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EDUCAÇÃO

Professores estaduais de Toledo paralisaram as atividades nesta quinta

Nesta semana, os professores de escolas públicas municipais e estaduais do Brasil organizaram mobilizações para cobrar o cumprimento do piso nacional do magistério, entre outras reivindicações. Os educadores do Paraná optaram por paralisarem as atividades somente nesta quinta-feira (15) por já terem realizado uma mobilização em fevereiro. A lei que rege o piso nacional do magistério foi criada em 2008 e determina um valor mínimo que deve ser pago a professores com formação de nível médio e jornada de 40 horas semanais. Para este ano, o valor foi definido em R$ 1.451, mas alguns estados e municípios pagam menos do que determina a regra.

15/03/2012 - 14:00


O Governo do Paraná argumenta que o Estado está pagando 20% a mais do que o piso nacional, mas para a integrante da direção Estadual da APP-Sindicato, Valquiria Olegário Mazeto, há alguns contrapontos que precisam ser analisados. Segundo ela, o piso nacional estabelece a entrada para o magistério na carreira, ou seja, quem ingressar com magistério deve receber R$ 1.451 e os professores com Ensino Superior recebem R$ 1,7 mil. “A Lei diz que o profissional que ingressar com magistério deve ganhar R$ 1.451 por 40h trabalhadas. O piso foi reajustado em 22,22%. No entanto, no Paraná o valor é de R$ 1.022. Há uma diferença de 18,67% entre o que ganhamos e o que o piso estabelece. Qual o problema de dizer que estamos ganhando a mais? Porque só corrige o piso daquele que ganha menos mesmo existindo um piso, o qual significa o mínimo. O piso de ingresso (Ensino Superior) se fosse equiparado com os demais servidores que entram com ensino superior e, neste caso, a diferença seria de 56%”.

Valquiria afirmou que o Governo do Estado está com a intenção de confundir a sociedade. “Porque quando se repete algo muitas vezes, as pessoas acabam acreditando naquilo. A negociação com o Governo é sempre algo difícil, porque são posições diferentes. A visão do gestor nem sempre é igual a do educador ou de quem usa ou de quem está do outro lado da situação. Nós temos avançado com este Governo em algumas questões, mas em outros não. Nós conquistamos o recebimento da equiparação salarial. Recebemos uma primeira parcela no ano passado. Temos avançado nas negociações em virtude da luta e organização dos trabalhadores, do que da boa vontade do Governo”.

Além de cobrar o cumprimento da Lei do Piso, a paralisação nacional também defende o aumento dos investimentos públicos em educação. A CNTE quer que o Plano Nacional de Educação (PNE), que tramita na Câmara dos Deputados, inclua em seu texto uma meta de investimento mínimo na área, equivalente a 10% do Produto Interno Bruto (PIB), a ser atingida em um prazo de dez anos. Atualmente, este valor chega a 7%.

O coordenador da APP-Sindicato, núcleo Toledo, Amauri Link, ainda citou que os professores reivindicam pela adequação dos Planos de Carreiras, para que quando estiverem formados tenha uma progressão da carreira e lutam por um terço de hora atividade. Segundo ele, atualmente, o Estado garante apenas 20% e o piso estabelece que é 33%. Outra reivindicação é na área da saúde. “Os educadores lutam por um novo sistema de saúde. Muitos professores encontram dificuldades no agendamento de consultas. O Estado paga um valor “x” para o estabelecimento de saúde para atender toda a região. É ilógico, porque quanto menos atendimento o hospital fizer, maior será o seu lucro. Ele está precarizado ao limite”.

O chefe do NRE de Toledo, Léo Inácio Anschau, disse que o Governo do Estado procurou conhecer os serviços de saúde de vários municípios que são destaques para elaborar um novo projeto de saúde os educadores e aos demais servidores. “É uma discussão que está acontecendo entre a APP-Sindicato e a Secretaria de Educação. Ambos estão buscando contemplar com mais eficiência este assunto”.

Link é a favor de um investimento massivo na educação. “Com este cenário, os professores conseguem desenvolver um ótimo trabalho, porém se eles tiverem uma estrutura melhor, o professor vai conseguir realizar um atendimento ainda melhor, tanto de estrutura material, física, e todas as formas possíveis”.

O chefe do NRE de Toledo, Léo Inácio Anschau, relatou que as reivindicações dos professores visam uma escola com mais autonomia. “Esta também é uma finalidade nossa e iremos apoia-los para realizarem um bom trabalho”.

Encontro

Os educadores do Núcleo Regional de Educação de Toledo (NRE) realizaram uma caminhada pelo centro da cidade e uma comissão apresentou a pauta de reivindicação ao chefe do NRE, Léo Anschau. No encontro, a comissão discutiu uma pauta específica do NRE de Toledo, a qual tratou sobre os dez dias de parada para a Formação Continuada e Pedagógica.

Conforme Link, anualmente os professores devem ministrar 800h aulas para os estudantes. Em média restam estes dez dias e o NRE enviou uma planilha para que cada diretor informasse os dias em que seriam realizadas as compensações. “O entendimento está errado. Está proposta está inócua. O NRE trata como se os professores não estivessem cumprindo com as horas aulas e isto é uma inverdade. Diante disso, nesta sexta-feira (16), será realizada uma reunião com os diretores do NRE de Toledo para discutir este assunto”.

Para o chefe do NRE de Toledo, Léo Inácio Anschau, aconteceu uma interpretação diferente da que seria a proposta. “A planilha foi interpretada de forma errada, mas discutiremos este assunto nesta sexta-feira para sanarmos esta questão”.

Na próxima semana (data a definir), uma comissão vai se reunir com o Estado. No dia 31 de março (sábado) os professores participam da Assembleia da Categoria em Curitiba para definir as novas deliberações dos itens da pauta e dependendo do resultado da reunião com o Estado, será feito um indicativo de greve.

 

**Violência nas escolas**

A integrante da direção Estadual da APP-Sindicato, Valquiria Olegário Mazeto, disse que a categoria tem debatido sobre a violência na escola. Entretanto, ela considera que existe divergência com o que é trabalhado e o que é divulgado. “Vou afirmar que as nossas escolas não são violentas, e sim, temos uma violência generalizada na sociedade que pode – em alguns casos – se refletir na escola. Nós discutimos a segurança em torno da escola, as condições de trabalho dentro da escola, porque o aluno de hoje não é o mesmo de alguns anos atrás. Não concordo com a fala generalizada de que a escola é violenta. A violência é da sociedade que ronda a porta da escola e este debate nós fizemos com a categoria e com a sociedade”.

 

Por Graciela Souza

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