A consultora do Sebrae/PR em Toledo, Deborah Steiner França, observa que as mulheres estão mais preocupadas em contar suas histórias, mostrar o que fizeram e qual foi o caminho percorrido para estruturar seus negócios. “É comum ater-se tanto com as atividades do dia a dia e deixar de pensar na trajetória do negócio. Sabemos que empreender no Brasil não é fácil e que algumas situações levam o empreendedor a pensar em desistir. Então, o reconhecimento dá mais motivação para seguir em frente e buscar novas oportunidades para as empresas”, afirma.
Vera Lucia Scanagatta de Oliveira, da Catarinense Garder Center – Arborização Sempre Verde, empresa com sede em Cascavel, foi uma das finalistas. A empresária relembra que, no início da empresa, há 21 anos, um dos desafios foi aquisição de uma linha telefônica. “Quando decidimos montar a empresa, eu e meu marido éramos namorados. Nos encantamos por paisagismo porque toda a família dele já atuava nesse ramo. Para conseguir um telefone comercial, eu pagava uma prestação e ele outra”, recorda.
Segundo ela, a abertura da empresa era uma grande oportunidade de negócios na região, pois não havia muitas empresas especializadas em paisagismo naquela época. “Desde o início do negócio, trabalhamos sempre com a certeza de que iria dar certo. Era nosso projeto de vida. Uma das razões que nos levou ao sucesso foi ouvir o cliente e analisar o que ele pedia. Estamos sempre antenados nas tendências e nos últimos lançamentos. Hoje, no mundo empresarial tudo se tornou muito urgente. O que aprendi como empresária foi que vencedores nunca desistem”, incentiva Vera Lucia de Oliveira.
Nos próximos dois anos, a fundadora da empresa planeja investir em mobiliário para piscinas e jardim. Atualmente, a Catarinense Garder Center emprega, em média, 150 funcionários, sendo 100 permanentes.
Além de Vera Lucia Scanagatta de Oliveira, foram reconhecidas, na categoria Pequenos Negócios: Maria Lucia Silveira, do Atelier Lucinha Silveira (Cascavel); Marcia Cristhina Teixeira – da Pequeno Anjo (Cascavel) e Marise Damke, da Damke Móveis (Itaipulândia).
Negócio coletivo
Elizangela de Paula Kuhn, ex-presidente da Associação Comercial e Industrial de Foz do Iguaçu (ACIFI) foi outra finalista do Mulher de Negócios. Ela representou a região oeste na Categoria Negócios Coletivos. Foi incentivada a contar como a ACIFI auxiliou os empreendedores individuais da região a desenvolverem seus negócios, pela equipe do Sebrae/PR do escritório de Foz de Iguaçu e pela assessoria de imprensa da ACIFI.
“Fui a primeira mulher a presidir uma entidade com 60 anos de história e, por isso, tive que vencer alguns desafios. Diferente de uma empresa, em uma associação a tomada de decisão precisa ser mais democrática, envolvendo mais pessoas. A vantagem é que a chance de acertar é maior. Decidi contar o trabalho feito com os empreendedores individuais em Foz do Iguaçu para que pudesse servir de exemplo para outras associações”, afirma.
Em sua gestão, Elizangela de Paula Kuhn lutou para que o empresário de pequena empresa se sentisse dono da associação. “Os desafios foram conciliar três objetivos: a prestação de serviços aos associados, a profissionalização da gestão interna da entidade e os trabalhos em prol da sociedade local e do desenvolvimento regional. Fiquei muito feliz em ser uma das finalistas e por poder representar minha cidade e a região oeste na categoria”, declarou.
Atualmente, a finalista é membro do Comitê Gestor da pequena empresa da ACIFI e coordena alguns projetos ligados ao Parque Tecnológico Itaipu (PTI).
Resultado final
Giane Marisa Borges, da Reciclar – Associação dos Catadores de Materiais Recicláveis venceu a etapa estadual na Categoria Negócios Coletivos e a empresária Juliana Sanches, da Dancing Patinação, conquistou a Categoria Pequenos Negócios. A cerimônia da entrega da etapa estadual do Prêmio Sebrae Mulher de Negócios aconteceu em Curitiba, na última segunda-feira, dia 5. O concurso, desde 2004, reconhece histórias de mulheres que encontraram no empreendedorismo uma fonte de renda e de transformação social.