Salvador López Becerra, diretor do Instituto Cervantes de Curitiba, instituição parceira na realização da mostra, explica que a coleção satiriza a sociedade espanhola do fim do século XVIII, especialmente da aristocracia e do clero, do sistema de valores, do imobilismo dos costumes e da superstição. “É com Os Caprichos que Goya se consagra como o grande mestre da gravura”, afirma Becerra.
A diretora do museu, Estela Sandrini, chama a atenção para o fato de que Goya, um requisitado e consagrado pintor, migrou para a gravura, modalidade artística em que se revelou tão talentoso como no uso de pincel e tinta sobre as telas. “Goya elaborou narrações, e essas narrativas visuais apresentam, lado a lado, opostos, donzelas e monstros. Amor, dor e morte, temas perenes se evidenciam nas cenas que o artista divide entre um escuro sombrio e um claro volumoso”, diz Estela.
Na avaliação de Estela, que também é artista visual, os Caprichos são misteriosos e contêm segredos que atravessam os séculos a seduzir, a provocar e a desafiar mulheres e homens: “Os não ditos dessas gravuras dizem respeito até demais à nossa complexa condição, demasiadamente humana”.
Becerra lembra que os críticos afirmam que Goya é um dos precursores da arte moderna. “Desta forma, é óbvio comprovar como Os Caprichos influenciaram gerações de artistas de movimentos tão díspares como o romantismo francês, o impressionismo, o expressionismo alemão e o surrealismo”, afirma.
Fonte: AENotícias
PARA PENSAR: Pena que a descentralização da cultura ficou só na promessa!!!