Por sua vez, de acordo com Nogueira, os preços devem ser mantidos. Além que, existe uma boa expectativa de que esta demanda perdure por um tempo. “O consumo vem crescendo nos países da Ásia, com destaque para China. No entanto, o consumo interno também está sendo ampliado. Teremos alguns gargalos relacionados ao abastecimento de milho que deverão ser resolvidos, pois a exportação de milho está crescendo. Na última semana, os preços atingiram R$ 31, 50 a saca de milho na ABMF e, os valores ainda não refletiram no mercado físico. Temos ainda uma quantidade de milho que vem dando suporte para os consumidores e é interessante que estes preços se mantenham sustentados”.
Outro fator destacado por Nogueira que pode interferir nas áreas semeadas é o comportamento do clima neste período. O técnico explicou que cada ano é uma situação diferente e é difícil fazer uma previsão. “No ano passado existia a previsão de uma estiagem que deveria ocorrer com maior intensidade, mas isso não aconteceu. Tivemos uma estiagem no início do ciclo que atrasou a semeadura e acabou dificultando a colheita”.
Ao ser questionado se uma boa colheita de milho poderia atenuar o problema dos suinocultores, Nogueira comentou que este setor é o que mais vêem sofrendo, porque a suinocultura depende muito do milho. O grão representa praticamente 70% do custo total. “O milho com preço alto onera o custo do produtor. Não se pode esquecer que há outra questão que deve ser analisada: o embargo da Rússia. Os técnicos do Ministério estão lá tentando intervir, mas até agora nada. É uma questão que deve ser resolvida, pois o suinocultor está precisando disso”.
Expectativas
Nogueira disse que o ano de 2011 continua superando as expectativas, principalmente com relação a mercado. “Estamos no mês de setembro, os preços dos grãos passaram a reagir justamente nesta época do ano, devido um cenário de ajustamento de estoque interno e externo. Estamos vivendo momentos interessantes se comparar com anos anteriores. Normalmente, os preços reagiam dependo do clima favorável ou não nos países produtores, como Brasil, Argentina, EUA. Agora estamos tento um componente especial a partir do segundo semestre de 2011 que é a demanda. Ela vem surpreendendo a todos os agentes de mercado”.
O técnico do Deral lembrou que apesar dos problemas climáticos que influenciaram na produtividade, os preços durante o ano ainda foram favoráveis ao agricultor devido à liquidez. No segundo semestre, conforme o profissional os preços estão melhores, sendo que na última semana de setembro, os preços bateram todos os recordes no Mercado Futuro.
Texto Graciela Souza
Entrevista Selma Becker