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GERAL

Impasse da demolição da Gruta Nossa Senhora de Lourdes chega ao fim. Nova edificação deve ser entregue em até seis meses

No dia 23 de agosto de 2011, a Gruta Nossa Senhora de Lourdes, localizada na Vila Becker, em Toledo, foi ao chão. A obra construída com pedras por pioneiros de Toledo fez com que uma comunidade e a população em geral do Município se mobilizasse para que os fatos fossem esclarecidos e algo fosse feito. O caso chegou a Promotoria do Dr. Giovani Ferri e, partir disso, ele organizou várias reuniões para discutir o assunto. Algumas produtivas, outras nem tanto. Contudo, após seis meses de discussão sobre a demolição, nesta sexta-feira (03), o Ministério Público, o Município, o Instituto Ambiental do Paraná (IAP) e o Seminário Verbo Divino (Sverdi) assinaram o Termo de Ajustamento de Conduto (TAC). O Promotor Giovani Ferri relatou que houve um acordo entre as partes envolvidas e a nova gruta deve ser entregue em até seis meses. A gruta será construída na área de utilidade pública e terá o tamanho de 48,80 metros quadrados. O responsável pela edificação será o Seminário. A obra deverá custar entre R$ 80 a R$ 100 mil. Ferri disse que o projeto está concluído e falta somente a parte estrutural. Ele acredita que nos próximos dias deve começar a construção. No entanto, o advogado do Seminário, Fabiano Bordignon, informou que o Sverdi tem o prazo de até 120 dias para o início da obra.

03/02/2012 - 23:01


O Promotor de Justiça, Giovani Ferri, afirmou que conseguiu solucionar os três impasses após a demolição da gruta: o patrimônio histórico de Toledo perdido; a retomada do processo de loteamento que estava paralisada e a liberação para a construção do Museu. Ferri lembrou que se não fosse solucionado este problema havia o risco do Município perder a verba de R$ 1,5 milhão para a construção do museu. “Ninguém imaginava que a demolição de uma pequena obra de cerca de 50 metros quadrados iria paralisar um processo de loteamento, a construção de um museu e o processo de licenciamento de um loteamento”.

Ferri esclareceu que a Promotoria não aprovou o loteamento. “Na última, o Seminário estava exigindo condições impossíveis de serem pactuadas pelo Ministério Público ou o Instituto Ambiental do Paraná (IAP). Eles queriam condicionar a construção da gruta à aprovação do loteamento, porém não foi aceito. A partir de agora, o processo de loteamento vai ter segmento dentro de seus trâmites normais. Nós autorizamos a retirada de árvores, porém elas serão compensadas em dez vezes.”

Meio ambiente

Para a chefe do escritório do Instituto Ambiental do Paraná (IAP) de Toledo, Maria da Glória Pozzebom, hoje é um momento histórico. “Quando houve a demolição da gruta estava protocolado no IAP o licenciamento do loteamento, a retirada de árvores e a abertura de ruas e o Promotor Ferri solicitou que os três protocolos fossem suspensos até este acordo e nós acatamos”.

Maria esclareceu que o IAP entendeu que a maioria das árvores daquela área é exótica e, por isso, solicitou o dobro da área florestal. “É a recuperação histórica da gruta, mas também um ganho ambiental”. Ela acrescentou que da primeira área serão retiradas 143 árvores e plantadas 1.430 e da segunda área, 166 árvores serão arrancadas e plantadas 1.660.

Desapropriação

Em sua explanação durante a assinatura do TAC, o advogado do SVerdi, Fabiano Bordignon, lembrou que a Prefeitura de Toledo – na época da discussão do demolição da gruta - editou um decreto de desapropriação da área integral da Sverdi. “O Seminário não concordou com esta atitude, porque ele seria desalojado, despejado. Nós entramos com uma ação requerendo a unidade deste decreto. Discutimos na justiça e paralelo a isso, os técnicos da prefeitura chegaram a um consenso que o Município não precisaria de toda aquela área e houve um acordo no sentido de diminuir a área de desapropriação. Assim, o Seminário continua com uma área possível de edificar um novo Seminário e uma área que poderia no caso revender para ganhar uma renda para investir na manutenção enquanto entidade religiosa”. Ele ainda agradeceu o acordo firmado entre as partes e falou que hoje é uma data importante para comunidade. “É um dia de alívio e comemoração. O Ministério Público soube ouvir a população, o Município e o Sverdi”.

Para o morador, Silvino Dal Bosco, a autorização para a construção da nova gruta representa uma vitória da comunidade. “Depois daquela confusão, hoje existe a expectativa de poder reinaugurar a gruta. É um momento emocionante esta vitória. Esta vitória não é só minha é do povo. Agradeço a todas as pessoas envolvidas que se manifestaram em sinal de protesto. Agradeço ao Promotor Ferri que manteve o seu idealismo em favor da comunidade”.

Ao ser questionado se a comunidade estava de acordo com o novo projeto da gruta. Ele respondeu que sim, mas complementou que a gruta será semelhante a outra, mas não será a mesma. “Vamos tentar com que o povo acredite de fato e continue fazendo suas orações e que a fé cresça a cada dia mais”.

A arquiteta Andrea Becker agradeceu a brava luta do Promotor, porque para ela foi ele que comprou o sentimento da comunidade e foi alguém que conseguiu entender a dor daquelas pessoas. “É uma lição. O acordo de hoje mostra o poder da comunidade. A gruta foi perdida, mas em compensação, ela vai voltar numa nova forma. A história que está sendo resgatada é de todos”.

Para lembrar

No dia 22 de agosto, a comunidade da Vila Becker se reuniu na Associação de Moradores para buscar meios para que a Gruta Nossa Senhora de Lourdes do Seminário Verbo Divino não fosse destruída. Entretanto, aquela reunião foi em vão, pois no dia 23 de agosto, o dia nem tinha amanhecido e a Gruta estava no chão. A atitude gerou tristeza e indignação a aquela comunidade de fé que tinha a Gruta como um local de oração, devoção e união para muitas famílias. Na época, a Casa de Notícias apurou que houve um acordo judicial com a Prefeitura Municipal para desapropriação de parte da área, no entanto, o local onde estava a gruta ficou liberado para comercialização e o município receberia parte desta área onde se pretendia construir a sede do Museu e a ordem para destruição teria vindo do Seminário do Verbo Divino (SVERDI).

No dia 25 de agosto, o Promotor de Justiça, Giovani Ferri, convocou uma reunião para discutir sobre o assunto e no dia 1º de setembro, o MP emitiu uma nota oficial informando que o Seminário Verbo Divino se comprometia em reconstruir a gruta

No dia 07 de dezembro, o Promotor de Justiça, Giovani Ferri, realizou uma reunião envolvendo a comunidade e os representantes do Seminário Verbo Divino (SVERDI) para dialogarem sobre a reconstrução da Gruta Nossa Senhora de Lourdes e os trâmites do processo de loteamento do local. No entanto, o advogado da SVERDI, Fabiano Bordignon, apresentou algumas alterações no TAC proposto pelo Promotor. A cláusula terceira foi motivo de discussão entre as partes. O Seminário sugeriu, na época, que a reconstrução da Gruta aconteça após a aprovação do loteamento e a venda de dois lotes para ter o dinheiro para a realização da obra. O que não foi aceito pelo Promotor e uma nova discussão teve início a partir daquele dia.

Por Graciela Souza

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