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GERAL

Murta: Reunião em maio dará continuidade a discussão da arborização em Toledo

A audiência pública realizada, na noite de quinta-feira (26), discutiu a “Murta e as consequências da arborização com esta espécie”. O objetivo foi dar continuidade as discussões sobre suas consequências para as árvores frutíferas e relacionadas a saúde da população, entre outros fatores. Atualmente, estima-se que no Município de Toledo estejam plantadas aproximadamente 7 mil árvores do tipo falsa murta.

27/04/2012 - 20:24


Para o técnico em agricultura, Rodimar Soares, o triângulo citrus x murta x mosquinha Diafurina citri (hospedeiro) é algo meio antagônico. Ele explicou que a murta hospeda uma bactéria que com relação a planta é assintomática. No entanto, o inseto chamado mosquinha Diafurina citri (lembra uma pequena borboleta) se alimenta da seiva da planta e do citrus. Com isso, conforme Soares, no momento em que o inseto se alimenta da murta incuba a bactéria e, quando vai se alimentar do citrus acaba o infectando e, assim, compromete a fisiologia da planta. “A murta hospeda a bactéria sem problemas com raros sintomas, mas o inseto que se alimenta dela leva esta bactéria até o citrus, o qual não resiste. É uma doença que não tem cura. É necessário adotar medidas de controle”.

O profissional salientou que a murta é uma planta considerada exótica na região. Ela é proveniente da China. Com isso, o inseto que é do Brasil se encaixa com os três e ocorre este triângulo antagônico, o qual o citrus é prejudicado. “Se não existisse a murta, o inseto se alimentaria somente do citrus e não teria problema, pois ela não incubaria a bactéria. Quem suporta a bactéria é a murta”.

Ao ser questionado se os cítricos da região estão condenados devido a murta, Soares relatou que a citricultura em Toledo não possui ênfase econômica e, por isso, é considerada uma produção mais prazerosa. “Contudo, a doença do mosqueamento compromete e não tem medida cirúrgica. É um conjunto de medidas a nível macro”.

A murta ainda pode trazer consequências a saúde do ser humano. Sobre isso, o técnico comentou que todo o vegetal exala algum tipo de cheiro, o qual atrai insetos, mas para a resistência de sua vida. Por sua vez, a murta também exala alguns voláteis, pois por muitas vezes, as pessoa sentem no ar e, isto pode ocasionar alguns tipos de alergias. “Alguns ficam com problemas de garganta ou outros problemas sérios de respiração”.

A retirada da murta de seu meio, conforme Soares, não deve causar um desequilíbrio ambiental, pois existe substituto, como flamboiã e sibipiruna.

O vereador Rogério Massing – que auxiliou na coordenação do debate– considerou boa a audiência pública, pois os participantes apresentaram seus relatos e propostas. Além que era uma vontade de todos os vereadores de Toledo trazer esta discussão. “Praticamente houve unanimidade que a murta é uma planta que tem trazido problemas para Toledo, sejam eles prejudiciais aos cítricos ou a saúde das pessoas e, por isso, devem ser substituídas”.

Com relação a substituição das árvores, Massing considera uma tarefa não tão simples, pois necessita de um planejamento seguro. “Quando a sociedade perceber a retirada de árvores vai querer saber o que está acontecendo e, por isso, a audiência pública que passa ser um documento dando segurança para que a Prefeitura, os órgãos competentes possam trabalhar dentro da legislação, pois existe uma questão de conduta, para que se faz a substituição gradativamente”.

O vereador ainda destacou que é importante realizar uma ação em conjunto com os Municípios vizinhos. “Não adianta Toledo substituir as árvores e os Municípios dos arredores não o fazer. Para isso, podemos solicitar o auxílio do prefeito José Carlos Schiavinato - ele que é o presidente da Amop – para que ele esta ideia aos demais prefeitos da região para que possamos começar radicar a planta”.

Outro fator comentando por Massing é com relação a saúde do ser humano. “É uma árvore bonita, que não atrapalha a rede de alta tensão, não quebra galho, não suja a cidade. Tudo perfeito, mas infelizmente, ela traz problema a saúde do homem. Nós devemos viver em harmonia com o meio ambiente e se neste momento, o meio ambiente (a murta) está atrapalhando o ser humano, ele deve ser substituído por outra árvore que dê conforto e sombra”.

Ao final da reunião, foi criada uma comissão que deve se reunir no dia 17 de maio (quinta-feira), às 19h, na sala de reuniões da Câmara Municipal de Toledo. A comissão vai discutir o Plano de Arborização do Município de Toledo, o qual deve ser entregue pela empresa responsável na próxima semana.

 

**Murta**

Segundo informações da assessoria de imprensa da Câmara de Vereadores, a murta é da família das murtáceas e foi trazida para o Brasil da China, enquanto a vespinha já em 1942 existia no País. Em Toledo a murta começou a ser plantada em larga escala há alguns anos como substituta de árvores de maior porte, especialmente o ligustro - Ligustrum lucidum -, arbusto grande originário da China e que atinge altura de 3 a 4 metros.

 

Por Graciela Souza 

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