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Deral estima perda de mais de R$ 418 milhões no núcleo de Toledo

Com avaliação quase concluída, o Deral estima que a quebra na produção de verão resulte num prejuízo de mais de R$ 418 milhões nos vinte municípios da abrangência do Núcleo de Toledo, mas se contabilizado também o núcleo de Cascavel este valor pode chegar a R$ 1 bilhão. O técnico do Deral, João Luis Raimundo Nogueira considera a estiagem que atingiu esta safra a pior dos últimos dez anos. Em entrevista à Casa de Notícias Nogueira avaliou a perda na safra de soja e milho e a tendência do agronegócio para o próximo período.

17/01/2012 - 16:19


No caso da soja numa área de 445.191 ha a estimativa era de produzir 1.479.609 toneladas, com a estiagem a perda foi 562.251 toneladas provocando um prejuízo de R$ 393.575.700. No caso do milho a área cultivada foi de 33.000 ha e a produção esperada era de 306.765 toneladas, mas a perda foi de 67.488 toneladas. Um prejuízo de R$ 25.308.000. Entre os cultivos de soja e milho o prejuízo é da ordem de R$ 418.883.700.

A chuva chegou tarde e não foi capaz de reverter o impacto da estiagem. “Na minha opinião  pouca coisa ajudou, não reverte praticamente nada. Estamos trabalhando com uma perda de 38% da expectativa inicial da soja e 22% no milho. Por enquanto estas são as nossas informações. Temos municípios, principalmente os que margeiam o lago de Itaipu, onde a altitude é menor e a temperatura mais alta é lógico que o stress da planta foi maior e, consequentemente, a perda é maior. Há municípios com expectativa de 60% de perda. É uma  das maiores secas que pude presenciar até hoje”.

Nogueira considera preocupante a perda na safra verão, o que deve impactar na próxima safra. “Olhando o preço atual da soja e do milho as perdas passam de R$ 418 milhões. Este valor vai deixar de circular na região de Toledo. Estamos falando dos 20 municípios que compreendem o núcleo regional de Toledo. Se avançar para o Oeste chega a R$ 1 bilhão que é a soma dos núcleos de Cascavel e Toledo. São números preliminares, pois os prejuízos podem ser maiores. Estamos começando um ano mal devido a estiagem. Isto tem reflexo naquilo que o produtor poderá investir em 2012. Por outro lado voltamos as nossas atenções para safra de inverno, do milho da segunda safra”.

 A soja é o principal grão cultivado na região e a quebra na safra vai impactar em outros setores da economia, segundo o técnico do Deral.  “Nós somos grandes produtores e este produto tem um grande peso na formulação do valor bruto de produção. Lógico vai ter peso até porque agora na divulgação dos dados vamos levar em consideração esta safra. Esta safra mais a anterior se faz uma média e realmente diminui o valor bruto da produção. Por outro lado o VBP não vai diminuir somente na região Oeste. Ele deve reduzir no Norte, Sudoeste. O índice cai para a maioria dos municípios do Paraná. Nós vamos reduzir, vai ver uma perda financeira para o Estado, para os Municípios, o comércio também sofre com isso. Todo o setor sofre, toda a sociedade acaba pagando”.

O técnico do Deral pontua que nestes momentos é que se evidência a necessidade dos municípios investirem na diversificação da produção. “É interessante você ter uma economia mais diversificada, não depender tanto do produto agropecuário. Nós devemos diversificar o nosso parque industrial. Muitos municípios da região Oeste fazem pouco. E é lógico que quando ocorre uma seca dessa há municípios que são totalmente dependentes da produção de grãos, então estes municípios vão sentir mais do que aqueles que possuem uma economia diversificada, principalmente no que se refere a indústria. É o momento de se refletir com relação a isso. A seca forte que ocorreu,  acontece todo o ano, está sempre presente seja no verão ou no inverno. Os produtores sofrem e a economia do município sofre muito, porque nós não temos na região uma economia bem diversificada”.

Estado de emergência

Nogueira afirma que o momento é de estado de emergência. “Tudo é emergência. Os prefeitos estão preocupados em apoiar os seus agricultores e nós - da Secretaria da Agricultura juntamente com a Defesa Civil estamos nos mobilizando e nos organizando para que os procedimentos aconteçam com a maior agilidade possível para que possamos atender os produtores. Estivemos reunidos na Amop na última sexta-feira para que pudéssemos padronizar alguns procedimentos para a elaboração de laudos e perdas. Isto é necessário para que as prefeituras possam encaminhar os pedidos de emergência”.

João Luis comentou a reunião realizada em Curitiba com os prefeitos e governo do Estado. “O Governador do estado se prontificou a ajudar os municípios pelo menos àqueles municípios com perdas acima de 30%. Na nossa região praticamente todos os municípios vão ter perdas principalmente na soja, sendo a cultura principal”.

O técnico do Deral salienta que a declaração de estado de emergência facilita na hora de negociar com o Governo Federal e aos Agentes Financeiros. “Os produtores estão entrando o ano descapitalizado e eles precisam iniciar uma nova safra. Se não tiver apoio dos Governos do Estado e Federal fica difícil para os produtores, principalmente para o pequeno agricultor que tem menos condição de enfrentar esta situação”. Os governos estaduais e federal já anunciaram algumas medidas.

 

Perdas no Núcleo do Deral em Toledo

Município

Soja

Milho

Santa Helena

68%

50%

Marechal C. Rondon

60%

30%

Guaíra

50%

20%

Palotina

50%

40%

Assis Chateaubriand

35%

25%

Toledo

30%

12%

 

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