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GERAL

Agroindústrias, do Oeste do PR, concluem capacitação de boas práticas de fabricação

Boa parte da produção de pequenas agroindústrias é destinada à merenda escolar, dentro dos municípios. Além disso, os produtores familiares tendem a vender os produtos caseiros de porta em porta, nas feiras e em mini-mercados. “A qualidade, mesmo em pequena escala de produção, é essencial para garantir uma alimentação saudável ao consumidor e, em consequência, ajuda a manter a indústria familiar no mercado”, avalia o consultor do Sebrae/PR, Emerson Durso.

16/12/2011 - 12:16


No Oeste do Paraná, 60 agroindústrias, preocupadas com a melhoria de seus produtos e processos produtivos, iniciaram, em julho deste ano, as capacitações do Programa de Implantação de Boas Práticas de Fabricação em Agroindústrias, do Sebrae/PR. Dois grupos, formados por empresas de Missal, Medianeira, São Miguel do Iguaçu e Serranópolis do Iguaçu, encerraram as ações do Programa na última quarta-feira, dia 14, comemorando resultados alcançados e as boas expectativas para o futuro.
“Minha produção de bolachas, pães, cucas e bolos ficou ainda melhor”, assinala Marlene Machado Costa, que trabalha há três anos com os panificados em São Miguel do Iguaçu. “Com o Programa, passei a me preocupar mais com o ambiente de produção, com a organização do meu negócio, as diferenças e importância da higienização e limpeza. O interessante é que são detalhes que podemos melhorar dia após dia, ajustes pequenos que fazem, inclusive, o nosso tempo render mais”, comenta.
O foco de atuação do Programa, destaca Emerson Durso, é específico às agroindústrias de pequeno porte e, por conta disso, foi possível chegar as resultados positivos. “O Programa é composto por cinco treinamentos coletivos e sete consultorias individuais em cada agroindústria participante. Dessa forma, foi possível orientá-los com a teoria, confrontar e sugerir melhorias com base no que estava sendo feito na prática, pelos produtores.”
Além das capacitações que englobaram os temas “Perigos e Higiene Pessoal”, “Condições Ambientais, Instalações e Equipamentos”, “Higiene de Ambientes, Equipamentos e Utensílios”, “Matérias Primas e Insumo” e “Produção e Documentação”, os participantes aprenderam a implantar um manual de boas práticas de fabricação na agroindústria, adotar procedimentos operacionais padronizados e adequar a estrutura dos negócios segundo as exigências de órgãos de vigilância.

