O auditório B5 da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste) foi palco, nesta quinta-feira (15), da Conferência LGBTQIA+ de Toledo. Mais de 90 inscrições foram registradas previamente para o evento que contou com a participação de representantes da sociedade civil e agentes governamentais. Após os debates, foram aprovadas propostas para serem apresentadas pelos delegados (representantes) eleitos que participarão da Conferência Estadual, prevista para o mês de agosto.
O tema do evento deste ano foi “Construindo a Política Nacional dos Direitos das Pessoas LGBTQIA+”. Os participantes se dividiram em grupos para debater sobre os seguintes eixos temáticos: 1 - Enfrentamento à violência LGBTQIA+; 2 - Trabalho digno e geração de renda à população LGBTQIA+; 3 - Interseccionalidade e internacionalização; 4 - Institucionalização da Política Nacional dos Direitos das Pessoas LGBTQIA+.
O palestrante responsável pela aula magna da conferência, Ronaldo Adriano Alves dos Santos, disse que “a conferência é o espaço máximo de participação popular, é o espaço mais democrático que a gente tem na formulação de qualquer política pública. Então, temos um papel fundamental de pensar de fato sobre a construção de uma política voltada para nossa comunidade. Fico muito feliz de encontrar pessoas interessadas em construir política pública e alcançar o direito da população LGBTQIA+”, pontuou.
Ele mencionou que esta é uma população que historicamente tem um apagamento em termos da produção de políticas públicas no Brasil e provocou a plenária a romper esse “processo de invisibilização e silenciamento que a gente tem historicamente”.
O promotor de justiça, José Roberto, informou à plenária que a última conferência realizada em Toledo tratando dessa temática foi em 2016. “Eu vejo com extrema preocupação isso. Os debates públicos devem ocorrer com a maior frequência possível, essa interlocução entre a sociedade e o poder público é extremamente salutar. Cada um enxerga o mundo de onde está, com seus olhos, de acordo com a sua realidade, e aí se funda sua perspectiva que, obviamente, é de uma visão limitada”, salientou. Para ele, esta é uma oportunidade de apresentar propostas e buscar construir uma política nacional.
Ele destacou ainda que a Constituição já descreve que o Estado Brasileiro, por meio dos seus dispositivos e tratados, ratifica a diversidade com respeito. “Não enxergamos excludentes. No plano normativo constitucional, tratado de direitos humanos, a gente não acha nenhuma norma excludente, pelo contrário, o Estado Brasileiro trata do direito de todos, logo, tratar dessa temática é uma política de Estado, portanto não pode ser ideológica, é para ser uma política de todos”, frisou o promotor.
A secretária de Desenvolvimento Humano e Social: Infância, Juventude, Pessoa Idosa e Família, Sheila Delava, falou sobre a importância de tratar o dia com respeito. “Respeitar o próximo é entender que cada um tem a sua verdade, mas não podemos impor nossa verdade ao próximo. A conferência serve para o diálogo e para a apresentação de propostas assertivas, que sejam para o bem de toda a comunidade. Precisamos pensar além e para isso precisamos expor nossa opinião, entender a opinião do próximo e respeitar. O respeito constrói pontes, ele não cria empecilhos, ele não constrói muros e baseado no respeito é que propomos a conferência de hoje [15]”, declarou Delava.
