Casa de not%c3%adcias 1144x150

ECONOMIA

Presidente da Ferroeste defende novo projeto de logística ferroviária que dobra a capacidade de transporte pela via

Em reunião do Pacto Oeste realizada em Foz do Iguaçu, com a participação da senadora eleita, Gleisi Hoffmann;  11 prefeitos do Pacto Oeste; deputados federais e estaduais, o presidente da Ferroeste, Neuroci Frizzo, defendeu um novo projeto de logística ferroviária para o Estado. O objetivo é diminuir o custo das mercadorias transportadas, aumentar a renda dos produtores agrícolas da região Oeste e a capacidade de tracionar mais cargas do Oeste no trecho entre Cascavel e Guaíra.

27/11/2010 - 13:45


Para isso, o presidente da Ferroeste juntamente com o Instituto de Engenharia do Paraná (IEP), iniciou uma discussão para buscar uma solução, onde os prefeitos e as autoridades federais possam viabilizar os projetos. Frizzo defende uma ferrovia moderna e com grande capacidade de tração. Atualmente, o Paraná conta com uma ferrovia antiga com problemas sérios de gargalo. “Enquanto fizemos um trecho em 8h, o outro que é menor fizemos em até oito dias.  A nossa proposta é que se faça uma nova via. Ela deve sair de Guarapuava, segue a Engenheiro Gutierrez, Engenheiro Bley, passando por Araucária e chegando ao Porto”.

A proposta é que este projeto substitua o antigo – Guarapuava a Ipiranga – que prevê um investimento estimado em R$ 600 milhões. A nova proposta é fazer a ferrovia entre Engenheiro Gutierrez a Engenheiro Bley. O custo desta obra poderá ser menor do que a do projeto anterior. Com isso, segundo Frizzo, é possível dobrar a capacidade de tração de Guarapuava a Paranaguá.

O presidente da Ferroeste comenta que o problema no gargalo está entre Ponta Grossa e Irati, porque do Norte vem as cargas que chegam em Ponta Grossa e seguem para Paranaguá. Ele explica que seria feito um encurtamento do trajeto, pois seria usada a via da ALL Transportes entre Guarapuava a Engenheiro Gutierrez. Por sua vez, a ALL poderia usar de Engenheiro Gutierrez a Engenheiro Bley e seguiria até Paranaguá pela via antiga. “Atualmente, o gargalo nos dá possibilidade de transportar em torno de dois milhões de toneladas/ano. Neste projeto poderíamos ampliar para aproximadamente quatro milhões de toneladas/ano viabilizando as cargas do Oeste e barateando o transporte, e quando tiver recursos se faria o trajeto novo de Engenheiro Bley até Paranaguá e, de Guarapuava a Engenheiro Gutierrez. São três lotes a serem feitos”.

Recursos

De acordo com o presidente da Ferroeste, Neuroci Frizzo, durante a reunião, a senadora Gleisi disse que o Ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, vai disponibilizar ainda neste ano recursos para projetos a serem realizados em 2011. Frizzo argumenta se o Ministro em 2010 investe em um orçamento do outro ano, então existe a possibilidade de discutir com a sociedade e começar a fazer os projetos, pois com eles prontos se tem condições nos próximos anos através da Valec - uma empresa federal de trilhos - fazer as novas vias. “A Valec poderia entrar no capital da Ferroeste e fazermos uma empresa de economia estadual e federal e sairmos de uma concessão antiga e atrasada que só deixa a ALL tracionar no trecho. Pois a ALL só leva para o Oeste o que interessa para ela e não para o Oeste”.

Estudos

Frizzo disse que o Governo Federal iniciou um estudo do modelo atual de operação das ferrovias. “Será que a Ferroeste deve ser ainda uma operadora ferroviária para os novos trajetos? Será que a Ferroeste junto com a Valeq não poderia ser as administradoras do trecho? Elas cuidaram da via ou até abririam para outros grupos investirem em equipamentos ou tracionarem as cargas do Oeste do Paraná? Estas são questões a serem discutidas com a sociedade e os Governos devem viabilizar a discussão”.

Apesar do presidente da Ferroeste entregar o cargo em breve, ele acredita que é preciso se pensar em soluções dos problemas com projetos permanentes, pois neste momento só muda o governo os problemas precisam de soluções definitivas. “O problema logístico da ferrovia paranaense existe há muito tempo e precisa de uma solução. Precisamos resolver os problemas de logística e transporte do Oeste do Paraná, Mato Grosso do Sul e Paraguai. Eles juntos produzem 25 milhões de toneladas de milho, trigo e soja e são transportados via rodoviária. Isto ocasiona um custo pesado a quem produz e ainda poderíamos agregar mais rendas nas propriedades agrícolas e um maior desenvolvimento sócio econômico dos produtores. O Governo tem pessoas junto ao IEP e acredito que tem a condição de avaliar os projetos e terem uma decisão sábia”.

Relatório

Frizzo disse que está produzindo um relatório com os acertos, as demandas, os problemas de gestão e o descaso que a Ferroeste teve por parte de algumas pessoas do governo que ajudou a eleger. “Estou procurando fazer minha parte. Acertando uma empresa que eu peguei há quatro meses, totalmente endividada e cheia de problemas. Estou conseguindo pagar as dívidas com o auxílio do Governador do Paraná, Orlando Pessutti, que investiu R$ 5,1 milhões para viabilizar o parcelamento da dívida da Ferroeste. Espero que as pessoas que nos sucedam defendam os interesses do Oeste”.

Veja a entrevista em vídeo

Sem nome %281144 x 250 px%29