Evolução
De acordo com Ieda Bottezini, técnica da Vigilância Sanitária de Missal, o Programa de Boas Práticas veio em boa hora, ajudou a despertar as agroindústrias para a qualificação e, daqui pra frente vai auxiliar no andamento do trabalho desenvolvido pelo órgão. “Sentimos que os participantes realmente se atentaram da importância da melhoria nas condições da produção. Missal já era destaque no segmento e, com o Programa, a aposta é que o padrão eleve ainda mais”, salienta a técnica.
Nas visitas da Vigilância Sanitária às agroindústrias, reforça Ieda Bottezini, algumas sugestões de melhoria eram feitas, mas nem sempre realizadas por parte dos produtores. “O Sebrae/PR veio com um trabalho excelente, complementar ao nosso como órgão fiscalizador. Percebemos que todas as agroindústrias evoluíram, umas de 30% para 70%, outras de 80% para 100%. Nossa expectativa a partir de agora é que as demais agroindústrias participem da capacitação e, assim, possamos ter um alto padrão de qualidade em todas as 30 agroindústrias do município”, planeja.
Adelar Soares de Oliveira, técnico da Associação dos Produtores da Agricultura e Pecuária Orgânica de São Miguel do Iguaçu (APROSMI) e da Cooperativa de Trabalho e Assistência Técnica do Paraná (Biolabore), ajudou na mobilização e organização das turmas para o Programa. “Atendemos muitas dessas agroindústrias na parte de infraestrutura, equipamentos, planejamento de produção e comercialização. Vimos que eles melhoraram muito com a ajuda do Sebrae/PR e vamos continuar acompanhando as transformações e melhorias”, acrescenta Adelar Oliveira.
“Trabalho há cerca de cinco anos no abate de frango semi-caipira e já tinha feito alguns cursos para melhorar a produção. O interessante é que, nesse programa, ninguém nos impôs o que devíamos fazer, indicavam soluções, ensinavam, davam dicas e deixavam pra gente decidir. Assim, nos demos conta de que realmente é preciso fazer, entendemos porque fazer os ajustes e ajeitamos muita coisa na nossa agroindústria. Mas ainda tem muito que fazer”, reconhece Elenir Henges, de Missal.
Segundo o gerente regional do Instituto Paranaense de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater), Carlos Roberto Strapasson, com esse tipo de parceria todos ganham. “Costumo dizer que o Sebrae/PR tem a tecnologia e a Emater o contato direto com esse público. Incentivamos a participação e ajudamos a conscientizar as agroindútrias sobre o investimento em qualificação. Depois de capacitadas, as agroindústrias da região sabem o que é bom, o que o mercado e o consumidor está exigindo.”
O resultado, considera Strapasson, é significativo para quem produz e essencial para quem consome. “O diferencial da agroindústria é justamente a produção manual, feita em pequena escala, sem o uso de aditivos químicos e com receitas especiais, que geralmente vêm de família. Isso tudo agrega valor aos produtos. Aliado aos padrões de qualidade, essas características se ampliam e a produção ganha ainda mais mercado”, conceitua.
O recurso para o Programa, explica o gerente da Regional Oeste do Sebrae/PR, Orestes Hotz, veio do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) e a parceria, com outras entidades, ajudou a disponibilizar a oportunidade as agroindústrias. “A participação da equipe técnica do Emater, desde o início do Programa, foi o diferencial qualitativo na realização do trabalho iniciado em julho. Tivemos, também, o envolvimento de técnicos da APROSMI/Biolabore e da Vigilância Sanitária dos municípios. Somando esforços e integrando competências, o Programa complementa o trabalho que esses parceiros já vêm realizando ao longo dos anos junto as agroindústrias”, enfatiza Hotz.

Empreendedores
Na turma que concluiu o Programa de Implantação de Boas Práticas de Fabricação em Agroindústrias, em São Miguel do Iguaçu, estavam o Laticínio Käse, Marlene Costa panificados, Sítio Arruda, Produtos Lago e Carvalho, Dimary, Tereza Tomiazo panificados, Sítio da Colina, Frigorífico de Peixes Rack, Doces Camargo, Embutidos Danieli, Pies Embutidos e Defumados, Sítio São José e Cucarita derivados de cana.
Já o grupo do Programa, que participou das capacitações em Missal, era formado por Luis Augustinho Trevisan derivados de leite, Inácio José Kern abate de frangos, Panificação Cela Alimentos, Maeli Fritzen panificados, Leonilda Ana Hilgert geléias, Jacinta Wingert massas, Lucia Pletsch Thiele panificados, Elenir Hendges abate de frangos, Embutidos Colombo, Solange Schrippe panificados, Vinícola Derli Bras Paulus, Selvina Reinehr ervas medicinais, Vinícola Renata Paulus e Cristina Biesdorf panificados.
Os grupos da microrregião de Cascavel e Marechal Cândido Rondon concluirão o Programa entre os meses de janeiro e fevereiro de 2012. “Nossa proposta é continuar o atendimento a essas agroindústrias no ano que vem. No primeiro Programa foi possível ‘colocar a casa em ordem’, adequar a estrutura e aprimorar o modo de produzir. A etapa seguinte será trabalhar rótulos, embalagens e dar maior visibilidade comercial à produção nas agroindústrias, posicionando-as melhor no mercado”, conclui Emerson Durso, do Sebrae/PR.


Da Assessoria

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