O custo da cesta básica em Toledo caiu 1,70% em agosto de 2025, marcando a quarta redução mensal consecutiva. Apesar do alívio recente, os preços ainda acumulam alta de 6,05% nos últimos 12 meses e de 4,15% apenas em 2025, segundo levantamento do Núcleo de Desenvolvimento Regional (NDR) da Unioeste.
Em valores, a cesta individual passou de R$ 663,73 em julho para R$ 652,45 em agosto. Já a cesta familiar, calculada para uma família de quatro pessoas, caiu de R$ 1.991,18 para R$ 1.957,36.
Impacto no trabalhador
Mesmo com a queda, um trabalhador que recebe salário mínimo líquido (R$ 1.404,15) ainda precisa comprometer 46,47% da renda mensal – ou 94 horas e 33 minutos de trabalho – para garantir a cesta individual. No caso da cesta familiar, o custo equivale a 139,40% do salário líquido, mostrando que o rendimento de um único trabalhador é insuficiente para manter uma família.
O estudo estima que o salário mínimo necessário em Toledo, capaz de cobrir alimentação, habitação, transporte e demais despesas, deveria ser de R$ 5.481,27 em agosto. O valor é 3,6 vezes o mínimo vigente e, ainda assim, inferior à média nacional calculada pelo Dieese (R$ 7.147,91).
Produtos em alta e em baixa
Dos 13 itens pesquisados, sete tiveram queda no preço médio, puxando a redução da cesta. A batata (-22,01%) e o tomate (-10,55%) foram os principais responsáveis pela retração, seguidos por feijão (-7,93%) e arroz (-5,61%).
Na ponta oposta, seis produtos encareceram, com destaque para a banana (+3,54%), margarina (+3,29%) e café (+1,51%).
No acumulado de 12 meses, o café lidera os aumentos com alta de 71,03%, seguido pelo tomate (+37,68%) e óleo de soja (+21,93%). Entre as maiores quedas estão feijão (-40,25%), batata (-40,47%) e arroz (-33,87%).
Comparação regional e nacional
O custo da cesta básica em Toledo (R$ 652,45) foi menor que em Cascavel (R$ 680,05), Curitiba (R$ 752,70) e Porto Alegre (R$ 811,14), mas superior ao de Pato Branco (R$ 619,13) e Dois Vizinhos (R$ 618,05). Em São Paulo, a mais cara do país, o valor atingiu R$ 850,84 — 30% acima de Toledo.
Tendências
A pesquisa, realizada mensalmente há 53 meses em Toledo, mostra que o custo da cesta segue uma trajetória volátil, influenciada por fatores sazonais, climáticos e macroeconômicos. Apesar da sequência de reduções recentes, a alta acumulada desde setembro de 2024 ainda pesa no orçamento das famílias, sobretudo das de menor renda, que destinam grande parte da renda à alimentação.