Para o secretário regionalizar saúde não significa erguer estrutura. Para ele, estrutura erguida e vazia, sem gerenciamento não apresenta resultados. “Já vi isso e, simplesmente foi perda de dinheiro público. O Estado vai trabalhar com os vazios assistenciais da região e verificar quem pode dar a resposta sobre este vazio. Fazer as referências, apoiar e buscar com os parceiros incentivos de custeio, porque o custeio não aparece, ele não é uma obra ou um veículo que você bate uma fotografia. O custeio é o dia-a-dia de cada unidade”.
Caputo Neto explica que por este motivo o Estado está investindo em atenção básica, pois ela é responsável pela resolutividade de 70 a 80% dos problemas da saúde, mesmo que a estrutura esteja fortalecida e efetiva. “Nas ações trabalhamos as três vertentes: custeio, investimento e capacitação. Uma ação que estamos fazendo em Toledo e região (não aparece na mídia) é a capacitação de profissionais da atenção primária do SUS. São 1600 profissionais de saúde (médicos, enfermeiros, dentistas, farmacêuticos, agentes comunitários, técnicos de enfermagem e gestores) que estão fazendo este curso de capacitação. É importante capacitar, investir e custear”.
O secretário destaca que a atenção primária fortalecida evita a superlotação de hospitais. “Os hospitais tem natureza secundária e terciária e não responsabilidades que poderiam ser resolvidas nos postos de saúde. A atenção básica é responsabilidade do Município, nós não achamos assim. A partir de julho, nós criaremos um incentivo a atenção primária. Nós criamos um incentivo para apoiar a assistência farmacêutica nos Municípios com menos de 10 mil habitantes e colocamos no orçamento deste ano. Tão importante quanto fazer uma boa gestão é ter recursos, porque a saúde exige recursos e pela primeira vez, na história do Paraná se cumpriu uma emenda constitucional 29. Isto está trazendo para o Estado o primeiro orçamento de 2012, R$ 300 milhões que veio para dar prioridade a saúde”.
Ações
Neste ano, o Estado deve reformar e ampliar as unidades básicas de saúde. Além de construir outras 120 unidades. Além disso, a Secretaria está fortalecendo as redes secundárias e as referências hospitalares. “Não está acontecendo somente a capacitação. Ela é um dos tripés da nossa estrutura de Governo (custeio, investimento de capital e obras)”, fiz Caputo Neto.
O secretário informou que no Município de Cascavel está sendo construído o Centro de Atendimento de Álcool e Drogas. O local vai atender as regionais daquela cidade e de Toledo, onde 70% dos leitos ficarão a disposição da região e 30% do Município sede. “Nós estamos no primeiro orçamento do Governo, estamos trabalhando e organizando as redes de atenção, fortalecendo a atenção primária e entendendo que tem ações que são estruturantes. O Paraná ficou muito tempo para trás. O Paraná deixou de fazer muitas questões que eram estratégicas para saúde. Inclusive colocar recursos que você pudesse viabilizar os programas e os planos de saúde. Estamos no caminho certo, estamos trabalhando em parceria e com o apoio forte da Assembleia Legislativa. Investimentos que estamos trazendo do Ministério da Saúde e do Banco Mundial”.
Na próxima semana, o Estado vai firmar uma parceria com o Banco Mundial no valor de R$ 30 milhões para a estruturação das redes de urgência e emergência e para rede materna infantil. “Outro projeto que será lançado é o Mãe Paranaense que vai trabalhar forte a atenção materna infantil dando respostas e reduzindo os índices”.
Em reunião com os prefeitos, o secretário disse que deve ser repassado R$ 2 milhões para a construção do Centro de Especialidades Regional e mais R$ 100 mil para a compra de equipamentos. Caputo Neto relata que o valor do recurso para custeio repassado ao Ciscopar vai aumentar em cinco vezes. “A prioridade é o centro de especialidades. Os prefeitos conseguiram parte de um financiamento do Ministério da Saúde e o recurso será complementado com o valor de R$ 2 milhões para obras”.
O secretário acrescenta que o Estado deve destinar recursos para construção da nova sede da 20.ª Regional de Saúde, da Unidade de Coleta e Transfusão de Sangue e da Farmácia do Paraná nos orçamentos 2013/2014.
Selma Becker e Graciela Souza