O custo da cesta básica de alimentos em Toledo registrou um aumento expressivo de 5,44% no mês de abril, em comparação com março deste ano. Esse é o terceiro mês consecutivo de alta, segundo dados do Núcleo de Desenvolvimento Regional da Unioeste, que acompanha os preços de produtos essenciais no município.
Com o reajuste, o valor da cesta básica individual passou de R$ 661,65 para R$ 697,67, o que representa quase 50% do salário-mínimo líquido. Para adquirir os alimentos básicos, um trabalhador que recebe um salário-mínimo precisa dedicar mais de 101 horas de trabalho mensais – número que evidencia a perda de poder de compra da população.
O relatório ainda aponta que a alta acumulada da cesta básica nos últimos 12 meses é de 14,37%, bem acima do índice de inflação oficial (IPCA), que ficou em 5,53% no mesmo período. No acumulado de 2025, de janeiro a abril, a alta já chega a 11,37%.
Entre os produtos que mais contribuíram para o aumento estão o tomate (35,3%), a batata (14,26%), o café (6,75%) e a carne (4,07%), esta última com grande peso na composição da cesta. Segundo os pesquisadores, fatores climáticos e sazonais influenciaram diretamente esses reajustes.
O cenário é preocupante, especialmente para as famílias de baixa renda. O custo da cesta básica familiar, que considera uma família de dois adultos e duas crianças, saltou para R$ 2.093,02, valor que ultrapassa em quase 50% o salário-mínimo líquido. De acordo com a pesquisa, para cobrir os custos com alimentação, habitação, transporte e outras necessidades básicas, o salário-mínimo necessário em Toledo em abril seria de R$ 5.861,15 – valor 3,86 vezes maior que o salário-mínimo oficial vigente.