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SAÚDE

A endometriose acomete 10% das mulheres em idade reprodutiva

A endometriose pode ser considerada uma doença silenciosa, pois ela é desconhecida por muitas mulheres. Estudos estimam que aproximadamente 15% das mulheres entre 25 e 44 anos sofrem de endometriose. Os sintomas são vários, destacando as cólicas menstruais, dificuldade para engravidar e alterações intestinais ou urinárias durante a menstruação. Diante disso, a Clínica Plena promoveu na noite de quarta-feira (26), uma palestra “Endometriose: do consultório ao laboratório”, com a doutora em ginecologia e obstetrícia, Vivian Ferreira do Amaral. Ela apresentou aos profissionais da saúde de Toledo e região as novidades do assunto.

27/10/2011 - 21:48


De acordo com doutora em ginecologia e obstetrícia, Vivian Ferreira do Amaral, os principais sintomas relacionados a endometriose são: cólica menstrual; dor na relação sexual ou dor pélvica na região mais baixa, a qual pode ocorrer fora do período menstrual de forma contínua. Para a profissional é fundamental que a paciente entenda que algumas destas alterações no organismo não significam endometriose. “Para chegar a este diagnóstico, a mulher deve observar que estes sintomas podem atrapalhar a sua RO tina ou piorar progressivamente. Neste caso é necessário buscar aconselhamento com um profissional”.

Ela explicou que os sintomas da endometriose surgem em mulheres na faixa etária dos 32 a 34 anos. No entanto, a doutora relatou que este não é o momento em que começou a doença, porque se pode levar até sete anos para fazer o primeiro diagnostico. “Há relatos na literatura que mulheres a partir dos 20 ou 21 anos apresentam alguma dor ou fazem algum tratamento e mesmo assim a dor persiste. A endometriose acomete 10% da população em geral, em mulheres na idade reprodutiva. Por sua vez, mulheres com dificuldade de engravidar se tornam em torno de 40 a 50%. A endometriose não tem relação com seus graus com a dificuldade de engravidar, ou seja, uma mulher que tem muita doença pode engravidar mais fácil do que uma que apresente menos lesões. O mais importante é descobrir a doença, o quanto antes”.

A profissional sugeriu que nas famílias, onde há casos de endometriose, as mulheres jovens correm o risco de 6 a 7% de adquirir a doença. “Quem têm familiares com endometriose procure o quanto antes um ginecologista para iniciar o acompanhamento. Nem toda a mulher que tem a doença grave tem a dificuldade para engravidar. O ideal é que, quando a mulher se aproximar dos 30 anos, procure o aconselhamento com o ginecologista”.

Tratamento

Segundo a ginecologista, para confirmar o diagnóstico, a mulher precisa passar por um procedimento cirúrgico. “O procedimento é por Videolaparoscopia ou por Laparotomia. Num é usado um tubo de fibra ótica, onde olha por uma câmera por incisão do umbigo se a situação não for grave ela pode ter alta do hospital em até 24h. E aquela maior embaixo do abdômen como se fosse cesárea também para ver o abdômen na parte interna, assim que é feito o diagnóstico e o tratamento. Hoje é inadmissível fazer um procedimento deste só para fazer diagnóstico, se for fazer já deve fazer o tratamento que é a retirada destes implantes de endometriose, e posteriormente, tratamento clínico com a inclusão de hormônios, medicamentos que suprem ovulação, antiinflamatórios para melhorar a dor. E conforme o grau da doença, posteriormente, é feito tratamento para tentar postergar o retorno da doença e oferecer qualidade de vida para a mulher”.

A médica enfatizou que a endometriose é uma doença da mulher moderna, que é perfeccionista, extremamente profissional, cuida da família e, por muitas vezes, esquece de se cuidar. “Como existe todo este turbilhão hormonal, as que são predispostas acabam alterando a sua parte imunológica e favorecendo o implante de células do endométrio que não nos seus locais de origem”.

Do consultório ao laboratório

Durante a palestra, a profissional discutiu assuntos desde a adolescência até a maturidade da mulher. Para ela, as mulheres que possuem endometriose devem se preocupar com suas filhas. “Às vezes, elas conseguem engravidar e se questionam se sua filha pode apresentar a doença ou algum outro problema. Também, na palestra, abordamos formas de prevenção da doença na adolescência; questões de infertilidade da reprodução assistida, ou seja, se existe alguma forma de favorecer os resultados para que ela obtenha a gravidez mais rápido; se existem inovações na literatura científica que mostrem porque a dor prevalece em algumas situações; os novos medicamentos e pesquisas com células-tronco”.

Com relação as pesquisa com células-tronco, a ginecologista relatou que algumas novidades nesta área são observadas com uma certa dúvida e com cautela. “Na PUC-PR realizamos um estudo utilizando animais experimentais, nos quais foram gerados dois modelos de endometriose diferentes. Um era endometriose mais leve e o outro mais grave. Em 80% dos animais com a doença mais grave reduziram o tamanho ou dimensão da lesão. Este resultado foi interessante, porque é uma interrogação do dia a dia, até quando teremos que fazer procedimentos tão invasivos para uma doença benigna? Qual a possibilidade de conseguir uma nova medicação utilizando células-tronco? Uma nova medicação deve ser aprovada pela Anvisa no início do próximo ano em comprimido, mas se conseguimos novas terapêuticas que não se façam necessários procedimentos tão invasivos isso seria o ideal”.

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