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Por Cleber Lindino: Sustentabilidade é viável?

Muito se ouve falar sobre sustentabilidade (ou desenvolvimento sustentável) e a necessidade de implementá-la. Mas, será que ela é viável ou é só discurso ecológico? Sustentabilidade implica suprir as necessidades do presente sem comprometer a habilidade de gerações futuras de suprir suas próprias necessidades [1]. Sustentabilidade tem um sentido amplo e envolve não só a preservação da biodiversidade, mas o crescimento econômico e social sem exaurir os insumos naturais e sem sobrecarregar os ecossistemas. Significa mudar conceitos de produção e de consumo, reduzir a pobreza, respeitar a sóciodiversidade.

29/04/2012 - 12:10


Muitos alegam que trabalhar de maneira sustentável dá trabalho, não é economicamente viável e tem um tempo longo de adaptação. Isto não é verdade. Muitas empresas que adotaram processos mais sustentáveis verificaram que diminuíram custo e melhoraram significativamente a saúde de seus trabalhadores e a sua imagem em relação à sociedade. Esta coluna já abordou o tema antes (O trem da sustentabilidade – 06/07/2011 e Química Verde – 08/11/2011) e alguns fatos concretos podem ser destacados. Uma fabrica de etiquetas em São Paulo recebeu inúmeras multas devido à reclamação dos vizinhos devido ao odor dos solventes (perigosos e danosos ao meio ambiente) utilizados. Depois de várias multas e soluções que pioraram o problema, resolveram trocar os solventes utilizados por uma resina aquosa. A surpresa!, Além de resolver o problema do odor, perceberam que o custo da matéria prima se manteve no mesmo patamar, mas houve redução no custo do seguro (já que não trabalhavam mais com solventes inflamáveis), reduziram problemas ocupacionais, diminuíram a necessidade de altos investimentos nos armazéns e melhoram não só o produto, mas também a imagem da empresa! A Ford do Brasil fez o reuso dos óleos e emulsões, com um investimento de R$ 10.000, com retorno de R$ 134.000 ao ano! Inúmeros outros exemplos podem ser citados. Outro caso é mais recente. De Rondonópolis (MT), vem o bom exemplo de como a sustentabilidade pode combinar boas práticas ambientais, sociais e aumento da competitividade da empresa. O faturamento da lavanderia Prillav cresceu cinco vezes após acabar com desperdícios de luz, de insumos e usar tecnologia para aproveitar melhor as condições climáticas locais. Antes, a conta de luz salgada consumia boa parte da receita e o maquinário antigo desperdiçava também os insumos usados na linha de lavagem. Para resolver o problema, o engenheiro e dono da pequena empresa, Paulo Gomes, elaborou um projeto de troca dos equipamentos, automação dos processos e treinamento dos funcionários. Ele também substituiu os solventes químicos por biodegradáveis e decidiu aproveitar a luz natural e o clima quente da cidade na secagem das roupas. As secadoras mais potentes, usadas nas entregas de curto prazo, deixaram de ser movidas a energia elétrica. Hoje, a lavanderia replica o modelo em três franquias e contratou 16 colaboradores. "Trocamos por gás. Graças a todas essas medidas, a conta de luz caiu 20%, reduzimos o consumo de água e de outros produtos", afirma o primeiro franqueado da marca, Gustavo Esteves. "A sustentabilidade ambiental tem de caminhar junto da econômica. Não há como fugir desse desafio", diz [2]. Desenvolver a sustentabilidade é questão de cultura, é uma mudança lenta, mas necessária.

 

 

[1] Comissão sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, ONU, 1987. 

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