Na manhã da última quinta-feira (3), a cidade de Rolândia, no Paraná, foi palco de um evento significativo e humanitário que lançou a Cartilha de Direitos e Deveres do Trabalhador Haitiano. Esta iniciativa teve como protagonistas o Tribunal Regional do Trabalho do Paraná, que se uniu à Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep) para promover um momento de diálogo e conscientização sobre os direitos e deveres dos trabalhadores.
O evento reuniu uma plateia diversificada, incluindo juízes, representantes da Polícia Federal, promotores de justiça, servidores públicos e líderes comunitários, todos unidos pelo propósito de promover a dignidade dos trabalhadores haitianos no Brasil. Marcaram presença no evento o diretor de relações institucionais Luiz Albuquerque, o diretor jurídico Pierre-Erick Bruny e a fundadora da Embaixada Solidária, Edna Nunes. Eles relataram o trabalho da OSC que, que atende 41 países e todos os estados brasileiros. “Em 2024, comemoramos 10 anos de trabalho árduo e comprometido. Nossa missão sempre foi e continua sendo a proteção dos direitos dos migrantes e a promoção da sua empregabilidade”, afirmou Edna. A emotividade em suas palavras reflete não apenas os desafios em enfrentados por aqueles que buscam uma nova vida, mas também a esperança que a solidariedade pode proporcionar.
Pierre-Erick Bruny, por sua vez, destacou a importância da cartilha, ressaltando que ela não é apenas uma ferramenta educativa, mas um verdadeiro guia de empoderamento para os trabalhadores haitianos. “Compreender os direitos e deveres é fundamental para que esses trabalhadores possam inserir-se de forma digna na sociedade, contribuindo não apenas para suas famílias, mas para a economia local”, explicou Bruny, que tem atuado diretamente em questões jurídicas relacionadas ao processo de regularização e acolhimento dos migrantes.
O evento também serviu como um espaço para compartilhar experiências e promover a criação de projetos semelhantes em outras regiões do Brasil, onde a migração tem se tornado uma realidade crescente. “É fundamental que outras cidades reconheçam o desafio de acolher migrantes e busquem soluções que garantam seus direitos e deveres”, afirmou Edna Nunes.
A jornalista lembrou o ativismo contra o tráfico de pessoas e trabalho escravo. “A sociedade precisa se organizar melhor que o crime, só assim vamos vencer os obstáculos que temos pela frente”, destacou, parabenizando a iniciativa do TRT e da FIEP em relação a pauta migratória.
A Embaixada Solidária, através do seu trabalho independente e autofinanciado, tem sido um exemplo a ser apoiado por diversas iniciativas ao redor do país. Com um foco claro em direitos humanos e empregabilidade, a OSC tem prestado apoio a milhares de migrantes, mostrando que, apesar das dificuldades, a solidariedade e as oportunidades ofertadas criam um ambiente seguro para o acolhimento de migrantes, refugiados e apátridas.
Enquanto as discussões fluíam e as ideias se entrelaçavam, ficou claro que o lançamento da cartilha não é o fim de um trabalho, mas o começo de uma nova fase. Com cada página virada, um passo a mais na luta por dignidade e respeito para todos os trabalhadores, independentemente de sua origem, se desenhava no horizonte de Rolândia e além. O evento, repleto de esperança e compromisso, foi um marco histórico para a pauta migratória.