sobre o Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) de 2018. Acerca das avaliações externas, 92,5% dos alunos reprovariam na prova de códigos e linguagem.
As informações foram coletadas durante o processo de estágio da pesquisadora, que propôs um debate para geração de dados durante o estágio realizado pela pesquisadora no terceiro ano do Ensino Médio do Colégio Estadual Dario Vellozo. A pesquisa evidenciou que uma parte dos alunos teve dificuldade em debater e argumentar. “Coletando os dados e fomentando estes debates eu percebi que os alunos têm dificuldade na argumentação e isto é resultado de diversos fatores pessoais ou coletivos, um processo de estímulo que deveria ocorrer já nas séries iniciais”, explica Maicla.
De acordo com o professor Ney, o trabalho acaba denunciando uma situação cada vez mais presente em sala de aula que é o de argumentação sem aprofundamento e com contestações infundadas. “Antes de se olhar para os problemas de argumentação na escrita, é preciso ter uma atenção com a oralidade, com os gêneros da oralidade porque na maioria das vezes os alunos demonstram uma dificuldade muito grande de argumentar em textos escritos porque eles não sabem argumentar oralmente, não sabem desenvolver o processo de apresentação de uma ideia, de réplica, de tréplica, porque não procuram textos para embasar seus posicionamentos. É um processo perigoso, pois acaba virando apenas contestações com ideias rasas e sem sustentação”, explica.