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O cabo de guerra na política toledana ganha corpo no legislativo municipal

A Sessão da Câmara, na última segunda-feira (16), embora mais breve que as de costume, foi acirrada.  A suposta afirmação do prefeito Schiavinato de que a oposição estaria pagando as pessoas para ligarem nas rádios, para queixarem-se da saúde pública no município foi um dos pontos altos, mas não foi o único. Os processos do ex-prefeito, Derli Donin, as filas de espera para consultas, pedidos de informações cassados e o cabo de guerra no jogo político do PSDB que tenta sair da sombra do PP e se cacifar para a majoritária do grupo fizeram parte do debate.

 

17/04/2012 - 18:02


Agenda aberta I

A informação de que na última reunião da Agenda Aberta, o prefeito Schiavinato teria dito que as reclamações da saúde feitas por ouvintes nas emissoras de rádio da cidade eram improcedentes e que os supostos denunciantes poderiam ser pessoas pagas pelos partidos de oposição, irritou os vereadores de oposição e os aliados do prefeito o defenderam, dizendo que a história não era bem essa. Mas acontece que esta versão foi sustentada por outras pessoas que disseram ter ouvido a declaração do prefeito, inclusive profissionais da imprensa.

Agenda aberta II

O vereador do PMDB, Leoclides Bisognin disse que se a denúncia contra o prefeito for procedente será necessário intervir. “Eu quero ouvir esta gravação, porque se isto foi dito realmente, tem que ser processado, porque está faltando com a verdade”.

Dados da realidade

Paulo dos Santos (PT) criticou a visão de achar que a saúde pública em Toledo vai bem e apresentou os dados do Índice de Desempenho do SUS, na atenção básica, onde Toledo foi considerado o segundo pior desempenho no estado e o segundo pior na 20ª Regional de Saúde, só perdendo para Marechal Cândido Rondon. E o aumento da mortalidade infantil no município.

As filas da saúde

Quanto às supostas declarações Paulo dos Santos disse: “acredito piamente no que meu assessor ouviu na agenda aberta. Ele ouviu o senhor prefeito dizer que não existe ninguém aguardando em filas de esperas para consultas especializadas no município de Toledo. Estou aqui com o relatório assinado pelo prefeito José Carlos Schiavinato dando conta da fila de algumas das especialidades do início do ano de 2010. Dizer que não tem fila é mentir – é fazer campanha antecipada. E o prefeito ainda vem dizer que os partidos de oposição mentem e colocam gente que recebem para ligar nas rádios. Ele mesmo assinou um documento dizendo que tem 880 pessoas nas filas para consultas especializadas”.

Fila da doença

Massing contestou a versão e disse que Schiavinato teria dito que eliminou seis especialidades e que: “Gostaria que as pessoas que tivessem consultas marcadas que não fossem (comparecer) avisassem para que não fosse tirado o direito do outro. E colocou também que, ele (Schiavinato) tem certeza que não existe ninguém na fila de espera durante dois anos e que ele acompanhou algumas pessoas, que ele: José Carlos Schiavinato – prestando atenção representava (imaginava) que são as mesmas pessoas que ligam lá (nas emissoras de rádio) que dizem que estão na fila de espera. São as mesmas vozes. Ele disse também, que uma pessoa que está a dois anos esperando um atendimento de saúde, ele (Schiavinato) não pode acreditar que um cidadão espera por dois anos, até porque imagina a situação dessa pessoa. O que essa pessoa pode ter junto com ela é uma solicitação que faz dois anos que está em suas mãos e que (neste tempo) pode ter procurado um (atendimento) particular, um convênio e ter sido atendido e estar com este papel na mão – palavras do seu prefeito - ...”, disse Rogério Massing.

A que ponto chegamos

Por favor, senhores se alguém teve uma consulta com especialista agendada e precisa esperar dois anos e obrigou-se a pagar por uma consulta, não significa que a fila não existe. O papel na mão é a materialização da espera. Se o cidadão precisou socorrer-se na solidariedade da família, dos amigos, dos vizinhos para pagar uma consulta é porque o estado falhou, não cumpriu com sua obrigação. Por favor, não vamos subestimar a inteligência da sociedade.

