Casa de not%c3%adcias 1144x150

GERAL

Projeto Handebol Adaptado pretende atender 60 cadeirantes

O Projeto Handebol Adaptado: Responsabilidade e Inclusão Social, da Associação Toledense dos Atletas em Cadeiras de Rodas (Atacar) foi lançado, nesta terça-feira (13), na Universidade Paranaense (Unipar). O Projeto atua há 6 anos em Toledo com o apoio de patrocinadores, apoiadores, atletas e familiares do Município e Região. Hoje, o Projeto conquistou novas parcerias tratam-se do Ministério do Esporte e patrocínio das empresas Volvo e Oi e apoio do Oi Futuro, Unipar e Prefeitura de Toledo.

13/09/2011 - 16:13


O Projeto visa promover a responsabilidade e a inclusão social na cidade de Toledo e sua microrregião. Em um ano se pretende atingir um público de 60 deficientes físicos nas mais diferentes idades. Segundo a técnica, Mariane Borges, atualmente são atendidos 20 atletas e, com as novas parcerias já foram adquiridas cadeiras de rodas esportivas, uniformes, material para treino, apoio para participar de eventos e campeonatos em outros Municípios. “Desde 2005 superamos muitos desafios e tivemos várias conquistas dentro e fora de quadra. Agora, o nosso principal objetivo é buscar novos jogadores. Ainda há muitas pessoas que não conseguem lidar com a deficiência e acabam se excluindo da sociedade e o esporte as traz novamente, principalmente os adolescentes que têm dificuldades para lidarem com esta situação”.
A presidente da Atacar, Edna Zanetti, afirmou que a Associação busca ampliar o atendimento e viabilizar a participação dos jogadores nas competições. “Hoje conquistamos uma etapa. Agora a nossa meta, o nosso sonho é participar de uma paraolimpíada, seja ela em 2016 ou 2020”.

Superação
O goleiro do time, Rafael Calisto Bresolin, de 30 anos, recebeu diagnóstico de câncer no osso da perna. Há dois anos, ele estava em tratamento. No entanto, o tratamento não surtiu efeito e no início deste ano, ele a amputou. “Perder a perna foi difícil, mas graças a Deus tenho amigos que sempre me apoiaram. Foram eles que me apresentaram o Projeto. Eu gostei e não parei mais de participar dos treinos”.
Bresolin lembrou que durante o tratamento, devido as fortes dores, ele ficou afastado do trabalho. “Durante muito tempo fiquei sem fazer nada, pois sentia muito dor no joelho e no quadril. Após a cirurgia, encontrei no handebol um novo recomeço. É uma lição de vida”. Ele salientou que no time está no meio de amigos, mas fora ele lamentou que as pessoas ainda tenham muito preconceito. “Aqui não tenho vergonha, mas na rua muitas pessoas olham de forma diferente. Elas falam que não têm preconceito, porém você sente”.
O amante do esporte, Jaime Augusto dos Reis, é um dos pioneiros na equipe. Atualmente, ele joga na ponta e ainda prática capoeira, badminton e dança. “Adoro praticar esportes. Esporte é tudo para mim. Antes achava que vida não era justa comigo, mas aprendi e mudei a forma de ver todas as situações. O que antes era difícil, agora é fácil. Nada é complicado para mim”.
Reis antes de completar um ano teve paralisia infantil. “Durante muito tempo culpei a vida, mas ela não vai voltar atrás. Tenho que viver o presente e esquecer do passado”.

“É um momento de alegria e satisfação”
Para um dos idealizadores do projeto, o professor de educação física, Décio Roberto Calegari, a data de hoje é um momento de alegria e satisfação. Para ele, as novas parcerias vão proporcionar uma perspectiva maior no desenvolvimento do esporte em cadeira de rodas. “Esta junção com os novos patrocinadores com o esporte faz com que o projeto ganhe magnitude e estabelece como modelo para o País”.

“O papel da universidade é criar, fomentar e ajustar ações”
O diretor geral da Universidade Paranaense (Unipar), Leonildo Baggio, lembrou que o Projeto Handebol Adaptado fez parte do projeto de extensão da instituição chamado de Atividades Motoras Adaptadas. Baggio explicou que os professores de educação física atendem durante a semana pessoas portadoras de necessidades especiais. Os treinamentos são realizados nas piscinas, os profissionais repassam técnicas desportivas, entre outros. “Com o passar do tempo, o grupo implementou uma nova modalidade: o handebol em cadeira de rodas. A Unipar apoiou para que fossem feitas as regras. Criada a atividade começamos a divulgá-la nacionalmente e internacionalmente”.
Baggio ainda complementou que a Universidade tem o papel de criar, fomentar e ajustar ações. “A Atacar nasceu na Unipar e, hoje tem vida própria. Este é o papel da Universidade: criar novas modalidades, novos conceitos para que a sociedade possa viver bem. O mais importante é que tudo nasceu aqui e nós - de longe - aplaudiremos sempre. O papel da Universidade é estar na comunidade, fazendo com que ela se desenvolva e cresça”.

Títulos
Dentre as várias participações premiadas as mais importantes foram o título de Tri Campeã na Copa Oeste de HCR, a primeira competição de HCR do Brasil; Tri Campeã da Itajaí Handball Cup; Campeã Paranaense HCR4 Fem; Campeã Brasileira HCR7 e Bi Campeã Brasileira de HCR4 misto.

Treinos
Atualmente a Atacar realiza treinos das modalidades de HCR 7 (sete atletas) e HCR 4 Misto (dois homens e duas mulheres) às segundas, quartas e sextas-feiras, às 19h30, no Campus II da Unipar. A entidade também iniciou um trabalho de divulgação para formar a primeira equipe infantil de HCR do Brasil e crianças de Toledo e região estão sendo convidadas a participar do projeto. Os treinos são realizadas às segundas e quintas-feiras das 17h30 às 19h no Campus II da Unipar com quatro crianças e dois adolescentes.

Sem nome %281144 x 250 px%29