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Os cursos são uma vertente da cultura é preciso que as crianças e adolescentes tenham uma vivência cultural, diz professor

A sexta Conferência Municipal da Criança e Adolescente está agendada para os dias 9 e 10 de novembro, mas as pré-conferências preparatórias começaram na tarde desta segunda-feira (3), pela área da cultura. Profissionais da cultura, alunos da Casa da Cultura, professores, secretárias e pais participaram do debate sobre as políticas públicas em cultura. O tom do debate foi de reconhecer alguns avanços, mas também apontar que é possível fazer mais para garantir a crianças e adolescente o acesso a cultura. O professor de violão clássico, Leonardo Ferreira Nascimento disse que a descentralização da cultura é importante, desde que ela caminhe junto com a qualidade, assim como criar políticas alternativas além dos cursos para se construir uma Vicência cultural.

 

03/10/2011 - 20:57


Leonardo Ferreira Nascimento avalia que a descentralização dos cursos para outros bairros favorece o acesso destas comunidades, no entanto, para ele, este acesso deve acontecer com qualidade. “Devemos levar possibilidades para os alunos que moram em bairros mais afastados da Casa da Cultura. Esta situação já acontece em algumas unidades sociais, centros da juventude e em diversos programas da Secretaria de Assistência Social que oferecem cursos uma vez por semana com professores da Casa da Cultura, entretanto, como professor percebo que há certa dificuldade com relação ao material didático, a falta de instrumentos musicais para estas crianças e adolescentes. Acho importante não só levar os professores, mas levar as mesmas condições que os alunos na Casa da Cultura tem. Alguns dos alunos que fazem aulas na Casa possuem condições de comprar os instrumentos musicais. Em contrapartida, parte dos alunos que fazem aulas nos programas de assistência social, muitas vezes, não tem condições de comprar um instrumento ou não mesmo a apostila. Esta ampliação tem que trazer qualidade nos cursos não só quantidade de alunos”.

Ele salientou que além da descentralização dos cursos com qualidade é preciso pensar no acesso das crianças ou dos adolescentes aos eventos culturais da cidade. “Uma grande parcela não tem condições de comparecer para assistir uma peça de teatro, concerto ou exposição. Talvez os cursos são uma vertente da cultura, é preciso possibilitar uma vivência cultural a estas crianças e adolescentes”.

A secretária da Cultura, Rosângela Reche, avaliou a pré-conferência como uma boa iniciativa. Ela afirmou que a Casa da Cultura possui um índice que demonstra a prioridade da criança e do adolescente no desenvolvimento de projetos. Conforme Rosângela, atualmente, a Casa da Cultura possui 1200 alunos. Deste número 800 são crianças e adolescentes. “É um número alto de atendimento. A demanda pelas atividades na área da criança e adolescente tem crescido. Na Casa da Cultura procuramos atender todas as pessoas que nos procuram. A demanda dos nossos alunos é, principalmente, para os cursos de pintura, violino, violão, entre outros. Por sua vez, a demanda reprimida é baixa. Temos conseguido atender a todos que nos procuram”.

Rosângela destacou que é um trabalho difícil, porque depende de mão-de-obra. Neste ano, a Casa da Cultura contratou um professor e para o próximo ano há a expectativa de mais dois novos professores. “Atendemos de forma descentralizada nos bairros. Hoje atendemos vários projetos assistenciais como Florir Toledo, Aldeia Betesda, Ação Social do São Francisco, CAIC, NACA. Também realizamos cursos em distritos como Cerro da Lola e para o próximo ano pretendemos realizá-los em Vila Nova e Novo Sarandi”.

A secretária da Cultura relatou que a principal discussão no seu grupo é a ampliação da divulgação das atividades da Casa da Cultura. Rosângela afirmou que ela e sua equipe têm trabalhado por isso. “Criamos o facebook da Casa da Cultura e do Teatro e fazemos uma divulgação via email. Estamos ampliando o nosso mailling que conta com mais de 7 mil cadastrados. Mas só isso não basta. É preciso um relacionamento melhor com a imprensa, conseguir achar outros meios para chegar no interior e no Distrito onde não conseguimos divulgar os nossos eventos, quem sabe a criação de um site ou blog”.

Para a presidente do Conselho dos Direitos da Criança e do Adolescente, Rejane Neumann, as pré-conferências e as Conferências precisam levar em consideração a realidade atual e pensar em propostas que atendam as demandas do Município. Para ela, é preciso discutir os eixos principais da pré-conferência, porém lembrando-se dos direitos fundamentais deste público. “Hoje discutimos com o grupo o acesso a cultura, a diversidade de ações nesta área e, assim sucessivamente, serão as discussões em outras pré-conferências. Nós temos que incluir em Toledo o plano de intervenção chamado Plano de Decenal. Ele abrange um período de tempo maior, além que este movimento que está sendo feito em Toledo também está sendo feito nos demais Municípios do Estado e do Brasil”.

Segundo Cleonice, a ideia do Plano é que se proponha ou pense na criança e no adolescente como prioridade absoluta e as ações sejam implantadas conforme a realidade de cada local. “Nesta primeira discussão percebemos que a área da cultura é bastante dinâmica e atuante. Temos muitas ações sendo desenvolvidas, no entanto, o acesso a esta área pela criança e adolescente ainda pode melhorar. Alguns grupos já sugeriram a descentralização das oficinas e a diversificação das ações para que cada vez mais o acesso seja garantido de acordo com a tendência, o dom e a vontade da criança e o adolescente considerando que é uma área importante para a sua formação”.

A secretária da Assistência Social, Ires Scuzziato, falou que a 6ª Conferência Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente está com uma nova metodologia. Antes se trabalhava a política do público-alvo no âmbito da assistência social. No entanto, a criança e o adolescente estão englobados em todas as políticas públicas, sejam: educação, saúde, esporte, cultura, entre outros e, por isso, foi alterada a metodologia de discussão com as crianças e adolescentes. “A discussão foi iniciada pela Cultura, onde a equipe da cultura discutiu o que considera necessário para as crianças e adolescentes”.

As discussões continuam na quarta-feira (05) nas áreas da educação e do esporte. Na quinta-feira (06), o tema da pré-conferência será saúde e no dia 13 de outubro haverá uma discussão no âmbito estadual da política da criança e do adolescente e no dia 17 a Secretaria vai reunir toda a rede para realizar uma discussão em conjunto. “As propostas serão levadas para a Conferência Municipal a ser realizada no dia 9 e 10 de novembro. Nós iremos coletar as propostas, sistematizá-las e apresentar na Conferência. Também faremos um levantamento das propostas efetivadas ou não da Conferência anterior. Cada secretaria já recebeu as propostas da última conferência para que verifiquem o que foi feito ou não. Isto será apresentado durante a plenária”.

Os cinco eixos da 6ª Conferência Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente são: “Promoção dos Direitos de Crianças e Adolescentes”, “Proteção e Defesa dos Direitos”, “Protagonismo e Participação de Crianças e Adolescentes”, “Controle Social da Efetivação dos Direitos” e “Gestão da Política Estadual dos Direitos Humanos de Crianças e Adolescentes”.

 

Por Selma Becker

Colaboração Graciela Souza

 

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