Casa de not%c3%adcias 1144x150

GERAL

Livro que resgata cultura de municípios lindeiros ao Lago Itaipu será lançado em Foz

Um trabalho coletivo que agrega criatividade, multiplicidade cultural e resgate histórico, de uma região bastante conhecida do oeste paranaense, será apresentado oficialmente na próxima semana. Agora, oito dos municípios que compõem a região lindeira ao Lago Itaipu têm registrado, em um livro, um pouco de seus costumes, origens e identidade, representados por meio da arte e do artesanato local.

01/03/2012 - 12:04


O lançamento da obra, intitulada “O Sol é Lindeiro”, acontece no dia 8, às 19h, no auditório Cesar Lattes, que fica dentro do Parque Tecnológico Itaipu (PTI), em Foz do Iguaçu. O evento, de apresentação da publicação, pretende reunir os mais de 80 artesãos que ajudaram a compor as 180 páginas, além da imprensa regional, equipe técnica, representantes de entidades ligadas à cultura e demais parceiros e artesãos envolvidos com o Ñandeva - Programa Trinacional de Artesanato.
Segundo a consultora do Sebrae/PR, Ana Lúcia de Sousa, a publicação é o resultado de uma das etapas do Programa, a realização das Oficinas Criativas nas cidades de Foz do Iguaçu, Guaíra, Itaipulândia, Marechal Cândido Rondon, Medianeira, Santa Helena, Santa Terezinha de Itaipu e Pato Bragado. “Nas oficinas, os artesãos da cidade, acompanhados por uma profissional de design, eram instigados a resgatar a história local e criar peças específicas, com características do município”, explica a consultora.
“As descobertas, nos momentos da oficina, foram incríveis. Com isso, os artesãos passaram a criar peças que representam a cidade onde moram, com uma identidade única, repleta de história e cultura. Dessa maneira, quando o turista adquire uma peça dessas cidades, que participam do Ñandeva, levam para casa não só um artefato feito à mão, mas algo que conta a história local, uma vez que o artesão incorporou sua própria cultura nas peças”, enfatiza Ana Lúcia de Sousa.
O livro “O Sol é Lindeiro”, complementa a consultora do Sebrae/PR, retrata os processos dessas oficinas criativas, as descobertas históricas dos artesãos e as imagens do produto final, das peças feitas a partir do resgate cultural dos municípios. “O livro fecha um ciclo, de aprendizado e conquista. E, principalmente, registra a metodologia e serve de exemplo para que outros municípios possam aplicar as mesmas técnicas para o artesanato, nacional ou internacionalmente.”

Tecnologia social
A gerente do Centro de Tecnologias Sociais para o Mercosul e ex-coordenadora do Programa Ñandeva Ana Cristina Nóbrega acrescenta que as oficinas criativas duraram cerca de um ano e meio, com aproximadamente 80 horas de trabalhos em cada um dos municípios representados no livro. “Quando falamos na costa-oeste do Paraná, imaginamos uma região única, mas a ideia foi justamente resgatar e dar visibilidade às características que diferenciam um município do outro”, comenta.
No livro, destaca Ana Cristina Nóbrega, está contida a identidade de oito municípios, mas a metodologia está disponível para ser compartilhada e reaplicada em outras cidades ou em outros estados. “Esse foi um projeto-piloto, experimental e que já rendeu muitos frutos. Percebemos que, junto com a produção artesanal, vem uma importante opção de geração de renda e, principalmente, o fortalecimento da autoestima, com um sentimento de pertencer ao lugar, com o que é legítimo. Ao falar da trajetória do artesanato em cada cidade, o livro faz ainda menção a alguns artesãos de destaque, que pela sua produção significativa para o município, possuem um reconhecimento regional”, relata Ana Cristina.
Com base nas dinâmicas das oficinas criativas, o Programa Ñandeva foi inscrito no Prêmio Fundação Banco do Brasil de Tecnologia Social e reconhecido, em 2011, como um dos três programas certificados da região sul do Brasil. Assim, com metodologia certificada com o selo de Tecnologia Social pela Fundação, pode ser repassada para todo o Brasil. No total, 1.116 projetos concorreram ao Prêmio nacionalmente.
“Para a região, o livro demonstra o que foi realizado nas cidades, a iconografia, a identidade cultural de cada uma delas. É a documentação do trabalho dos artesãos e o reconhecimento de seus trabalhos. Já a premiação mostra o quanto os esforços foram e serão importantes”, assinala a coordenadora do Programa Ñandeva no Brasil, Sandra Finkler.
“Pequenas sementes foram plantadas para que novas ações surjam e deem continuidade ao trabalho”, projeta Sandra Finkler ao afirmar que, nos próximos meses, o livro também terá versão online, no site do Ñandeva (www.nandeva.org), para livre consulta de toda a comunidade.

Encontro
O lançamento oficial do livro, reforça Ana Lúcia de Sousa, do Sebrae/PR, faz parte da programação do IX Encontro Trinacional de Artesanato Ñandeva, realizado até três vezes por ano, cada vez em um dos países que compõem o Programa. “Esse será o primeiro encontro de 2012, marcado para os dias 8 a 10 de março. Na programação, além do lançamento do livro, estão palestras e oficinas integradas e visitas técnicas na cidade-sede, no caso, Foz do Iguaçu”, salienta.
Como o Ñandeva tem abrangência trinacional, diz a consultora, a ideia é integrar atividades que possam ser utilizadas pelos três países, sem mexer, neste momento, com as particularidades. “Outro objetivo dos encontros coletivos é fazer com que os artesãos conheçam as cidades que fazem parte do Programa. Em Foz, visitarão o Parque Itaipu, o Ecomuseu e o Refúgio Biológico, por exemplo. É importante que se reconheçam tanto como grupo, quando em suas características distintas”, aborda.
O IX Encontro Trinacional de Artesanato Ñandeva inicia no próximo dia 8, com abertura oficial seguida do lançamento do livro “O Sol é Lindeiro”, assinatura do acordo de resultados de 2012 e coquetel. Na sexta-feira, dia 9, os artesãos passarão o dia em atividades, oficinas e palestras no PTI e, no sábado, pela manhã, farão os passeios para conhecer alguns dos atrativos de Foz do Iguaçu. A programação termina com almoço de integração e entrega de certificados.

Gestores
O Conselho Gestor do Programa Ñandeva é formado pela Fundação Parque Tecnológico Itaipu Brasil (FPTI BR); Sebrae/PR;  Fundacion Artesanias Misioneras (FAM), entidade gestora do Programa na Argentina; Universidad Nacional de Misiones (UNaM); Conselho de Desenvolvimento dos Municípios Lindeiros ao Lago de Itaipu, entidade gestora no Brasil; Centro de Cultura e Tecnologia para o Artesanato (CCTA); Fundação Parque Tecnologico Itaipu Paraguai (PTI PY), entidade gestora no Paraguai; e Instituto Paraguayo de Artesanía (IPA).

Da Assessoria

Sem nome %281144 x 250 px%29