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GERAL

Tecnologia de Produção de Chuva Localizada pode ser solução para a agricultura do Estado

Condição climática é o principal fator para o desenvolvimento da agricultura em qualquer local do Brasil. No entanto, em 2012, o produtor rural está sendo castigado com muita chuva ou até sem ela. O exemplo é o Estado do Paraná, a estiagem provoca quebra de 11,5% na safra verão. Enfim, sem a água, não há o desenvolvimento da lavoura. Diante disso, buscando identificar canais para minimizar o impacto deste condicionante, o Sindicato Rural Patronal de Toledo promoveu, nesta sexta-feira (06), a palestra “Tecnologia de Produção de Chuva Localizada", ministrada pela técnica Majory Mie Imai, da empresa ModClima, de São Paulo. Em síntese, a tecnologia induz uma nuvem a crescer e chover água potável. Atualmente, a tecnologia é desenvolvida em uma empresa de abastecimento em São Paulo e em diversor outros pontos do País.

06/01/2012 - 16:52


A técnica Majory Mie Imai explicou que a empresa desenvolveu um aparelho que pulveriza gotas coletoras de água de tamanho controlado, porém maiores que as gotas da nuvem. “O processo consiste em semear a água na nuvem. Nós soltamos uma gota maior na nuvem, a qual em contato com a corrente de ar quente ascedente é levada para cima e ela colide com as demais gotas e se tornam maiores. E é neste momento que chove”.
Ela salientou que a equipe busca a nuvem que está em estágio de maturação e sem possibilidade de chover. “Se for pensar na água disponível no planeta aproximadamente 2% da água doce está no solo acima de 750m na forma de rios, repressas e mananciais. Na atmosfera, o acúmulo de água totaliza 4% em fora de nuvens. Logo, existe um potencial enorme de água”.
Majory lembrou que o ideal é otimizar a possibilidade de chuva durante um ano. Ela comentou que é interessante deixar as nascentes e a rede de lençois freáticos umidificados. Assim, o líquido se torna água de acúmulo e contribuição. “A tecnologia semeia em uma nuvem somente água potável. Nós não utilizamos sal ou iodeto de prata (metal pesado) semelhanete ao utilizado no EUA, China e Israel”.
A técnica relatou que a forma mais intreessante de desenvolver a tecnologia é conseguir montar uma unidade produtora de chuvas em uma determinada região e o trabalho ser realizado constantemente. “Se tivéssemos uma unidade no Oeste do Paraná poderíamos trabalhar em uma área maior e distribuir estas chuvas. Elas podem beneficiar a agricultura, o abastecimento, ajudar a preservar uma floresta, porque se ela ficar mais verde a chance de incendiar é menor. Logo, se ela não incedeia, emiti menos carbono”.
Benefícios
A técnica afirmou que além de auxiliar no abastecimento, a tecnologia pode contribuir no aumento do volume das usinas hidrelétricas, assim aumenta o potencial de energia; pode beneficiar produtores de milho, soja, algodão, pecuária de leite; na biodiversidade, florestas e a recarga de aquifero. “Hoje nós só exploramos a água e outra parte contaminamos. O nosso consumo é maior e o sistema de recomposição se mantém o mesmo. Se formos pensar que a tecnologia de chuvas localizadas pode se tornar uma ferramenta estratégica e gerencial é uma alternativa”.
Investimento
Para apresentar o investimento para desenvolver a tecnologia na região Oeste ou nas demais localidades do Paraná, a técnica deve avaliar as áreas de atuação; os custos dos translados; o tempo em que a tecnologia será desenvolvida, entre outros fatores. “Precisamos entender melhor o cenário, desde analisar a região e, principalmente, a demanda dos agricultores para então elaborar o projeto”.
No entanto, Majory destacou que é interessante realizar consórcios entre municípios, cooperativas ou produtores. “Assim, poderemos manter uma operação permanente”.

**Como tudo começou**
No mercado desde o ano de 2007, a Modclima é uma empresa que busca soluções para as mudanças climáticas no Brasil. O inventor da “Tecnologia de Produção de Chuva Localizada” é o pai da técnica Majory Mie Imai. Ela contou que seu pai já trabalhou na construção de materiais agrícolas, como motoserrras e pulverizadores para passar veneno. “Nos últimos anos, ele não quis mais atuar neste trabalho e decidiu desenvolver tecnologias limpas para gerar modificações conscientes no clima e no meio ambiente”.
Majory contou que a princípio a equipe não sabia como esta tecnologia iria funcionar. No entanto, o grupo apresentou a proposta a Sabesp ( uma empresa de águas de São Paulo), a qual aceitou desenvolver o projeto. “A Sabesp vivia um momento complicado e eles - com uma visão inovadora – apostaram na tecnologia e fizemos pequenos contratos para testá-la e aprimorá-la. A nossa equipe foi contratada por um ano para produzir chuvas sob os sistemas de cantareira e alto tietê. Os dois sistemas são responsáveis por abastecer 20 milhões de habitantes da região metropolitana de São Paulo. Atualmente, a empresa firmou o sétimo contrato com a Sabesp”.
A técnica ainda lembrou que esta tecnologia também foi apresentada a Organização das Nações Unidas no ano passado. Além que a empresa já atendeu agricultores de soja, milho e algodão nos Estados da Bahia e Goiás. “Os agricultores estavam na eminência de perder a plantação se não chovesse em cinco dias. Foi uma situação estressante, mas conseguimos fazer chover. Na sequência, realizamos um trabalho voluntário no Parque da Chapada da Diamantina. Um incêndio havia consumido 50% do parque e decidimos fazer as chuvas, entre outras ações”.

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