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ESPORTES

Atletas da Atacar visitam prefeito e destacam benefícios do esporte

Integrantes da Associação Toledense de Cadeiras de Rodas de Toledo (ATACAR) mostraram, nesta semana, ao prefeito em exercício, Lúcio de Marchi, os troféus conquistados no último final de semana, em Toledo, durante o Campeonato Paranaense de Handebol em Cadeiras de Rodas (HCR).

22/10/2011 - 08:36


Em disputas acirradas, a equipe foi campeã em todas as modalidades que participou. Ainda eufórica com os resultados, os atletas, juntamente com o coordenador técnico Fernando Rocha, e a técnica, Mariane Rodrigues, agradeceram a parceria com a administração municipal no projeto e pediram apoio para outros projetos da entidade.
O esporte já um grande passo, mas os deficientes de Toledo querem mais e para isso pediram o apoio da administração. “Sonhamos em ter em Toledo um Centro para Atendimento das Pessoas com Deficiência, além de um espaço esportivo. Parece algo muito grandioso, mas não é. É um espaço adaptado para a realização de atividades físicas e reabilitação”, comenta a presidente da Atacar, Edna Zanetti, que também é responsável na prefeitura de Toledo pela Coordenadoria da Pessoa com Deficiência (Coodep). Ela conhece experiências de outras cidades, como a rede Sarah de Hospitais de Reabilitação, que precisariam ser visitadas, para o aproveitamento de experiências bem sucedidas. O município está cedendo para a entidade o Ginásio de Esportes Adenir Massolo, no Jardim Coopagro, para a prática de esportes.
Na apresentação dos troféus os atletas pediram informações ao prefeito em exercício sobre a cedência de um ônibus para a entidade, facilitando assim a participação destes em competições esportivas no Paraná e em outros estados. Segundo Lúcio, o município havia recebido da Receita Federal um ônibus, que passou por reformas e que seria repassado à entidade. A ação não chegou a ser concretizada, pois o antigo proprietário conseguiu na justiça a devolução do veículo, apreendido em operação da Receita Federal. Ele relatou ainda a dificuldade de repasse destes ônibus pela Receita, em função da prioridade para municípios com menor Índice de Desenvolvimento Humano (IDH). “Estamos em terceiro lugar entre os dez maiores municípios. Tem uma lista grande de municípios prioritários na nossa frente, devido ao baixo IDH”, explicou Lúcio, ressaltando o esforço e mobilização política feitos para a liberação do veículo anterior. Diante disso, a Atacar propôs, e Lúcio fez questão de apoiar a iniciativa, de encaminhar a solicitação do veículo em nome da entidade.
Conforme as estatísticas existentes, 14 por cento da população tem algum tipo de deficiência, o que permite estimar em Toledo a existência de cerca de 18 mil pessoas nesta faixa. Os números, acrescentou o prefeito em exercício, justificam uma atenção maior ao setor, tanto através de implantação de equipamentos que garantam a acessibilidade das pessoas, como também através do incentivo ao esporte, pelos benefícios que ele traz para a saúde e auto-estima. Ele parabenizou a equipe pela garra, esforço, dedicação e conquistas e ressaltou que a postura dos atletas deficientes serve de exemplo não só para outros que também tem limitações, como para a comunidade em geral.

Esporte resgata auto-estima e valoriza a vida

Os atletas atestam os benefícios do esporte. Com um sorriso largo no rosto, eles não vêem dificuldades de enfrentar longas jornadas em ônibus muitas vezes sem as condições adequadas e o esforço nas quadras para garantir a vitória. Os testemunhos surpreendem. “Se tivesse uma segunda chance de voltar a este mundo perfeita, não gostaria. A minha limitação física não impediu de conquistar tudo que eu sempre sonhei. Tenho um marido maravilhoso, dois filhos lindos e sou muito feliz”, diz a atleta Vanderleia Gimenes Ferreira. Ela teve paralisia infantil com um ano e dois meses, que deixou seqüelas nos membros inferiores. A deficiência não a impediu de ter os dois filhos, embora tenha sido motivo de especulações na cidade com quatro mil habitantes, onde morava antes de se transferir para Toledo, há dois anos. “Quando nasceu o meu primeiro filho, hoje com 12 anos, a cidade inteira veio me visitar. Eles queriam ver se o menino era perfeito”, relembra.
Para ela, o esporte permitiu reconhecer todas estas conquistas e trouxe mais alegria e independência para a sua vida. Ela soube da prática do esporte através do primeiro presidente da entidade, Oldemar, quando estava hospitalizada em Curitiba. Foi ver um dos treinos, entrou no time e não saiu mais. Hoje ela usa o transporte coletivo para se deslocar de um local para outro e comemora a independência que isso proporciona, além dos investimentos feitos na cidade que dão mais acessibilidade aos deficientes. “Dizem que o portador de deficiência não vive. Eu estou começando a viver agora”, declara ela, em meio a uma bela gargalhada.
Para seu sonho ficar completo ela pretende conquistar um espaço no mercado de trabalho. Responsável pelas tarefas da casa e dos cuidados com os filhos, de 12 e 5 anos, ela ainda sonha na aprovação em um concurso público e com a possibilidade de trocar o benefício que recebe por um emprego fixo, onde poderá dar a sua contribuição como profissional e manter contato com outras pessoas. “Não tenho dúvidas, assim que conseguir um emprego, troco o benefício pelo salário”, enfatiza ela.

Da Assessoria - Toledo

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