Em Coletiva à imprensa a Secretaria Municipal de Saúde, Gabriela Kucharski apresentou os dados epidemiológicos da Pandemia de Coronavírus no município. O ano epidemiológico apontou que a curva de contágios se mantém ascendente, mas a terceira semana do mês de janeiro, apesar do número de óbitos, mostrou um discreto decréscimo, no entanto para se confirmar como uma tendência, o perfil deve se manter nas próximas duas semanas.
O mês de janeiro, com a morte confirmada nesta tarde (29), registrou 23 mortes por Covid-19, superando o mês de dezembro que registrou 22 mortes. A expectativa de estabilidade, segundo a Secretária vem dos números de casos. A primeira semana de janeiro, o município registrou 578 novos casos de Covid-19, na segunda 598 e na terceira 503 casos, caso a quarta semana epidemiológica que encerra no sábado (30), manter a tendência de queda, a expectativa ganha forças para uma redução da doença.
No balanço entre casos suspeitos notificados e a confirmação por exames PCR, no SUS, o índice de positividade dos exames é de 40%. É bom lembrar que, exames realizados na rede privada ou suplementar não entraram nesta conta, embora, na semana anterior, houve grande registros de casos positivos, neste setor.
O perfil dos casos confirmados se concentram na idade produtiva, ou seja, 77% dos casos foram registrados em pessoas entre 20 e 59 anos. A incidência de casos entre idosos reduziu, totalizando 13% dos contaminados. A redução é tida pela superação dos casos rescaldos das reuniões de família no final de ano. Esta menor taxa reflete numa menor taxa de ocupação de leitos, agravamentos da doença e mortes, uma vez que elas ocorrem com maior frequência nesta faixa etária.
A redução da taxa de ocupação de leitos de UTI se dá também, em especial, pelo aumento no número de leitos, na última quinzena, Hospital Moacir Micheleto, de Assis Chateaubriand conseguiu por em funcionamento parte dos leitos recebidos do Estado, no final do ano passado, ampliando mais sete leitos.
O suposto local de contágio também teve uma mudança de perfil, com queda significativa para casos em locais de trabalho e domiciliar e uma alta significativa em registros comunitários, que é quando não se tem certeza do local de contato com o vírus.
Retorno das aulas
Gabriela Kucharski justificou a liberação da retomada das aulas presenciais nos dados epidemiológicos. Segundo ela, os casos entre zero e nove anos representam 3% dos infectados e de 10 a 19 anos, 7%. Ela destacou que, com o retorno das escolas privadas no ano passado, não representou aumento de casos ou gravidade da doença. Desta forma, o município orienta o retorno com a proteção dos grupos de risco e o uso de EPIs (equipamentos de proteção individual). Para a Secretária, a Educação deve ser encarada como serviço essencial, por isso, as aulas presenciais devem ser priorizadas.
Nas escolas municipais, o ano letivo inicia-se, de forma remota, em 9 de fevereiro e nos Cmeis, só em março. A rede privada retorna início de fevereiro com alguns grupos totalmente presenciais e outros já no sistema híbrido, um grupo presencial e outro remoto.
Mutação do Vírus
A Secretária disse que o município vai orientar a Rodoviária para monitorar os viajantes que venham da região de Manaus e orientá-los a cumprirem quarentena. No entanto, a nova cepa já foi diagnosticada em outros estados.
Vacinação – 20% do público alvo se recusa a aceitar o imunizante
Segundo a Secretária o ordenamento das novas etapas da vacinação depende da disponibilidade da vacina pela União e pelo Estado. Em Toledo, do grupo prioritário que teria direito a vacinação, 20% tem se negado a receber o imunizante. No entanto, as vacinas disponibilizadas até o momento, não cobre a primeira fase.
Na segunda fase, cerca de 20 mil idosos estão na fila.
Até o momento, o município não apresentou o Plano Municipal completo de imunização. A União fez uma estimativa para realizar a distribuição das vacinas nos estados, o que deu ao Paraná direito a mais de quatro milhões de doses, mas este número pode ser subestimado. Segundo a SESA cabe aos municípios elaborar os planos e ratificar este número.
Nesta semana a Casa de Notícias apresentou uma prévia do município que apontava uma necessidade de 34.389 doses, para vacinar o grupo prioritário. Destes integravam os Trabalhadores Educacionais e da Assistência Social (CRAS, CREAS, Ca- sas/Unidades de Acolhimento), somando 1.705 pessoas. A reportagem questionou o número, uma vez que só entre professores municipais e trabalhadores na educação e assistência este número é maior, sem contar os trabalhadores em educação nas escolas estaduais, privadas e universidades. A informação do município é de que este número está sendo revisto, mas ainda não divulgou o contingente populacional do grupo prioritário, no Plano Municipal.
Devido a demora da União na manifestação se irá comprar mais doses do Instituto Butantan, alegando que tem prazo até maio para se manifestar, os Estados tem exercido pressão para que o Governo se antecipe, mediante a gravidade da Pandemia. Com isso, há uma lista de espera no Instituto Butantan, de Estados e municípios que alegam, se o Governo Federal, não adquirir as vacinas, farão um movimento de aquisição dos imunizantes para proteger vidas e economia dos seus municípios.
Em Toledo, segundo a Secom houve uma avaliação sobre a possibilidade da aquisição, mas considerou inviável, pois seria necessário entrar na fila e a quantidade seria pequena diante do contingente que normalmente é negociado.
Talvez o caminho adequado seria um consórcio entre municípios e estados, para se antecipar ao risco de desabastecimento.