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GERAL

Bancários em estado de alerta a parir de segunda

A data base de negociação do acordo coletivo dos bancários é o mês de setembro, mas a pauta de reivindicações da categoria foi entregue à Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), no início de agosto e já ocorreram duas rodadas de negociações e na próxima segunda-feira (12), acontece a terceira, onde será discutida a pauta financeira.  Os bancários pedem 12,8% de reajuste, referente a inflação e 5% de aumento real e participação nos lucros. Segundo Elias Jordão da Federação dos Bancários no Paraná, que é membro representante do Estado na mesa de negociações com a Fenaban até o momento não houve avanços nas negociações, e a partir de segunda-feira a categoria está em estado de alerta e já trabalha num calendário de mobilização.

10/09/2011 - 08:01


A pauta de reivindicação dos bancários consta de quatro eixos: remuneração; emprego; saúde; condições de trabalho e segurança e, sistema financeiro. Jordão explicou que os bancários entendem que independente de qualquer situação de crise no Brasil ou no Mundo, o sistema financeiro não apresentou nenhum resquício de ter sido abalado por estas crises, pois são os trabalhadores que geram estes lucros. Ele exemplifica que 55% do lucro de um banco internacional é adquirido no Brasil. “São os trabalhadores brasileiros que não somente no caso deste banco, mas de outros geram os lucros. No ano passados os bancos tiveram um lucro líquido de 47 bilhões. Neste ano, apesar da crise, deve haver um incremento de 25% sob o valor anterior”. Diante disso, Jordão salientou que o profissional deve ser reconhecido. “O nosso pedido é o índice de remuneração e participação de lucro”.

Com relação ao emprego, o bancário destacou que apesar do banco apresentar altos lucros há uma alta rotatividade de profissionais. “Os trabalhadores são demitidos. Em contrapartida, outros são contratados recebendo 40% a menos, ou seja, é uma rotatividade que os bancos fazem para economizar  e gerarem mais lucros”.

Ao que diz respeito a saúde e segurança no trabalho, Jordão observou que os problemas de saúde são decorrentes do cumprimento das metas. Ele as considera invariavelmente inatingíveis. “O profissional está adoecendo por não ter condições de trabalho. Segundo dados do INSS aproximadamente 1200 trabalhadores bancários estão afastados de seus cargos no País. Deste número 50% são por doenças de LER ou psíquicas”. Por sua vez, as reivindicações de segurança estão relacionadas aos assaltos e outros tipos de violência as quais os bancários estão expostos.

Negociações

Até este momento foram realizadas quatro reuniões, em duas rodadas, as quais debateram assuntos relacionados ao emprego, saúde e condições de trabalho. O bancário afirmou que as discussões ou as negociações estão difíceis. “Percebemos que tanto para os trabalhadores, a sociedade e o setor produtivo quem somente ganha é o banqueiro. Para o trabalhador sobra o adoecimento; a sociedade as tarifas e os juros e, para o setor produtivo a escassez de crédito”. Ele enfatizou que em 2011 a negociação está mais difícil se comparado com os anos anteriores. “Não tem avançado. Na segunda-feira será realizada a terceira rodada, a qual será discutida as cláusulas econômicas. Esperamos que os bancos nos tragam uma resposta com relação ao índice e participação nos lucros. Dentro do cenário colocado que até agora não avançou nada nas cláusulas anteriores imaginamos que a resposta não será das melhoras na segunda-feira, por conta disso, nós estaremos nos preparando para mobilizar o trabalhador e possivelmente uma greve se for o caso, estamos sim em estado de alerta”.

Reportagem Selma Becker

Texto Graciela Souza

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