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GERAL

Autoridades experimentam dificuldades de deficientes no dia-a-dia

Autoridades locais e convidados sentiram nesta sexta-feira (02), em Toledo as reais dificuldades que as pessoas que tem algum tipo de deficiência são obrigadas a enfrentar no seu dia-a-dia. Integrando a programação relativa ao dia internacional das pessoas com deficiências, instituído pelas Nações Unidas para sensibilizar a população para a questão, a Coordenadoria da Pessoa com Deficiência e a Comissão Permanente de Acessibilidade, realizaram na sexta-feira um ato próximo ao terminal rodoviário.

02/12/2011 - 17:40


Logo depois elas foram convidas a percorrer um trecho na Barão do Rio Branco, que recebeu investimentos públicos recentemente para tornar mais acessível, e seguiram em direção à prefeitura, contornando o Centro Cívico onde enfrentaram diversos obstáculos, com calçadas destruídas e raízes expostas de árvores que avançam sobre a calçada, dificultando a passagem. O grupo percorreu o trecho utilizando cadeiras de rodas e venda nos olhos, reproduzindo situações enfrentadas por deficientes físicos e visuais.
Depois de muito esforço para ultrapassar em uma cadeira de rodas uma barreira com raízes de árvores expostas sobre a calçada, o prefeito de Toledo, José Carlos Schiavinato, ressaltou a importância de garantir acessibilidade às pessoas que precisam. “Certamente um cadeirante teria que disputar o espaço com um veículo, numa via pública. Seria muito difícil transpor este local”, disse o prefeito ressaltando que é obrigação do poder público investir para que todas as pessoas tenham liberdade e independência de ir e vir. Ele também cobrou a mesma postura da iniciativa privada, investindo em suas empresas, com rampas de acesso entre outras adequações, para assegurar o livre acesso dos deficientes.
Segundo o prefeito, a acessibilidade é uma das exigências de todos os programas federais, estaduais e municipais e aos poucos estão sendo feitos novos investimentos para garantir facilidade de acesso aos portadores de deficiências. Em Toledo, assegurou ele, os investimentos estão sendo feitos de forma gradativa. Depois de ver a manifestação de um deficiente auditivo, sem entendê-lo, como a grande maioria dos presentes, o prefeito acolheu uma sugestão apresentada de que fosse contratado um intérprete de libras para atuar no serviço público. Júnior Rasbolt, que tem 30 por cento de audição, relatou as dificuldades que enfrenta de comunicação, pois a maioria das pessoas não entende a linguagem dos sinais. Sua sugestão, acatada pelo prefeito, é que o poder público lotasse junto à Coodep, uma pessoa para acompanhar os deficientes auditivos, quando necessário, atuando como intérprete. Ele também sugeriu treinamento aos servidores que atuam no atendimento público. “Na educação, onde temos vários professores de Libras, isso não é problema, mas em caso de atendimento médico ou outro tipo de serviço isso complica. A grande maioria das pessoas não entende a linguagem dos sinais, o que torna mais difícil a comunicação com um deficiente auditivo”.
Para o gerente regional do Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura do Paraná, Israel Ferreira de Melo, os municípios estão preocupados em garantir acessibilidade às pessoas com deficiência. Hoje, diz ela, nenhuma obra é aprovada sem que sejam cumpridas todas as exigências. Ele reconhece o esforço dos municípios, mas ressalta que não é fácil adaptar erros cometidos ao longo de vários anos. Antes esta preocupação não existia, diz ele, que também enfrentou dificuldades para percorrer o trecho em uma cadeira de rodas.
Para a coordenadora da COODEP, Edna Fernanda Zanetti, o município já fez muito para garantir maior acessibilidade dos deficientes, mas ainda precisa ser feito para que estas pessoas circulem com maior independência. Ela fez um histórico do tratamento dispensado aos deficientes físicos, que antes eram mantidos isolados ou escondidos, com medo da reação da sociedade, e que agora, felizmente, esta realidade está mudando. Segundo ela, a acessibilidade deve ser garantida através da eliminação de barreiras e também de preconceitos, o que permitirá a livre circulação das pessoas, independente de suas limitações físicas.
O roteiro encerrou com o deslocamento de ônibus. Autoridades também subiram e descerram no veículo, utilizando cadeiras de rodas e o prefeito destacou uma recomendação que pretende fazer ao próximo prefeito para o novo contrato de concessão do transporte coletivo, que vence em 2013. Ele sugeriu que como nos países de primeiro mundo os ônibus sejam de fundo chato, o que facilitaria o acesso aos cadeirantes. “É muito complicado utilizar o transporte coletivo. Eu só utilizo quando realmente não tenho outra forma de me locomover”, disse Viviane Peres. Paraplégica, ela já caiu duas vezes da cadeira de rodas num ônibus de transporte coletivo e reclamou das dificuldades para subir e descer do ônibus bem como no deslocamento, especialmente em manobras mais bruscas do motorista. “Sempre que posso, evito”, diz ela.

Da Assessoria - Toledo

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