Quem não é do ramo acredita que, como num ferrorama, aquele brinquedo de criança, cada um interessado em transportar monta seu comboio e coloca nos trilhos da viúva.
Não é uma coisa tão simples assim!
Essa mudança antes de acontecer deve ser amplamente discutida em busca de esclarecimentos e definições de algumas questões que destaco abaixo, para que a emenda não saia pior do que o soneto com prejuízos ainda maiores tanto para os usuários quanto ao patrimônio público.
Vamos por parte:
1) Quem terá o controle de tráfego dos trens? Leis existentes, Regulamentos e TACs já demonstraram que não são instrumentos que garantam a democratização da circulação dos trens. Veja o exemplo dos trens de passageiros Curitiba/Paranaguá que por lei tem circulação prioritária, mas na prática ficam retidos no trecho para o CCO priorizar os comboios de cargas da ALL;
2) Outra questão é essa idéia de qualquer cliente ter seu próprio trem. Isso é um absurdo! Imagine cada usuário comprando locomotivas, vagões, contratando maquinistas/manobradores/revisores/despachantes/mecânicos, montando oficinas, etc...? Já imaginaram o custo disso?
3) Ainda assim se cada usuário conseguir montar seu trem será criado um grande imbróglio pois eles terão que carregar um trem tipo inteiro, dependendo da região de 40 a 100 vagões, para estar em condições de por em tráfego o seu comboio. Muitos clientes vão levar uma semana com frota de vagões e locomotivas paradas aguardando a lotação completa do trem;
4) Mas suponhamos que uns 10 clientes no Paraná pudessem ter capacidade de produção de um trem tipo/dia ou a cada 2 ou 3 dias como seria estabelecida a prioridade de circulação?
5) E as outras dezenas de usuários de volumes menores de produção como embarcariam sua carga pela ferrovia?
6) Onde talvez se queira chegar seria a implantação de multi-operadores ferroviários e não clientes operadores.
7) Mas se todos os operadores forem privados corre-se o risco de ser criado um cartel perigoso.
8) Vejam bem no modelo espanhol existe um operadora estatal e varias privadas, numa salutar competição.
9) Na Espanha o controle de tráfego é da RENFE - outra empresa estatal que administra a infra-estrutura e o bens fixos.
Pelos motivos acima entendo que as partes interessadas devem já reivindicar um fórum para discutir melhor o assunto antes que o monstro seja parido.
Eng. Paulo Ferraz
Paulo
pscferraz@gmail.com
Parana
Parana
OPINIÃO: Mensagem enviada pelo Fale Conosco
Muito se tem ouvido recentemente sobre propostas de mudanças em curso pela ANTT no modelo de Concessões Ferroviárias no Brasil.
Fala-se em seguir o modelo espanhol de multi-operadores com toda a infra-estrutura da ferrovia por conta do Governo Federal.
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