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Sessão da Câmara acirra o debate de projetos políticos

A sessão da Câmara de Vereadores, na tarde de segunda-feira, foi o retrato perfeito de um ano eleitoral. A cada ponto discutido, a disputa de modelos, de projetos, visões de desenvolvimento e gestão. Em discussão segurança pública, saúde, geração de emprego e renda, polêmica sobre viagem de vereadores, questionada no Ministério Público, o que desencravou ranços politiqueiros desde 2008. Mas teve também um clima mais amistoso que foi o prolongamento dos discursos da Cerimônia de assinatura do contrato para a construção do Hospital Regional, finalmente acabou a disputa da paternidade e prevaleceu o reconhecimento que a obra é resultado do esforço de todas as forças políticas. Acompanhe as notas da Câmara, desta semana.

27/03/2012 - 15:09


SEGURANÇA PÚBLICA I

Segurança pública foi tema recorrente na tribuna da Câmara na segunda-feira. Os moradores dos distritos de Novo Sarandi e Vila Nova estão inconformados com a retirada dos postos policiais que estavam lá desde sua fundação e consequentemente tem cobrado os seus vereadores, em especial, porque os amigos do alheio estão muito confortáveis com a retirada dos policiais. A decisão do governo do estado de retirar os policiais é pautada na desculpa que tem pouco efetivo. A lógica de descobrir um santo para cobrir outro, como diz o ditado popular, não resolve o problema e ainda tem cheiro de politicagem. E ainda não dá pra entender porque no oeste, na fronteira é o santo escolhido pra ficar descoberto. Assim é fácil fazer política.

SEGURANÇA PÚBLICA II

Depois tem vereador que vai a tribuna insinuar que os dados apresentados na pesquisa do BID que apontam que 38,5% da população entrevistada acha que nada mudou na segurança pública e que 28,3% declaram ter piorado e apenas 26,4% dizem que melhorou - é olhar vesgo sobre a pesquisa. Considerando que segurança pública é tema recorrente dos planos de governo de qualquer administração, porque é uma queixa da sociedade, não tem nada de olhar enviesado da Pesquisa. Dizer que 66,8% dos entrevistados declararam que não mudou nada ou ficou pior é o mesmo que dizer que as políticas públicas implementadas agradou apenas 26,4% que declararam ter sentido alguma melhora. Um pouco de humildade senhores! É só olhar para o número de assaltos em farmácias, locadoras, agora nos distritos também, os vândalos no trânsito... Ouçam as reclamações que chegam até vocês e proponham uma ação para isso. Se não é a sociedade que vai achar que o olhar vesgo é dos senhores.

 
SEGURANÇA PÚBLICA III

Só para registrar, embora a ordem de retirar o efetivo partiu do governo do Estado, que é tucano (PSDB), o qual tem como aliados o PP. Vereadores do PP prometerem ir a Curitiba tentar reverter o quadro, claro contam com o apoio dos colegas que não integram o governo Richa.


OUTRO OLHAR

Os vereadores da base da administração municipal esforçaram-se para mostrar que os dados sobre a saúde e segurança pública era um olhar sobre a pesquisa do BID, “que era preciso ter cuidado”. Na pesquisa quando o tema foi saúde 53,9% declararam que não mudou nada ou ficou pior, contra 38,9% que disseram que a saúde melhorou e 7,2% disseram não saber. Vale o mesmo argumento da segurança, mas ninguém está dizendo que nada melhorou. No entanto, 53,9% esperam por melhorias. Ouçam o que o seu colega Ademar Dorfschmidt declarou: “Fui convidado para ir ao Mini Hospital nesta segunda-feira, tinha mais de 150 pessoas aguardando”. Se as estatísticas não são o suficiente, para entender olhem os fatos.


FIRJAN

Ah! mas tem os dados da transparência, investimentos que o município teve excelente desempenho no índice da Firjan. Isto está na matéria da Casa de Notícias, mas aí não são dados para serem olhados com cuidado, não é mesmo? Afinal são dados positivos! Bem partimos do pressuposto que honestidade e transparência são o que se espera de qualquer homem público e para quem acha que está acima da Lei, está aí o MP, o Judiciário, o TCU, a Lei da Responsabilidade Fiscal para lembrá-los. Ficamos felizes com o índice conquistado pelo município e isso nos orgulha, mas não dá para ter ser miopia e não olhar para o outro índice que diz que a geração de emprego e renda está falha.


