De acordo com Oliveira, o resultado do mês passado “não foi uma surpresa”, porque muitos brasileiros iniciam o ano com gastos extras com impostos, despesas escolares e de férias e dívidas do cartão de crédito feitas no Natal, por exemplo. Além disso, segundo ele, a inflação mais alta reduz o poder de compra e isso também faz com que os brasileiros retirem dinheiro da poupança. Para Oliveira, pelo menos até fevereiro o comportamento dos investidores em poupança deve ser mais sacar do que depositar recursos.
Na avaliação do vice-presidente da Anefac, para pequenos valores, até R$ 5 mil, vale mais a pena deixar o dinheiro na poupança do que pensar em outras aplicações. A vantagem da poupança está no fato de que não é cobrada taxa de administração, nem Imposto de Renda (IR). A remuneração é a Taxa Referencial (TR) mais 6% ao ano. Mas é preciso deixar o dinheiro aplicado por um mês para receber a remuneração.
De acordo com Oliveira, com a expectativa de mais reduções da taxa básica de juros, a Selic, este ano, a poupança deve ficar cada vez mais atrativa em relação a fundos de renda fixa. Esses fundos usam a Selic como referência. “Quanto menor for a Selic, mais atrativa fica a poupança na comparação com os fundos de renda fixa.”
As aplicações em fundos de renda fixa são tributadas em 22,5%, quando o prazo é até 180 dias (seis meses); em 20%, com prazo entre 181 até 360 dias; em 17,5%, com prazo de 361 até 720 dias; e em 15%, com prazo acima de 720 dias. Além disso, os fundos de investimentos cobram uma taxa de administração para gerenciar as aplicações.
Segundo Oliveira, atualmente, com a Selic em 10,5% ao ano, só vale a pena deixar dinheiro aplicado em fundos de renda fixa quando a taxa de administração estiver abaixo de 1,5% ao ano e o prazo de resgate for longo. Pelos cálculos do especialista, com a taxa de administração em 1%, com resgate entre um e dois anos (alíquota de IR de 17,5%), a aplicação vai render (0,62% ao mês), portanto um pouco acima da poupança (0,61%). No caso de resgate acima de dois anos (15% de alíquota de IR), o retorno passa para 0,64%. Em todas as outras situações, em que o tempo de resgate é menor, a poupança é mais atrativa.
Na simulação com a taxa Selic em 9,75% ao ano, a rentabilidade dos fundos de renda fixa é igual à da poupança no caso de a aplicação ser resgatada depois de dois anos de investimento (0,61%), com taxa de administração de 1% ao ano.
No último dia 26, em ata do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, responsável por definir a Selic, a autoridade monetária indicou que há “elevada probabilidade” de a taxa básica ficar em um dígito, ou seja, abaixo de 10% ao ano.
Segundo avaliação de Oliveira, a Selic em queda traz ao governo a preocupação de que haja uma migração de investidores para a poupança. Por isso, o governo pode decidir mudar a remuneração da poupança. Em 2009, quando houve queda da Selic, o governo chegou a anunciar que iria tributar rendimentos da poupança, mas depois desistiu da ideia.
Da Agência Brasil
GERAL
Retiradas da poupança devem aumentar neste início de ano, prevê Anefac
As despesas de início do ano devem levar os brasileiros a retirar recursos da poupança no começo de 2012, apesar de esse investimento estar se tornando cada vez mais atrativo. A avaliação é do vice-presidente da Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac), Miguel de Oliveira. Segundo dados do Banco Central (BC), divulgados ontem (6), os saques em caderneta de poupança superaram os depósitos em R$ 2,838 milhões, em janeiro. A poupança não registrava captação líquida negativa desde maio de 2011 (R$ 1,301 bilhão). Esse foi o pior resultado para meses de janeiro desde 2009, quando foram registrados R$ 486,630 milhões de captação líquida negativa.
Mais lidas
- 1Toledo recebe o Programa Estadual Crianças no Teatro
- 2SMDH e CMDI iniciam qualificação no atendimento às pessoas idosas
- 3Estudantes de Toledo se divertem com o espetáculo “A Galinha Pim-Pim”
- 4Rio Grande do Sul tem cinco barragens em situação de emergência
- 5Inscrições encerradas: Conferência de Empregabilidade tem número recorde de inscritos e vai discutir ambientes de trabalho estratégicos e saudáveis
Últimas notícias
- 1Toledo e Garanticoop lançam nova linha de crédito para MEIs e microempresas
- 2Número de desalojados dobra em 24 horas no Rio Grande do Sul
- 3Reconstruir infraestrutura atingida por chuvas no RS custará R$ 19 bi
- 4Conferência de Empregabilidade reúne palestrantes, RHs, convidados e líderes em Marechal Candido Rondon
- 5Boletim mensal de Covid-19 aponta queda no número casos, mas confirma mais dois óbitos em Toledo