Incoerência tucana

Massing comentou a entrevista do senador do PSDB, Álvaro Dias, no último domingo, em visita a região. O senador fez uma defesa do papel das oposições como agentes de fiscalização. Que as oposições devem questionar, agir e fiscalizar. Isso é salutar. Na opinião do tucano toledano, Rogério Massing, o senador está correto e reconhece que em Toledo este papel cabe ao PT e PMDB. Só que entre o discurso de Massing e a sua prática tem uma distância... só na sessão de segunda-feira, pelo menos três pedidos de informações (instrumento de fiscalização) foram reprovados. Massing e Fritzen fazem a regência do voto contrário.

Justificativa tucana

Para Massing os pedidos de informações do vereador Paulo dos Santos (PT), são de interesse político e não de fiscalização.  De novo essa história... Gente a Câmara de Vereadores é uma Casa política e não um colégio de freiras... O que é fazer política? Quando o senador Álvaro Dias questiona os atos do governo federal, não é político? Senhores!!!!

Informação política

Duas das informações solicitadas por Paulo dos Santos (PT) que foram reprovadas, consideradas informações políticas partidárias, pelo vereador Rogério Massing são: informações sobre a dívida ativa tributária do município e a outra que perguntava quais as medidas adotadas até o momento pelo município, para resolver os problemas apontados pela vigilância sanitária nas Unidades de Saúde do município. Se isso não é fiscalizar senhor vereador, o que é?

Direito ou dever cassado

Os responsáveis pela reprovação dos pedidos de informações são os vereadores Rogério Massing (PSDB), Luiz Fritzen (PP), Renato Reinemann (PP), Eudes Dallagnol (PP), Expedito Ferreira (PSDB) e João Martins (PDT). Para Massing que se postula a candidatura a prefeito ou a vice é um péssimo começo.

Protesto

Adriano Remonti (PT) protestou que os colegas que votaram contra os pedidos de informações estavam cerceando o direito dos demais fiscalizarem. “Colegas deem valor ao salário que recebem e cumpram o seu papel que é fiscalizar os atos do executivo”.


Jogo político

O PSDB está disposto a colocar o PP na parede e promete candidatura própria. Claro que isso faz parte do show, o endereço é a vice mesmo.  Massing afirmou que os tucanos de Toledo receberam uma mensagem dos dirigentes estaduais de que o partido no município tenha um candidato a prefeito. O vereador disse que não quer blefar, mas o pedido aconteceu, mas que se não for possível o prefeito, pelo menos o segundo nome da majoritária. “Gostaríamos da majoritária e não abrimos mão para ninguém”. O PSDB tenta se cacifar por conta que é governo no estado, mas será uma luta árdua até porque nos últimos oito anos os tucanos locais viveram a sobram do PP.

Ex-Prefeito Derli Donin

Os processos movidos pelo Ministério Público contra o ex-prefeito Derli Donin (PP) foram tema de discussão na última sessão. O Tribunal de Justiça julgou recentemente a apelação cível da ação civil pública por improbidade administrativa – em nome do ex-prefeito, Derli Donin. O Tribunal manteve a decisão de que Donin e as partes envolvidas façam a devolução da soma, até junho de 2005, da cifra de R$ 4.923.976,50 (quatro milhões, novecentos e vinte e três mil, novecentos e setenta e seis reais e cinquenta centavos) aos cofres públicos, além das restrições dos direitos políticos.


Só ele?

As conversas nos bastidores davam conta da seguinte pergunta: mas quem era governo junto com o ex-prefeito, Derli Donin? Quem o auxiliou nas tomadas de decisões, que desencadearam nos tantos processos, que pelo menos, dois deles já foram julgados por colegiado de juízes e condenados?

Chover no molhado

O vereador Leoclides Bisognin (PMDB) disse que o movimento para limitar os gastos da Câmara em 3% é chover no molhado. “Eu acho uma grande bobagem fazer uma campanha para gastar 3%, numa câmara que nunca gastou 3%”.

Reclamações da imprensa

Bisognin reclamou que a imprensa tem divulgado só o que ela considera negativo, que ações positivas não são lembradas. “Perguntaram-me se podemos gastar quanto queremos em telefone. Não podemos! O teto de gasto é R$ 400 mês, entre fixo do gabinete e celular. E se passar disso é descontado do nosso salário. Vocês conhecem algum lugar que é descontado. Aqui na Câmara Municipal de Toledo se gastar mais devolve.  Dá mais IBOPE falar mal de políticos. Quando se faz alguma coisa boa ninguém fala nada. Se faltarmos uma sessão é descontado, mas se fizermos 45 extraordinárias e não recebemos nenhum centavo a mais – isso não se fala. Uns falam mal porque querem ser candidato, outros porque da mais IBOPE”, disse Bisognin.


Por Selma Becker 

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