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PECUÁRIA

Decretado estado de emergência; produtores devem discutir alternativas

O Município de Toledo decretou, nesta quinta-feira (02), situação de emergência diante das perdas registradas na agricultura neste ano. Atualmente, os produtores da cidade registraram uma perda média de 60% no soja, sendo que nas regiões Norte e Oeste de Toledo há um aumento para 80%. No mês passado, o Estado do Paraná decretou situação de emergência em 137 cidades, buscando agilizar o atendimento aos produtores atingidos pela estiagem que assola o Estado desde novembro de 2011. A Secretaria Estadual da Agricultura e Abastecimento estima que a estiagem comprometeu 11,5% da safra de verão, prevista em 22,13 milhões de toneladas, o que significa um prejuízo financeiro de R$ 1,52 bilhão.

02/02/2012 - 16:58


Há algumas semanas, o Deral estimava que a quebra na produção de verão teria um prejuízo de mais de R$ 418 milhões nos vinte municípios da abrangência do Núcleo de Toledo. Contudo, se o núcleo de Cascavel fosse contabilizado este valor poderia chegar a R$ 1 bilhão.

Ainda em janeiro, os ministérios da Agricultura, Integração e Desenvolvimento Agrário, liberaram um pacote de medidas de ajuda aos agricultores de R$ 400 milhões e R$ 1 bilhão para pagamento de seguro agrícola.

Emergência

O secretário municipal da agricultura, Eloir Pape, explicou que o decreto de emergência agiliza o processo burocrático para a liberação de recursos Federal e Estadual ao Município. “Definido os benefícios destinados a região pelo Governo Estadual ou Federal, nós estaremos aptos a recebê-los”.

Ao ser questionado se diante deste decreto os produtores poderão enfrentar dificuldades no custeio da próxima safra, Pape respondeu que a situação de emergência não gera custeio, pois este é realizado por meio de um crédito do Banco Central. “O estado de emergência pode possibilitar aos agricultores o prorrogamento ou a flexibilização dos prazos para o pagamento das dívidas”.

De acordo com o presidente do Sicredi, Círio Kunzler, este decreto abre o caminho para que o produtor possa realizar uma renegociação com as entidades financeiras. “Os produtores solicitaram o pedido do seguro ProAgro. Inclusive uma unidade nossa em Vila Nova 100% dos processos já foram solicitados. Há um investimento que os nossos associados fizeram no campo, não estão colhendo e estão precisando acertar o que pegaram e a sobra para continuar vivendo não vão ter. Mas como instituição financeira nós devemos estar atentos para auxiliar para que produtor supere esta etapa”.

Perdas

Com relação as perdas, o secretário da agricultura e abastecimento, relatou que os produtores estão decepcionados. Ele exemplificou citando que tem agricultor que está colhendo entre 28 a 30 sacas por alqueire. “Este cenário tem causado ao agricultor um estado emocional negativo. Esperamos que como a agricultura é uma tecnologia a céu aberto que tenhamos uma condição boa de safrinha para que o produtor em poucos meses esqueça esta lastima e consiga colher uma boa safrinha tentando equilibrar as suas finanças”.

Segundo Pape, a perda na safra do milho verão chega a 30%, ou seja, cerca de 9 mil quilos por hectare, o Município deve colher em torno de 6,7 mil quilos por hectare. “Estas situações afetam a indústria de ração, pois se levar em consideração que o principal suplemento é o milho e ele poderá ser comprado em outros locais, isto pode elevar os custos. Além que, o milho e o soja devem sofrer um aumento em seu preço e eles compõem aproximadamente 85% da ração. Por sua vez, estes custos serão embutidos no valor da carne. Logo, o consumidor também será atingido”.

Conforme Pape, outro setor que está sendo afetado com a estiagem é a produção leiteira. Ele explicou que perante a seca das pastagens, os produtores tiveram que alimentar o gado com a silagem desta safra. “Atualmente temos uma redução de 10 a 12% na produção. A preocupação é que se o Município registrar um inverno seco poderá faltar silagem e os produtores já utilizaram o produto estocado para alimentar os animais nesta estação”.

VBP

De acordo com Pape, esta queda registrada no Município não deve interferir no impacto no valor do Valor Produto Bruto (VPB), pois foi liberada a exportação de suínos para os EUA, o que pode ocasionar uma reação no preço do suíno. “O soja representa apenas 8% do VBP do Município”.

Na assinatura, estiveram presentes representantes do Sindicato Rural de Toledo, Secretaria de Estado de Abastecimento e Agropecuária (Seab), cooperativas, técnicos e empresas. Uma nova reunião está marcada para a próxima terça-feira (07) para fazer uma nova avaliação sobre o cenário com as empresas de planejamento e as que remetem os insumos.

**Distribuição de sacas de milho**

O prazo para o pedido de três sacas de milho para o plantio da safrinha foi encerrado no último dia 31. O quesito para fazer este pedido era o agricultor não possuir nenhum financiamento da safra e que possuíssem até 20 hectares. Segundo Pape, o Município vai distribuir 240 sacas de milho. O número de inscritos totalizou aproximadamente 87 produtores, destes 13 ou 14 não se enquadram ao quesito e há ainda a falta de 16 ou 18 sacas.

 

Por Graciela Souza

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