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Falta de qualidade de vida dos guardas municipais pode ser a causa do alto índice de inaptos ao armamento, avalia psicóloga

Agressividade, emotividade, impulsividade, afetividade, relacionamento interpessoal, disciplina e atenção concentrada foram alguns dos critérios avaliados pelas psicólogas credenciadas a Polícia Federal (PF) como parte do processo de armamento da guarda municipal de Toledo. Ao todo 104 guardas foram submetidos a testes psicológicos. No entanto, apenas 28 foram considerados aptos ao armamento, o que representa aproximadamente 26% do número total. Nesta semana, as psicólogas fizeram a devolutiva do resultado do exame a cada profissional e a falta de qualidade de vida pode ser a responsável pelo alto índice de inaptos ao armamento.

 

18/10/2011 - 18:16


A psicóloga credenciada pela Polícia Federal, Ivete Goinski Pellizzetti, comentou que um dos fatores que levou a reprovação de guardas municipais no teste foi a emotividade. “Nós reprovamos por excesso de emotividade ou por falta. É preciso haver um equilíbrio. Outros profissionais tiveram problemas de atenção ou ansiedade. No geral, eles estão sendo orientados a buscarem ajuda de profissionais. Por ex. uma pessoas que reprovou por atenção, ela está sendo orientada a fazer exercícios para melhorar este fator ou se o guarda for ansioso como ele deve proceder para melhorar esta questão”.

Ivete afirmou que a maioria dos guardas municipais aceita os motivos pelos quais não foram aprovados no teste e as sugestões para melhorar este critério. “Nós mostramos a prova, mas não mostramos o que está errado nela, porque uma próxima avaliação psicológica para armamento o teste – geralmente – é semelhante. Mostramos o resultado e explicamos o que pode ser mudado de imediato”. No entanto, de acordo com Ivete, uma parte dos profissionais não concordaram com o resultado.

Após a conclusão da entrega das devolutivas, as psicólogas pretendem conversar com o Secretário de Segurança e Trânsito, João Crespão e a Secretária de Saúde, Denise Liell – embora não faça parte do trabalho delas– para ser estruturada uma estratégia de trabalho utilizando os meios que o Município tem para que numa próxima reavaliação estes fatores sejam sanados em grande parte. “Pretendemos propor um trabalho de qualidade de vida, porque funções estressantes precisam de uma forma de trabalho diferenciada”. Ela enfatizou que a empresa que aplicou este teste psicológico não é a mesma que faz a reavaliação. “Nós não reprovamos para ganhar dinheiro. Nós reprovamos, porque naquele momento o guarda municipal não tinha o perfil para andar de posse de uma arma”.

Ivete destacou que o resultado do teste é o que o guarda municipal está passando neste momento. “Ele pode estar depressivo neste momento, porque muitas vezes, o teste reflete o momento em que você está vivendo agora. Por isso, que daqui há três meses algumas pessoas podem fazer o teste e passar nele”.

Seriedade

A psicóloga credenciada pela Polícia Federal, Ivete Goinski Pellizzetti, explicou que os profissionais responsáveis por aplicarem este teste recebem uma apostila com orientações da PF de como proceder. Ela afirmou que não são os psicólogos credenciados que estabelecem os critérios de avaliação. “Isto é determinado pela Polícia Federal. Simplesmente fazemos o trabalho baseado no que a polícia determina. Nós esperávamos que pelo menos a metade dos profissionais passasse no teste e ficamos surpresas e preocupadas com o alto índice de reprovação. “Este índice pode estar atrelado a falta de qualidade de vida no trabalho, pois o serviço de um Guarda Municipal é extremamente estressante devido lidar com situações limites e, isso pode ter feito com que o índice fosse elevado se comparado com profissionais de outras cidades”.

A profissional salientou que os psicólogos responsáveis pela realização deste teste são criteriosos e rígidos na questão de seguir os requisitos determinados pela Polícia Federal. “Este é um fator que talvez tenha contribuído para que tenha havido tantas reprovações. Sabemos que é ruim não passar. Nós estamos ouvindo algumas questões desagradáveis com relação ao nosso trabalho, porém não existiu - de forma alguma - qualquer pressão do Município. O processo foi e está sendo transparente. Nós gastamos em média 8h para avaliar uma pessoa. É um trabalho exigente. Além de que, em novembro ou dezembro a PF supervisiona os nossos protocolos”.

Tiro

Neste momento a Secretaria ainda aguarda a aprovação de um Convênio com a Secretaria de Estado de Segurança Pública para ministrar o curso de tiro. O curso totaliza uma carga horária 160h de duração, sendo 100h para revólver e 60h para pistola.

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