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EDUCAÇÃO

Caic é resultado de uma política federal que deu certo; o avanço depende de políticas públicas

O Centro de Atendimento da Criança e do Adolescente (CAIC) é uma criação do governo Collor. O Município de Toledo foi contemplado com uma unidade em 1994 aos moldes dos então brizolões ou CIAPS (Centro Integrado de AtençãoPsicossocial). A comunidade escolar do CAIC – unidade Toledo - tem apresentado resultados positivos na realização de oficinas no contraturno escolar. No entanto, para que a educação avance ainda mais é necessário melhorar o desenvolvimento de políticas públicas. Atualmente, o CAIC está oferecendo mais uma opção de oficina aos alunos, trata-se do projeto de natação. Mais de 90% de um universo de 500 estudantes participam das aulas semanalmente.

11/12/2011 - 14:08


A Lei que criou os CAICs determina que cada unidade desenvolva pelo menos cinco programas, os quais também são desenvolvidos na Unidade de Toledo:
- Educação infantil;
- Atendimento materno infantil. Até o ano passado, o CAIC tinha o Centro de Saúde localizado em suas instalações. No entanto, com a inauguração da unidade de saúde próximo ao CAIC o centro interno foi desativado;
- Contraturno escolar;
- Assistente social para atendimento sócio-educativo a criança e família. Até há pouco, o CAIC - Toledo tinha assistente social (40h) que desenvolvia trabalho com alunos e familiares do Centro. Contudo, a profissional pediu a exoneração do cargo a direção, a qual aguarda para o próximo ano a nomeação de outra profissional para dá continuidade ao trabalho que vinha sendo realizado;
- Programa de ensino fundamental.
A coordenadora do contraturno, Marisa Cereja Giacobbo, lembrou que o CAIC tem uma tradição de oficinas de contraturno ao longo de 17 anos. Atualmente, o Colégio atende 11 oficinas de contraturno e a mais nova: a natação.
Marisa ainda contou que neste ano conheceu os projetos desenvolvidos nos Centros Educacionais Unificados (CEUs) de São Paulo, entre eles o projeto de natação. Ela relatou que quando a comissão retornou para Toledo procurou a administração, a qual entendeu que o CAIC poderia – também - ter esta oficina. “Entendemos que nesta comunidade as crianças não teriam a oportunidade de fazer a aula de natação, porque a piscina pública fica longe. Além que a demanda da piscina do Euzébio Garcia é grande e aqui as crianças têm aulas de natação durante a semana”.
Marisa salientou que a comissão se encantou com a organização dos CEUs, pois ele é aberto a comunidade, inclusive aos finais de semana e nas férias. “A intenção do CAIC é a mesma. Nós já temos as aulas judô e hip hop voltadas à comunidade. Agora a natação, porém ainda não é aberta a comunidade, porque não temos como controlar o fluxo de pessoas por conta do exame médico de cada participante. Porém, assim que a obra for concluída a intenção é atender as mães e os pais em aulas de hidroginástica aos finais de semana ou a noite”.
A coordenadora do contraturno enfatizou que o cidadão ao passar pelo CAIC vai perceber que não há pichação e não há vidros quebrados no CAIC. Ela lembrou que a pintura nas paredes do Centro é a mesma dos 17 anos. “A nossa comunidade zela e cuida do CAIC. Isso para quem trabalha mostra o quanto a comunidade tem carinho por este espaço. Nós temos tido resultados bacanas com as oficinas de contraturno. Tem meninas que fazem ginástica rítmica que fizeram parte da seleção que saíram do CAIC. Elas tomaram gosto e foram levadas para o SESI para fazer um treinamento mais intensivo”. Marisa comentou que uma das alunas por meio da Associação Ricardo dos Santos - que faz um trabalho voluntário no CAIC - foi competir no Corinthians e ficou em primeiro lugar em sua categoria em São Paulo. “A criança chega meio resistente a escola, porém procuramos ajudá-la a ter o gosto pela escola, a se socializa com os outros colegas e a escola acaba não sendo só as áreas do conhecimento, mas também um lugar mais prazeroso para se fazer amigos. Nestes 17 anos eu tenho visto mudanças nas crianças que fazem as oficinas”.
Projeto de natação
A Professora de natação, Juliana Buccioli, explicou que o projeto de natação atende a alunos desde o CMEI até o 5º ano. Com os menores até o primeiro ano, o trabalho de natação é mais lúdico e voltado para a recreação. A partir do 2º ano são realizados exercícios mais específicos voltados para a natação. “O que se destacam nós colocamos em uma turma separada para começar um trabalho de rendimento. Enfim, todos os alunos podem participar desta atividade. O único critério é a realização do exame médico. Ela relatou que o profissional visita a escola e faz o exame nos estudantes”.
Segundo a professora, durante as aulas são cobradas principalmente disciplina, respeito, companheirismo e coleguismo entre os participantes. “A natação é uma ótima atividade física, porque trabalha o corpo todo. Dentro da água, os alunos se soltam e tem uma atitude diferente fora da água”.
Ela ainda acrescentou que os alunos que se destacam nas aulas são transferias para as turmas de rendimento para iniciar um trabalho com conteúdo mais específico da natação. “No próximo ano pretendemos promover festivais e reunir as crianças de outras comunidades para incentivar a prática do esporte. Atualmente participam do projeto 90% de um universo de 500 alunos”.
O aluno, Gustavo Henrique, ingressou no CAIC por meio da creche. Atualmente, ele participa das oficinas de futsal, capoeira e natação. “Estou há um ano participando das aulas de natação. É uma oportunidade muito boa. Com estas aulas melhorou o meu desempenho no estudo e a minha atenção durante as aulas”.
Ele ainda declarou que seria ótimo se todos os alunos do Município pudessem participar destas oficinas. “Acredito que oportunidade é o que não falta no mundo”.
CAIC
O CAIC é um centro da comunidade. O resultado desta experiência é mérito de professores, colaboradores e a própria comunidade que estão constantemente dispostos a manter o perfil do Centro conforme a Lei federal que o criou. Uma experiência que deu certo e pode avançar ainda mais. Os resultados podem ser vistos no dia a dia do CAIC ou na mostra cultural encerrada na última sexta-feira que trabalhou o respeito, a tolerância a diversidade cultural e étnica. A mostra reuniu trabalhos dos alunos da pré-escola que trabalhou o EU; do 1º ano a moradia; o 2º e 3º ano a culinária; o 4º ano a religiosidade e o 5º ano cultura e danças.
Um documentário afro e indígena foi apresentado na abertura da mostra. Além de danças e capoeira, trabalhos desenvolvidos pelas crianças. Para a professora - uma das coordenadoras pedagógicas - Fátima Correa Machado Pichek o trabalho realizado ao longo do ano além de cumprir uma exigência curricular despertou maior responsabilidade e autonomia das crianças. “Percebemos que as crianças aceitam melhor o outro, o diferente, estão mais tolerantes. Cresceram muito com o trabalho”.

Texto Graciela Souza

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