O Dia Nacional da Doação de Órgãos, celebrado em 27 de setembro, é uma oportunidade essencial para refletirmos sobre a importância de dizer "sim" à doação de órgãos. Instituída por lei em 2007, a data busca sensibilizar a sociedade sobre a relevância de discutir o tema em família e tomar a decisão de doar. Mesmo com o Paraná sendo o estado com o maior índice de doadores no Brasil -- 42,5 doadores por milhão de habitantes (PMP) --, 25% das famílias ainda recusam a doação. Esse é um dos maiores desafios enfrentados pela campanha "Precisamos Falar Sim", lançada pelo Ministério da Saúde e apoiada pelo Centro de Cirurgia, Gastroenterologia e Hepatologia (Cighep), de Curitiba.
De acordo com Eduardo Ramos, médico gastroenterologista e hepatologista e coordenador do Cighep, o maior obstáculo para aumentar o número de doações é a autorização familiar. "A partir do momento em que ocorre a morte encefálica, a notificação é obrigatória, e o próximo passo é consultar a família. Hoje, 25% das famílias no Paraná não autorizam a doação, e em outros estados, esse número chega a 50%", explica o cirurgião.
Ele destaca a importância de campanhas como a "Precisamos Falar Sim", que incentiva a conscientização e a conversa prévia entre familiares, facilitando a decisão em um momento tão difícil. "Esse 'sim' pode mudar a vida de muitas pessoas na fila de espera", completa o médico.
Como funciona a doação de órgãos
A partir da constatação da morte encefálica, o hospital notifica a Central de Transplantes, que coordena a logística da captação de órgãos. "Cada órgão tem um tempo limite para ser implantado. O coração, por exemplo, precisa ser transplantado em até 4 horas, enquanto o fígado tem até 8 horas", explica Dr. Eduardo. A rapidez e organização são fundamentais: "São várias equipes trabalhando simultaneamente para garantir que o órgão chegue ao receptor no menor tempo possível".
A partir da constatação da morte encefálica, o hospital notifica a Central de Transplantes, que coordena a logística da captação de órgãos. "Cada órgão tem um tempo limite para ser implantado. O coração, por exemplo, precisa ser transplantado em até 4 horas, enquanto o fígado tem até 8 horas", explica Dr. Eduardo. A rapidez e organização são fundamentais: "São várias equipes trabalhando simultaneamente para garantir que o órgão chegue ao receptor no menor tempo possível".
O transporte também é um desafio, já que muitas vezes os órgãos permanecem no estado, mas podem ser enviados para receptores em outras regiões. "Tudo é gerido pela Central de Transplantes, garantindo que cada órgão chegue ao paciente mais adequado", pontua o coordenador do Cighep.
Dados que reforçam a necessidade de doação
Os números mostram o quanto a doação de órgãos é essencial para salvar vidas. Em 2024, o Paraná já realizou 1.200 transplantes, enquanto a fila de espera no estado conta com 3.992 pessoas aguardando por um órgão, sendo 2.222 esperando por um rim e 257 por um fígado.
Os números mostram o quanto a doação de órgãos é essencial para salvar vidas. Em 2024, o Paraná já realizou 1.200 transplantes, enquanto a fila de espera no estado conta com 3.992 pessoas aguardando por um órgão, sendo 2.222 esperando por um rim e 257 por um fígado.
Em 2023, foram realizadas 1.213 notificações de morte encefálica, mas apenas 483 doações efetivas, com 218 recusas familiares (27%), 308 contraindicações clínicas (25%), 43 mortes encefálicas não confirmadas (4%) e 61 PCR (Covid) confirmados (5%). "A conta não fecha. Temos 1.200 transplantes realizados e quase 4.000 pessoas na fila. A doação precisa crescer para atender essa demanda", alerta Eduardo.
No Brasil, 14.000 transplantes foram realizados em 2024, um aumento de 3 a 4% em relação ao ano anterior. O Sistema Único de Saúde (SUS) custeia 88% dos transplantes no Brasil, o que garante o acesso universal ao tratamento.
Fila de espera e mortalidade
O impacto da espera por um órgão pode ser devastador. "No caso do fígado, por exemplo, até 30% dos pacientes morrem na fila de espera", afirma o gastroenterologista. O mesmo ocorre com o coração, devido à gravidade da condição dos pacientes. Já os pacientes renais podem contar com a diálise como suporte, mas mesmo assim, a mortalidade entre os que fazem diálise é significativamente maior do que entre os transplantados.
O impacto da espera por um órgão pode ser devastador. "No caso do fígado, por exemplo, até 30% dos pacientes morrem na fila de espera", afirma o gastroenterologista. O mesmo ocorre com o coração, devido à gravidade da condição dos pacientes. Já os pacientes renais podem contar com a diálise como suporte, mas mesmo assim, a mortalidade entre os que fazem diálise é significativamente maior do que entre os transplantados.
Para mudar essa realidade, é crucial que as pessoas discutam a doação de órgãos com seus familiares. A campanha "Precisamos Falar Sim" tem o objetivo de aumentar o número de doações e salvar mais vidas. "A decisão de doar pode transformar muitas vidas", enfatiza o coordenador do Cighep.
Sobre o Cighep
O Cighep reúne um grupo de médicos gastroenterologistas e hepatologistas altamente qualificado, que se reúnem semanalmente para discutir de forma multidisciplinar os casos mais complexos atendidos no Cighep. Por isso, está se tornando referência nacional na área, recebendo pacientes de todo o Brasil para tratamentos clínicos e cirurgias laparoscópicas e robóticas. Conheça mais o Cighep acessando o site e o Instagram. O Cighep dentro do Hospital Nossa Senhora das Graças, com entrada pela Rua Professora Rosa Saporski, 229, no bairro Mercês, em Curitiba. Telefone: (41) (41) 3240-6061.