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Opinião: Vacinação

Há uma controvérsia a respeito de alguns pais que se negam a vacinar seus filhos alegando que a vacinação é um interesse da indústria farmacêutica e que faltam informações das autoridades de saúde. Alegam que adotar um estilo de vida saudável é melhor do que serem vacinados. Em 1796, um médico chamado Edward Jenner decidiu provar uma teoria que circulou por algum tempo. A varíola já matara milhões de pessoas no mundo inteiro. 

05/04/2012 - 12:13


 A varíola bovina (vaccinia) era uma doença menos grave relacionada à varíola comum ou humana que os ordenhadores geralmente pegavam mediante a exposição a vacas infectadas. Jenner percebeu que os ordenhadores que contraíam a varíola bovina estavam imunizados contra a varíola humana. Jenner testou esta teoria quando pegou material infectado pela varíola bovina e expôs a um garoto saudável através de um corte em um de seus braços. Depois de o garoto ter adquirido e se curado da varíola bovina, Jenner o expôs à  varíola humana através de uma injeção. O garoto continuou saudável e a primeira vacina do mundo foi criada [1]. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS): “A vacina estimula o corpo a se defender contra os organismos (vírus e bactérias) que provocam doenças. As primeiras vacinas foram descobertas há mais de duzentos anos. Atualmente, técnicas modernas são utilizadas para preparar as vacinas em laboratórios. As vacinas podem ser produzidas a partir de organismos enfraquecidos, mortos ou alguns de seus derivados. As vacinas podem ser aplicadas por meio de injeção ou por via oral (pela boca). Quando a pessoa é vacinada, seu corpo detecta a substância da vacina e produz uma defesa, os anticorpos. Esses anticorpos permanecem no organismo e evitam que a doença ocorra no futuro. Isso se chama imunidade” [2]. É importante lembrar que cada um de nós é único, com um código genético próprio e, por isso, podem surgir reações diferentes à vacina de individuo para individuo. “Após receberem as vacinas, as pessoas podem sentir algumas reações que são esperadas como febre, cansaço, dor e vermelhidão local. Isto ocorre, pois a vacina está estimulando a produção dos anticorpos e a defesa do nosso organismo. Estas reações são geralmente transitórias e não fazem mal, apesar de serem incômodas” [2]. Importante ressaltar que mesmo um sistema imunológico em perfeitas condições em pessoas saudáveis pode não ser eficaz em doenças causadas por bactérias e vírus em casos em que estas não estiverem imunizadas. Foram as campanhas de vacinação que evitaram a avassaladora onda de mortes (principalmente em crianças e idosos) causadas pelo sarampo, varíola e outros, que foram praticamente erradicadas.  Contudo, estas doenças podem voltar e com maior força se as pessoas deixarem de se imunizar. Pais que não vacinam seus filhos são egoístas, pois sua atitude afeta não só seus filhos, mas toda a sociedade. Uma reportagem do jornal El Pais da Espanha (citada no portal OGlobo – Saúde de 06/06/2011) mostrou que uma das principais causas da disseminação do sarampo na Europa é justamente a recusa da vacinação por famílias que participam de grupos antivacinação, o que para a infectologista pediatra Lily Yin Weckx, da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), não passa de um prejuízo à saúde: “O prejuízo é de todos, porque eles podem manter a circulação do vírus. De vez em quando essas doenças voltam na Europa por causa disso”. Atualmente, a circulação de pessoas no mundo é alta, devido ao encurtamento das distancias motivadas por transportes rápidos e baratos e a economia globalizada. Um único individuo portador de uma doença infecciosa em contato com uma população não imunizada pode causar um epidemia. Vale lembrar: de acordo com o Centro para o Controle de Doenças e Prevenção (CDC, nos EUA), o último caso de varíola no mundo ocorreu em 1977, graças à vacinação.

[1] Como funcionam as vacinas. Disponível em http://saude.hsw.uol.com.br/vacina.htm. Acessado em 05/04/2012.

[2] Toscano, C. e Kosim, L. Cartilha de vacinas: para quem quer mesmo saber das coisas. Brasília: Organização Pan-Americana da Saúde, 2003. 40p

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