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PANDEMIA

Covid-19: 50 mil moradores de Toledo recebem ao menos uma dose de vacina

O número de imunizados com a primeira dose representa 35,08% da população estimada. Para ter segurança sanitária é necessário vacinar entre 70% a 75% da população com as duas doses. E ainda assim, o uso de máscara, álcool em gel e distanciamento social são necessários
25/06/2021 - 15:01
Por Assessoria


Toledo acaba de atingir um patamar muito importante na luta contra a pandemia do novo coronavírus (Sars-Cov-2). Até às 10h desta sexta-feira (25), 50.037 moradores do município receberam ao menos uma das doses da vacina contra a Covid-19, número que representa 35,08% do total da população de Toledo, estimada em 2020 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 142.645 habitantes. 

Do total de vacinados, 15.932 receberam as duas doses, totalizando 65.969 unidades aplicadas. Esse montante representa uma média diária de 436,88 pessoas vacinadas a cada 24 horas, levando em conta os 151 dias desde que o primeiro braço de um toledano recebeu o imunizante, em 25 de janeiro. 

A professora Marinalva Matsuo, de 62 anos, está entre os mais de 50 mil toledanos que receberam a primeira dose da vacina contra a Covid-19. Enquanto o imunizante era aplicado, lágrimas rolaram de seu rosto. “Recebi esta dose com muita alegria e alívio. É um momento emocionante que me dá muita esperança de que tudo isso vai passar”, desabafa.

Duas doses


Neste momento, pessoas acima dos 18 anos com deficiência e comorbidades [devidamente comprovadas mediante declaração médica disponibilizada pelo Conselho Regional de Medicina (CRM/PR) ou da Secretaria Municipal de Saúde (SMS)], e população em geral com mais de 48 anos estão recebendo doses no Ginásio Hugo Zeni e nos Centros de Revitalização da Terceira Idade (Certi) do  Pioneiro e do Coopagro. Gestantes e mães de recém-nascidos com até 45 dias de vida estão aptas a receber a primeira dose do imunizante às sextas-feiras no Ambulatório de Gestantes na sede da SMS.

A segunda dose está disponível, das 12h às 16h, na data anotada na carteirinha de vacinação: 21 dias após a primeira dose se o imunizante for Coronavc e 84 dias após caso tenha sido aplicado da AstraZeneca ou da Pfizer. O reforço também está sendo disponibilizado nos Certis e no Hugo Zeni.

Impacto positivo


Até 9 de fevereiro deste ano, véspera da data em que as primeiras doses da vacina contra a Covid-19 foram aplicadas em idosos de Toledo, o município tinha registrado 12.729 e 123 óbitos causados pela doença. De lá para cá, o quadro se agravou em decorrência da variante gama do Sars-Cov-2, com quase o dobro do número de mortes causadas por este patógeno: 237 - o número de testes positivos para o novo coronavírus foi de 11.012.    

Além da presença dominante de uma cepa mais transmissível, outro fator tem alterado o cenário epidemiológico da Covid-19 em Toledo. Cada vez menos as vítimas fatais têm sido pessoas com mais de 60 anos: se até o início da campanha de vacinação para este público, os idosos respondiam por 70,73% dos óbitos causados pelo novo coronavírus; de 10 de fevereiro a 24 de junho, eles passaram a representar 62,03%, uma queda de 12,31%.

Esta redução também se nota na média de idade das pessoas que faleceram por ou em decorrência de complicações causadas pela Covid-19. Até 9 de fevereiro, esta era de 68,0 anos e atualmente está em 63,8, decréscimo de 6,24% ou 4,2 anos.

Segundo o diretor-geral da SMS, Fernando Pedrotti, dois fatores explicam esta queda: a vacinação em larga escala entre os idosos e a variante gama do Sars-Cov-2, que tem sido mais letal que a cepa “original”. “A gente percebe uma diminuição no número de óbitos entre pessoas com mais de 60 anos e isso certamente é resultado da proteção vacinal. Em 2020, 27% dos óbitos ocorridos por Covid-19 em Toledo foram de pessoas com 80 anos ou mais; neste ano, são 16,22%. Entre pacientes de 70 a 79 anos, a redução foi de 23,96% no ano passado para 21% até aqui em 2021”, detalha. “Nas demais faixas etárias ainda não é tão perceptível essa diferença quanto aos óbitos, mas já notamos isso em relação aos internamentos: no PAM [Pronto Atendimento Municipal], antes da vacinação, nós tínhamos mais ou menos 70% dos internados com 60 anos ou mais; hoje esse número gira entre 30% e 35%”, compara.

Pedrotti também pontua que aumentou consideravelmente o número pessoas com menos de 60 anos que precisaram ser internadas em leitos hospitalares com quadros graves da doença. “A gente tem observado que essa variante P.1 tem o dobro do potencial de contágio que a cepa sem mutação e uma carga viral ainda maior. Além disso, faz com que se desenvolvam quadros graves entre pessoas mais jovens, algo que nos preocupa bastante”, relata. “Percebemos uma diminuição na média de idade dos pacientes internados na UTI do Hospital Bom Jesus, que hoje é de 53 anos. Já foi muito maior”, destaca.

Cuidados constantes


Diante de um vírus com comprovada capacidade de infectar duas vezes a mesma pessoa e de criar mutações que podem reduzir ou anular a eficácia de vacinas, e também de um processo de imunização que poderia ser mais célere, o diretor-geral da SMS, que é médico de formação, alerta que os cuidados pré-vacinação - usar corretamente a máscara quando sair de casa, evitar aglomerações, passar periodicamente álcool em gel nas mãos, entre outros - precisam continuar mesmo entre aqueles que já tomaram as duas doses da vacina. “Ninguém está completamente imune à doença. Caso tenha sido vacinado, pode pegar e evoluirá para um quadro mais leve, com complicações menores e probabilidade mínima de óbito. Mesmo assim, se for infectado, poderá transmitir a Covid-19 para pessoas que ainda não foram vacinadas. Daí a importância de continuar se protegendo”, alerta. “Até o momento, nenhuma variante tornou as vacinas ineficazes. Contudo, é fundamental seguirmos colaborando para a não circulação do coronavírus a fim de evitarmos o surgimento de alguma mutação que comprometa todo este esforço de imunização”, salienta.

Embora a vacina represente, na visão de muitas pessoas, “uma luz no fim do túnel”, Pedrotti sublinha que estamos muito longe do “liberou geral” tão aguardado. “Para termos uma sensação de plena segurança sanitária,é necessário vacinar entre 70% a 75% da população com as duas doses. Isso não acontecerá nem que tenhamos vacinado 100% com uma única dose, pois nesse quadro as pessoas continuam suscetíveis à Covid-19”, observa.

Até quem já foi parcialmente imunizado está sujeito a dificultar o combate à pandemia. “As pesquisas que culminaram nas vacinas que estão disponíveis para nós levaram em conta a dupla aplicação, com eficácia e segurança comprovada somente com a segunda dose. Sem ela, é como se tivesse jogado fora a primeira dose fora e pior: tira-se a dose de outra pessoa”, adverte. “A Secretaria Municipal de Saúde acompanha a situação de quem não completou o esquema vacinal, o que representa algo em torno entre 1% e 2% do total. As unidades estão fazendo busca ativa destas pessoas a fim de protegê-las da Covid-19”, descreve Pedrotti.
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