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A dor das feridas em minha face não é maior que a dor psicológica de uma agressão, afirma Amanda

Era para ser um final de semana igual aos outros: reunir os amigos e passear, mas não foi assim para a jovem Amanda Andressa Bonfim. Ela foi agredida por uma pessoa no último sábado, dia 31 de março, em frente a um Posto localizado na avenida Cirne Lima.

02/04/2012 - 20:28


Em conversa com a reportagem, Amanda contou que como estava de salto alto decidiu sentar-se no muro de um posto com os demais amigos. No entanto, segundo ela, o chefe da segurança do estacionamento solicitou (gritando) que se retirasse do local, a qual se recusou, pois ela considerava ser um local público. Ela relatou que mais pessoas estavam sentadas no muro, porém ele chamou somente sua atenção. “Sendo um local público, porque teria que me retirar? Ele me empurrou com os pés e eu caí no chão... Consegui me proteger um pouco com a mão e ainda bati a boca no chão, por pouco não bato a cabeça em um poste. No mesmo instante liguei para o 190. Alguns minutos chegou uma viatura com dois policiais, os quais informaram que deveria fazer um Boletim de Ocorrência (BO) na 20ª Subdivisão Policial de Toledo”.

Então, Amanda dirigiu-se para a Delegacia. “Apertei o interfone e fui informada que deveria retornar nesta segunda-feira, porque a delegacia estava fechada naquele horário”. Hoje, ela retornou e registrou o BO contra o chefe da segurança do estacionamento.

Nesta terça-feira (03), ela fará o exame de corpo de delito no Instituto Médico Legal (IML) de Toledo. “A dor física é menor do que a dor psicológica de ter sido agredida, sendo que não estava fazendo nada errado. Onde está a polícia quando eu mais precisei? O que eles fizeram para resolver o que aconteceu? Simplesmente pediram para eu me retirar do local e hoje fazer um exame de agressão física e fazer um BO contra o agressor”.

Amanda assumiu que já sofreu agressões verbais, mas física é a primeira vez. “Sinceramente, não esperava que isto acontecesse comigo. Vou lutar com todas as minhas forças e não vou deixar impune, porque o que ele fez não tem explicação”. Ela ainda questiona: “Você agrediria uma pessoa sem motivo? Simplesmente porque ela estava sentada em um muro de um posto ou por que ela é uma transexual?”.

Relato de uma amiga

A amiga de Amanda, Nickole Kaefer, disse a reportagem que já teve problemas com o mesmo segurança. “Há uns seis meses, estávamos numa festa de aniversário, a qual teria sido encerrada por ordem de policiais, então resolvemos descer para este local e alguns de nossos amigos como nunca tinham ido lá, não sabiam sobre as regras de não subir no estacionamento do posto. Quando percebemos os três amigos estavam descendo com ele atrás falando que ia meter bala (tiro) em todo mundo! Nisso começou uma discussão entre eu e ele”.

Nickole escreveu em sua rede social que o suposto agressor não aceita ser confrontado. “Ele me xingou de travesti dos infernos e outros nomes. Ele mesmo chamou a polícia que por incrível que pareça, chegou em uns 2 minutos. Na frente dos policiais disse que eu merecia levar umas porradas e também que sabia onde eu trabalhava. As vezes alguns podem achar que escrevo isso pra se passar por coitada. Quem me conhece sabe da minha personalidade ríspida e coitada é algo que jamais fui!”.

O delegado adjunto da 20ª Subdivisão Policial de Toledo, Edgar Dias Santana, confirmou que Amanda registrou o B.O, mas disse que ela preferiu não representar contra o agressor. Entretanto, segundo Santana, ela tem o prazo de até seis meses para mudar a representação. “A outra parte registrou B.O. por difamação, injúria e ameaça. Ambos serão intimados e também ouviremos as testemunhas para darmos continuidade a investigação”.

A Casa de Notícias se coloca ainda a disposição para ouvir a outra parte envolvida.

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