1144 x 150 anu%e2%95%a0%c3%bcncio casa de noti%e2%95%a0%c3%bcciasconstrua pre%e2%95%a0%c3%bcdios no biopark

OPINIÃO: Reflexões para os próximos cinquenta e oito anos II

Continuo o assunto abordado no texto anterior e chamo a atenção para dois aspectos significantes ao se pensar as perspectivas da cidade no presente e para o futuro: as questões da memória, da ciência e da tecnologia. Com relação ao primeiro, destaco a importância do Poder Público e da sociedade atentarem para o fato de que há um patrimônio material e imaterial que está se perdendo e que providências urgentes devem ser tomadas antes que não reste outra alternativa a não ser chorar sobre o leite derramado!

20/12/2010 - 14:59


Refiro-me às primeiras construções e a outros objetos dos primeiros tempos! Aquele que deixa no livro o que se perderia nas lembranças e nos guardados de cada família presta à sociedade um serviço de imensurável valor porque através de sua iniciativa particular deixa para as gerações vindouras um mecanismo de fácil acesso à vida do passado e ao trabalho das gerações precedentes num esforço louvável de preservação e de mostrar que a memória é parte viva do presente..

Mas, e o Poder Público? E o restante da sociedade? Que fazem com este patrimônio? Restam poucas casas de madeira do período da colonização! Alguns poucos caminhões das décadas de 40 e 50 enferrujam sob a ação do tempo! O mesmo acontece com algumas serrarias e outros objetos. Lanço um desafio: porque não transformá-los em parte de um roteiro turístico e com isto fazer com que o passado se conserve e possa ser fonte de geração de renda através do turismo a exemplo do que aconteceu em Salvador, São Luis do Maranhão e Minas Gerais? Ou entendemos que apenas o passado colonial tem valor, deve ser preservado e estar à disposição de todos os brasileiros? Mais ainda: pensamos que o turismo em nossa região deve ser exclusivamente vinculado ao agronegócio e às atividades rurais? Ao não se refletir e ao se tomar poucas ações neste sentido corre-se o risco de repetirmos uma característica ruim do desenvolvimento brasileiro: o novo substitui o velho sem que este tenha o menor espaço para subsistir e mostrar as marcas de sua contribuição e desta forma, já se foram os casarões dos “barões do café” da Avenida Paulista substituídos pelos arranha-céus de hoje e tantas outras coisas mais!

Sob o ponto de vista da temática da coluna lidar com este aspecto, assim como o do desenvolvimento científico e tecnológico, requer que o Poder Público tenha capacidade de financiamento, planejamento e ação. Requer também que a sociedade esteja atenta para isto.

As três esferas de governo têm tomado atitudes muito positivas com relação às faculdades de universidades do município, e não defendo estruturas-fantasma que apenas sirvam de cabide de emprego a uma meia dúzia de cargos comissionados! Ao contrário! Chamo a sociedade a refletir se o município não ganharia se, além das ações já tomadas, pudéssemos contar um organismo que gerisse recursos próprios (um fundo municipal, por exemplo) e desta forma conseguisse apoiar as universidades e faculdades em suas pesquisas e demais atividades, fazendo com que estas tenham uma condição melhor de se engrandecer e de contribuir com o crescimento da cidade.

Ou ainda: o setor industrial não se beneficiaria se tivesse o apoio deste órgão para a transferência de tecnologia e encubação de novas empresas podendo desta forma se diversificar e estruturar melhor? Seria uma utopia pensarmos Toledo como um pólo tecnológico? Perderíamos alguma coisa com isto? Haveria algum dano se a cidade se tornasse uma referencia na área cultural assim como é na agricultura e na gastronomia? O que falta para pormos estes projetos em prática?

Enormes ainda os pinheirais a serem derrubados, e por isso, reflexão e bom Natal a todos!

Sem nome %281144 x 250 px%29