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GERAL

Tratamento de efluentes é foco de palestras na Expo Toledo

Os efluentes de aquicultura são ricos em nitrogênio, fósforo e matéria orgânica que contribuem para a redução ou alteração da biodiversidade. No entanto, estudiosos estão pesquisando maneiras e sistemas para diminuir o impacto ambiental destes efluentes. Alguns dos resultados foram apresentados, nesta sexta-feira (14), em uma série de palestras na Expo Toledo 2011. Produtores e técnicos conheceram sistemas de tratamentos de efluentes com macrófitas aquáticas, entre outras questões.

14/10/2011 - 18:03


O professor Ms. André Luiz Gentelini - da Universidade Federal de Alagoas – explicou que antes de tratar o efluente gerado pela piscicultura é preciso conhecer a sua composição, ou seja, qual a porcentagem de nitrogênio ou fósforo entre outros componentes há naquele espaço ou tanque. Na sequência, segundo Gentelini, é possível propor aos produtores um sistema de fácil aplicação. “Cada situação deve ser interpretada. Em alguns tanques, o fósforo ultrapassa 100 vezes o valor tolerável pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), que é de 0,1 miligramas por litro. O correto é tratar este efluente e lançá-lo ao ambiente natural com a menor carga impactante para não alterar as comunidades que estão instaladas no seu corpo receptor, geralmente o rio”.
Uma das alternativas, segundo Gentelini, é a construção de lagoas de sedimentação. Elas são semelhantes há um pequeno viveiro com uma profundidade maior e servem para que a água permaneça por um período em descanso para que as partículas sólidas ainda presentes na mistura se depositem no fundo da Lagoa. “A água de despesca ao invés ser lançada diretamente ao rio passaria por estas lagoas de sedimentação. Com isso, após 24h ou 48h é possível reduzir os sedimentos, como fósforo, nitrogênio. Os efluentes ainda podem ser tratados com o sistema chamado Wetlands Construídas. Neste sistema, o fósforo e o nitrogênio são absorvidos para a produção de biomassa ou de macrófitas e pode ser uma alternativa na utilização desta macrófita em ração”. Ele enfatizou que este sistema de tratamento vislumbra o reuso da água. “Esta água poder ser bombeada e reutilizada reduzindo o impacto ao meio ambiente”.
O profissional comentou que esta temática já foi abordada em Alagoas. “Cada vez mais, os produtores estão se conscientizando desta relação com o meio ambiente e estão tratando os efluentes”.
De acordo com o professor Dr. Aldi Feiden – do Grupo de Estudos de Manejo na Aquicultura (GEMAq) da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste), campus Toledo – nos últimos dez anos, com a intensificação da piscicultura cresceu demanda de pescado. “Os produtores começaram a ampliar a produção, colocando até cinco peixes por metro quadrado. O Município de Maripá possui produtores altamente intensivos que colocam até 12 ou 15 tilápias por metro quadrado. Com esta intensificação há o aumento da produção de resíduos pelos dejetos de peixes, sobras de rações e assim por diante, isto vai para os rios. Hoje uma das preocupações tanto na pesquisa, como da Emater, é fazer o controle destes resíduos”.
A Emater em parceria com a Universidade avaliou durante dois anos Modelo Emater de Produção de Tilápias, tendo como foco a sustentabilidade dos viveiros. Ao todo 20 produtores dos Municípios de: Toledo, Assis Chateaubriand, Marechal Cândido Rondon e Maripá participaram deste estudo.
De acordo com o médico veterinário da Emater e coordenador do projeto, Gelson Hein, os técnicos orientavam os produtores sobre a melhor forma de manejo, alimentação, entre outros dados. "Coube aos alunos de engenharia de Pesca da Unioeste fazerem as coletas semanais da água para verificarem a sua qualidade. Eles coletavam amostras na entrada, dentro e na saída do viveiro. Assim, tínhamos ao longo do cultivo o acompanhamento da água, observando os índices do fósforo e nitrogênio para averiguar se havia a conversão ou não, ou seja, se o volume de insumos era absorvido ou eliminado pelo peixe".
De forma geral, de acordo com o Hein, os resultados estiveram dentro do esperado. "A despesca é um parâmetro que precisamos ter um controle maior, porque parte dos produtos fica armazenado no fundo da água e isto se torna um problema, porque não podemos poluir o nosso córrego e, principalmente o nosso rio. Há a necessidade de se ter procedimentos de despesca que evitem qualquer tipo de poluição. Este é um momento mais crítico que estamos tendo no cultivo de tilápias".

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