Segundo o diretor de Política Agrícola e Informações da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), Sílvio Porto, a pesquisa é baseada em uma metodologia “mais conservadora”, que leva em conta a média de produtividade dos últimos cinco anos.
“Esse conservadorismo nos traz mais segurança”, disse Porto após explicar que a previsão do tempo para os próximos três meses é favorável, mas não pode ser levada em conta como algo preciso. Caso a tendência de estiagem para a Região Sul, considerada no estudo, não se efetive, por exemplo, a produção aumentará. O diretor da Conab ressaltou que o fator mais importante a ser considerado nesta primeira estimativa é a expectativa para a área a ser plantada, que é maior do que na safra passada.
Outros fatores que podem influir no aumento da produção são alguns indicadores trazidos pela indústria. A Associação Nacional para Difusão de Adubos (Anda) estima que sejam comercializados este ano 26,5 milhões de toneladas de fertilizantes, superando em 7,7% o recorde atual, conquistado em 2007, de 24,6 milhões de toneladas.
Segundo alguns especialistas do setor, com a boa renda conquistada na safra passada, os produtores decidiram aplicar no próximo plantio todo o “pacote tecnológico”, que inclui fertilizantes e defensivos, e anteciparam as compras, escapando, em sua maioria, da alta do dólar e da elevação dos preços de insumos verificados neste momento.
Outro dado que demonstra o aumento dos investimentos feitos pelos produtores é o número de tratores e colheitadeiras entregues pela indústria. Em 2011, a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) estima que 66 mil máquinas serão vendidas. Se confirmado ao final do ano, também será um novo recorde, superando os 64.673 tratores e colheitadeiras entregues em 2010, que passaram em mais de 10 mil unidades o resultado de 2009.
Agência Brasil