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ECONOMIA LOCAL

Cesta básica em Toledo cai pelo terceiro mês seguido, mas ainda compromete quase metade do salário-mínimo

O levantamento do Núcleo de Desenvolvimento Regional (NDR) da Unioeste mostra sinais de alívio após meses de pressão inflacionária, mas a alimentação ainda compromete grande parte da renda das famílias

 



21/08/2025 - 16:05
Por Assessoria


A cesta básica de alimentos em Toledo apresentou queda de 0,68% em julho de 2025, registrando o terceiro mês consecutivo de recuo no custo. Mesmo assim, continua a pesar no bolso do trabalhador: uma pessoa que recebe salário-mínimo precisa comprometer 47,27% da renda líquida apenas para garantir sua alimentação básica.

Segundo o levantamento realizado pelo Núcleo de Desenvolvimento Regional (NDR) da Unioeste, o custo médio da cesta individual caiu de R$668,27 em junho para R$663,73 em julho. Já a cesta familiar, que considera os gastos de uma família de quatro pessoas, fechou o mês em R$1.991,18.

Evolução da cesta básica em Toledo

Julho/2024 a julho/2025: alta acumulada de 12,70%.

Janeiro a julho/2025: aumento de 5,95%.

Desde o início da pesquisa (abril/2021), o custo avançou 35,84%.

*Reprodução da tabela 2 do Relatório do NDR - Unioeste


Variação de preços

O recuo da cesta em julho foi influenciado principalmente pela queda do preço da batata (-16,09%) e do tomate (-10,74%), em razão da colheita de inverno e maior oferta no mercado. O arroz (-9,22%) e o feijão (-4,22%) também ajudaram a reduzir o custo.

Por outro lado, alguns itens subiram e limitaram a queda maior do índice:

Banana +7,73%

Pão francês +7,52%

Leite +3,16%

 

Volatilidade no ano

A pesquisa mostra que alguns produtos básicos registraram oscilações significativas no último ano:

Café: +86,6% em 12 meses

Tomate: +73,6% em 12 meses

Carne: +21,1% em 12 meses

Já o arroz e o feijão, base da alimentação popular, ficaram mais baratos:

Arroz: -32,9% em 12 meses

Feijão: -28,6% em 12 meses

 

Variação acumulada jan.–jul./2025


 | Produto | Variação 2025 | Tomate | +36,2%
 | Café | +28,4%
 | Batata | +24,0%
 | Feijão | -29,4%
 | Arroz | -27,0%
Salário-mínimo necessário

Apesar da queda no custo da cesta, um trabalhador que recebe o piso nacional ainda não consegue sustentar a família apenas com esta renda.

Em Toledo, segundo o DIEESE, o salário-mínimo necessário para cobrir alimentação, moradia, transporte e outros gastos seria de R$5.575,98 em julho — quase 3,7 vezes o salário-mínimo oficial (R$1.518,00).

Na média nacional, esse valor sobe para R$7.274,43.

 

Comparação com outras cidades

Entre os municípios pesquisados, Toledo aparece em posição intermediária:

Mais cara que: Recife, Pato Branco, Francisco Beltrão e Dois Vizinhos.

Mais barata que: Cascavel, Curitiba, Florianópolis, Porto Alegre e São Paulo.

 

Custo da cesta em julho/2025


 | Cidade | Valor (R$) | Variação mensal | Toledo | 663,73 | -0,68%
 | Cascavel | 676,05 | -4,13%
 | Curitiba | 770,93 | -2,40%
 | Florianópolis | 844,89 | -2,64%
 | São Paulo | 865,90 | -1,91%
 | Recife | 655,46 | +2,80%
O Relatório

O relatório do Núcleo de Desenvolvimento Regional (NDR) da Unioeste revela que o custo da cesta básica em Toledo mostra sinais de alívio após meses de pressão inflacionária, mas a volatilidade dos preços de itens como café, tomate e batata continua sendo um desafio para o consumidor.
 Mesmo com a queda recente, a alimentação ainda compromete grande parte da renda das famílias, reforçando a distância entre o salário-mínimo oficial e o necessário para uma vida digna.

 

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