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Paraná investe cerca de R$ 700 milhões/mês em assistência as pessoas lesionadas ou afastadas nas indústrias frigoríficas, diz diretor da Federação

Nesta quinta-feira (6), o Sindicato dos trabalhadores nas Indústrias de Alimentação de Toledo promoveu uma caminhada saindo do INSS e percorrendo a Barão do Rio Branco, Largo São Vicente de Paulo, Maripá, 1º de Maio e encerrando na sede do Sindicato. E a partir do meio dia promoveu uma panfletagem na saída da Sadia. Esta ação faz parte da campanha nacional do setor para pressionar a aprovação da Norma Regulamentadora dos Frigoríficos, a NR 35. Esta norma estabelece questões de segurança de trabalho e enfrentamento as lesões e mutilações sofridas pelos trabalhadores nas indústrias frigoríficas.

06/10/2011 - 21:28


O presidente da Federação dos Trabalhadores da Industria da Alimentação do Paraná, Ernane Garcia Ferreira comentou que esta campanha iniciou no último dia 26, em Jacarezinho. A partir desta data, o grupo está percorrendo o Estado, chegando nesta quinta-feira (7), em Toledo. Na próxima semana, a mobilização será realizada nos Municípios de Francisco Beltrão e Dois Vizinhos. “A mobilização é em razão de uma série de doenças nos profissionais, acidentes de trabalho, como mutilações dos trabalhadores. É preciso respeitar esta nova regulamentação que pretende aumentar as pausas, diminuir o ritmo e a velocidade das esteiras. Desta forma, vai diminuir o número de profissionais doentes”.

Ferreira lembra que a Previdência têm divulgado dados relacionados ao número de pessoas que sofrem alguma lesão durante o trabalho e o gasto do Estado. “O Paraná tem inúmeras indústrias neste setor, então bate recorde de despesas ao atender este exército de mutilados. As empresas e muitos órgãos não querem que divulguem isso, porque pode dar prejuízo para o setor, mas os números são alarmantes. Atualmente, o Estado do Paraná perde em torno de R$ 700 milhões por mês em custo de pessoas lesionadas ou afastadas”.

O presidente da Federação salientou que na indústria brasileira é um contingente de 26% de trabalhadores afastados, alguns com processos judiciais e alguns esperando perícias. “O Estado e a sociedade que estão pagando a conta. Por isso, a nossa discussão de estar implantando a NR para minimizar o sofrimento e o custo social que isto tem dado”.

Há dois anos a norma esta sendo debatida de forma Tripartite: trabalhadores, empregadores e/ou governo. Nos últimos 60 dias, a Norma foi aberta para uma consulta pública para que a sociedade opine sobre ela. “No próximo dia 17 encerra este prazo. Depois, a NR volta para o Ministério do Trabalho e tramita em outra comissão que vai avaliar as informações no que foi esboçado entre o movimento sindical e os empresários”.

Ferreira avalia que o Governo se mostrou receptivo a ideia. No entanto, a discussão não está tendo avanços com os empresários. Segundo o presidente da Federação, o argumento apresentado pelo setor é de que não podem suportar as pausas requeridas ou a questão de diminuir os ritmos devido à série de impostos. “Os trabalhadores e o próprio Governo entendem que não é possível suportar a carga dirigida aos trabalhadores em razão dos inúmeros trabalhadores acidentados, mutilados. A conta do custo social é paga pela sociedade”.

 

Acompanhe entrevista completa com o presidente da Federação, nesta sexta-feira, aqui na Casa de Notícias

Reportagem Selma Becker

Texto Graciela Souza

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