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Ambiente na pauta

Em uma mesma edição da revista National Geographic Brasil (outubro 2011), três temas me chamaram a atenção. A primeira, meio escondida nas páginas da revista, relata a reciclagem de vasilhames de vidro na Roma antiga. Reutilizavam cacos de diferentes vidros para fundir novos lotes. Uma idéia antiga e bem vinda. Esta reciclagem aumentou muito nos séculos III e IV, devido à crise de fornecimento de materiais devido à decadência do Império Romano.

07/10/2011 - 10:22


Neste caso, parece que o ser humano, desde àquela época, só adquire novos hábitos mediante uma crise. A segunda, uma reportagem sobre as ecovilas. O conceito de ecovilas surgiu em 1995, durante um encontro de representantes de diferentes grupos de gênero, na Escócia. Passaram a levar esse título os assentamentos que se sustentam no âmbito social, ecológico, econômico e de visão de mundo. É uma volta ao tempo de nossas avós (fogão à lenha, compostagem, plantação orgânica, uso de fontes alternativas de energia com moinhos de água e fotocélulas), um estilo de vida simples e natural. Muitos dos que fazem parte destas vilas ou passaram por elas relatam a dificuldade de adaptação, devido aos “vícios” da vida moderna. Não é preciso que todos nós deixemos as cidades e criemos ecovilas em cada espaço, mas algumas idéias e, principalmente, a desaceleração do consumismo desenfreado e o maior respeito ao meio ambiente poderiam ser adotados por todos. A terceira reportagem mostra um dos países mais poluidores do mundo, também sendo o país que mais está investindo em geração elétrica de fontes renováveis: a China. Queimando três bilhões de toneladas de carvão por ano, mais que a Europa, Estados Unidos e a Índia juntos, a China tem-se tornado líder mundial em energia limpa, gerando quase um quinto de sua eletricidade com base em fontes renováveis como rios e ventos, além da energia solar. Apesar da alta prevalência de termelétricas baseadas em carvão, diversos movimentos estatais ou sociais têm promovido o desenvolvimento de tecnologias limpas. Para se ter uma idéia, o Brasil produziu em 2008 cerca 358 bilhões de quilowatts-hora a partir de fontes renováveis, enquanto que a China produziu 537 bilhões. O problema é que a China cresce 10 % ao ano precisando de uma demanda energética imensa, que dependerá, e muito, do carvão, continuando com altos índices de emissão de poluentes. Mas, mesmo em um país com controle estatal forte sobre a imprensa e sobre o que os chineses podem ou não pensar, diversos grupos ambientais começam a se manifestar e criar força. Será que a China no futuro poderá ser um país verde? E, se isto ocorrer, como estará o Brasil nesta questão?

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