AGRADAR OU DESAGRADAR

A Casa de Notícias não escreve para agradar ou para desagradar. Só cumpre com sua natureza. Então quando discutirem os temas abordados pela Casa, por favor, leiam a matéria com o olhar de quem quer se informar. Concordar ou discordar é uma consequência, mas argumentem sobre os fatos apresentados tanto se quiserem defender ou criticar. As matérias não são só uma manchete. Os dados tem consistência e estão aí para colaborar com os gestores, de qualquer sigla partidária. Nas matérias em discussão estão presentes todos os dados, que possam agradar ou desagradar, quem pode fazer algo. Para os dados mais difíceis de serem digeridos, como da geração de emprego, os senhores podem recorrer ainda ao IBGE que afirma que: a renda per capita de 44% dos domicílios de Toledo é de até um salário mínimo. Isso não é problema na nossa geração de emprego e renda? Talvez seja preciso olhar para a qualidade dos investimentos senhores gestores.


IR EMBORA OU FICAR

Achar que as críticas são infundadas porque 80% das pessoas declaram que não desejam sair da cidade, é simples de mais. As pessoas não desejam sair da cidade porque nasceram aqui, têm suas famílias, suas raízes, seu trabalho, sua história e porque gostam daqui. Achar que a saúde, a segurança ou a geração de emprego e renda precisa melhorar não significa que você precisa deixar para trás tudo isso, ao contrário, você pode contar com a sensibilidade e inteligência do gestor que pode desenvolver políticas públicas para deixar este lugar ainda melhor. Esta pergunta só reforça o que muitas vezes se ouve de figuras públicas que dizem: ‘quem não gosta que vá morar em outro lugar’, como se a cidade fosse uma fazenda de propriedade de um único homem.


FALAR EM QUEM MANDA

Um pedido de lombada num bairro acirrou os ânimos dos vereadores na sessão de segunda-feira. O João Martins descontente com a ação de um secretário quis responsabilizá-lo pela obra não ser realizada. Rogério Massing, fazendo jus ao cargo que pretende pleitear (vice prefeito na chapa do PP), saiu em defesa dos secretários e resvalou: “Quem manda em Toledo é o S... (um segundo de silêncio), quer dizer, quem manda nos secretários é o Schiavinato. Aqui não é feito nada se não tiver o aval do Prefeito, não é comprado um prego sem a autorização do prefeito”.  Ops... Governo de um homem só? Por que só no último ano estas coisas vêm à tona?  Se a equipe, os partidos que compõe o governo não tem voz e vez porque sustentar?

 
FERVEU O CALDEIRÃO

Uma representação feita pelo ouvidor da Prefeitura, junto ao Ministério Público - MP, contra os vereadores João Martins, Expedito Ferreira (o Gasolina), Paulo dos Santos e Ademar Dorfschmidt fez ferver o caldeirão. O ouvidor no embalo de uma denúncia da imprensa nacional de que um curso realizado em Minas Gerais era fraudulento, entrou no MP pedindo que os vereadores devolvessem as diárias. No entanto, os vereadores alegam que o curso que eles participaram, no mesmo estado, é outro e não se trata do curso denunciado pela mídia nacional. Segundo João Martins, eles têm documentos que comprovam a participação efetiva no curso que teve duração de cinco dias. Até aí tudo bem: um no direito de questionar e o outro no direito de se defender, mas se não fosse a fala do João Martins que resolveu trazer a tona declarações que supostamente o ouvidor teria feito contra o atual prefeito, nas convenções de 2008. Paramos por aqui, são impublicáveis e as palavras e o jogo político revelado é pouco educativo, o mais correto é dizer jogo politiqueiro do vale tudo.

CLIMA AMISTOSO

A assinatura do contrato para a construção do Hospital Regional foi em clima amistoso e finalmente como gente grande todas as forças políticas declararam que a obra é resultado do esforço dos dirigentes te todos os partidos, um empenho suprapartidário. As declarações começaram no palanque do evento e seguiram na tribuna da Câmara, com uma ou outra provocação, mas amistoso. Simples não senhores? Assim parece coisa de gente grande, nem era preciso gastar com outdoors, a sociedade não é ingênua e reconhece que todos fizeram uma parte, mesmo com objetivos diversos, não importa. O importante é que o Hospital Regional é do povo do Oeste, que será pago com os tributos de todos nós. Agora neste mesmo gesto de civilidade a sociedade aguarda o empenho dos senhores para equipar e garantir recursos para gerir o Hospital, independente de quem será governo no município no próximo ano.

 

Por Selma Becker

 

 

 

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