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A polícia faz a repreensão cabe ao Comad e outras organizações se dedicarem a prevenção, diz Pastor

Discutir o tema Drogas ainda é considerado um tabu para vários segmentos da sociedade. Em Toledo, a abordagem de prevenção e discussão sobre drogas foi realizada em forma de palestras - no período de 3 a 13 de outubro – nas escolas estaduais do Município. Para encerrar a programação nesta sexta-feira (14) aconteceu o I Fórum do Conselho Municipal sobre Drogas de Toledo (Comad) no Centro Cultural Ondy Niederauer. Na oportunidade, foram premiados os alunos do concurso de redação proposto pelo Comad e o Núcleo Regional de Educação (NRE) de Toledo. Ainda foram realizadas duas apresentações teatrais, abordando a temática do fórum, pelos grupos 1001 Faces e Put’s, de Toledo.

15/10/2011 - 14:58


No período da tarde, dois grupos de discussões foram organizados no Fórum. Um discutiu ações de prevenção e o segundo ações de tratamento e recuperação. Destes grupos foram definidas cinco propostas de cada que serão apresentadas ao Comad para incluir na programação de ações do Conselho.

Atualmente, de acordo com o pastor Jarbas Aragão, no Brasil existe uma expectativa de que cerca de 90% dos crimes, sejam roubos, furtos ou sequestros tem haver com a estrutura da drogadição, ou seja, se diminuir o acesso destas pessoas ao dinheiro para comprar a droga se diminui a criminalidade. Segundo Aragão, estatísticas mostram que a maioria dos jovens que estão presos ou respondem por processos comentaram o crime para manter o vício. “O mundo das drogas é um problema real que precisa ser abordado de forma diferenciada. A polícia faz a repreensão cabe ao Comad e outras organizações se dedicarem a prevenção, porque é preciso diminuir o número de usuários para quebrar a corrente”.

Ao ser questionado se o uso de drogas por crianças ou adolescentes está relacionado à falta de políticas públicas de prevenção ou se o Estado perdeu o controle desta situação, Aragão respondeu que estas duas questões estão interligadas. Ele lembrou que em Toledo é desenvolvido o PROERD que possui uma boa abrangência, porém limitada. “Você falar de droga para uma criança de 7 anos terá um resultado. No entanto, se você falar de droga para a mesma criança aos 14 ou 15 anos o resultado será diferente. Nós temos políticas públicas para o tratamento, mas na área de prevenção é pouco. Há algumas Leis (que nem sempre são cumpridas), há campanhas de prevenção, porém falta um plano que contemple esta situação, como trazendo a discussão para o currículo escolar”.

Conforme Aragão, o assunto ainda é um tabu para muitos professores e para os pais. Para ele, a família – muitas vezes – é negligente neste assunto. “A família não trata sobre isso em casa, como não trata a gravidez na adolescência, o bullying, entre outros assuntos. Esta situação é repassada ao pastor ou ao padre para tentar resolver esta questão. Quando a família não é presente na vida da criança, ela fica insegura e, principalmente sem um referencial no ambiente que frequenta. Há políticas públicas, no entanto, elas não estão conseguindo alcançar os objetivos”.

Ele salientou que o Comad é uma ferramenta, onde pode ser abordado o assunto, porém se não for organizado um trabalho coordenado com as escolas, com a Secretaria de Saúde, o objetivo pode não ser atingido. “Cabe ao pai, ao cidadão que entende que é um problema que afeta a população tomar para si também está responsabilidade. Não tenho um filho usuário de droga, mas fui vítima de usuários de drogas. Percebo que se ficar calado vou colaborar para que este problema continue se propagando. Vivemos na era da Informação. Ela está disponível, para quem tem vontade e disposição. O Comad faz uma parte, mas a outra depende de cada pai, família e das políticas públicas para gerar este diálogo”.

 

Capacitação

A presidente do Comad, Taís Maciel, lembrou que no final de agosto, os professores foram capacitados para que trabalhassem o tema em sala de aula. Na sequência, foi proposto um curso de redação, os quais foram premiados na última sexta-feira (14). Os profissionais do CAPs AD, os conselheiros do Comad e demais parceiros ministraram palestras em 15 escolas para aproximadamente duas mil crianças e adolescentes. No entanto, devido a agenda de algumas redes de ensino, as palestras serão realizadas em um novo dia. “Aproximadamente 55 redações foram enviadas para participarem do concurso. Infelizmente este número é baixo, mas também os alunos também estiveram envolvimentos em outros concursos”.

Para Taís não basta sensibilizar somente a juventude sobre o tema, mas a sociedade em si. “Por ser um tema de difícil discussão, a Semana foi difícil de ser realizada. Acredito que a angústia que o tema gera faz as pessoas se afastarem um pouco deste trabalho. Os adultos têm dificuldades de lidar com o tema. Muitas famílias não colaboram com a escola, unidade básica de saúde ou Conselho Tutelar. No entanto, as famílias deveriam ser aliadas para qualquer tipo de tratamento ou de trabalho com as crianças e os adolescentes”.

 

Concurso

O Concurso de redação foi dividido em três categorias: História em quadrinhos; Carta e Artigo de Opinião. Em cada categoria foram escolhidos os três melhores textos e premiados com um NetBook para o primeiro lugar, um smartphone para o segundo e um câmera fotográfica digital para o terceiro colocado.

 

Confira os vencedores:

 

História em Quadrinhos

 

1º Francine Monique Klein, Colégio Estadual João Arnaldo Ritt

2º Emerson Barbosa, Colégio Estadual Jardim Maracanã

3º Isabela de Bortoli, Colégio La salle

 

Carta

 

1º Kalyne Caroline Forster, Colégio La Salle

2º Giovani da Silva , Colégio Estadual São Luiz do Oeste

3º larisa tártaro, Colégio Estadual de Novo Sarandi

 

Artigo de Opinião

 

1º Ana Caroline Costa, La salle

2º Rayana Pereira, Colégio La Salle

3º Débora Aline de Oliveira, Colégio Estadual de Novo Sarandi

 

**Diretoria Comad**

A presidente do Comad, Taís, disse que não vai seguir a frente do Comad. “Vou abrir mão do Conselho para dar espaço para quem queira trabalhar também. Por enquanto continuo como presidente, mas na próxima reunião em novembro a mesa diretiva será um item da pauta”.

 

Texto Graciela Souza

Reportagem Selma Becker

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