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ECONOMIA

Zeca Dirceu fala a empresários de Toledo sobre as políticas em discussão na Frente Parlamentar da Indústria Textil

Em visita à Toledo, o deputado federal, Zeca Dirceu (PT), participou de uma reunião, na noite de quinta-feira (02), com os empresários de diversos setores, entre eles, do setor têxtil e de confecção. Em pauta, a importação dos produtos oriundos da China e mais recentemente os indianos. A ação tem causado desequilíbrio no setor ameaçando os empregos no Brasil. Zeca Dirceu é coordenador da Frente Parlamentar da Indústria Têxtil e Confecção e conversou com os empresários sobre as medidas adotadas pelo governo, no intuito de conter as consequências das importações e das políticas que estão sendo discutidas na Frente Parlamentar como o simples trabalhista e a ampliação percentual das preferências nas compras governamentais. Além de empresários de diversos setores, também participou do encontro o coordenador Regional da Fiep, Liezer Belenzier, o presidente da Acit Edésio Reichert, o líder do PMDB, Beto Lunitti e o vereador Adriano Remonti que articulou juntamente com o deputado Elton Welter (PT) o encontro.

03/05/2012 - 18:02


Zeca Dirceu disse que, a reunião com os empresários é uma maneira de conhecer melhor o cenário do setor no Município, e, principalmente, conhecer os desafios. “O encontro foi uma oportunidade de apresentar resultados alcançados pela frente parlamentar da indústria têxtil, tanto nas questões tributárias, de crédito ou de defesa comercial. Por mais que o Governo tenha tomado medidas que beneficiam o setor, elas ainda não foram suficientes, no momento de dificuldade do setor, principalmente por uma quantidade elevada de importados que entram no Brasil e impedem o setor de gerar empregos. O setor gera em torno de 2 milhões de empregos no país, mas poderia estar gerando até 4 milhões de empregos se não fosse está importação de produtos”.

O deputado comentou que a principal mudança será no campo tributário. Ele adiantou que o Governo Federal e o Congresso devem tomar importantes decisões em relação aos Estados brasileiros. “Grande parte da carga tributária que os empresários pagam no Brasil está a cargo de decisão dos Estados, o ICMS é um dos principais tributos”.

Zeca Dirceu advertiu que o Congresso antes mesmo de ter alguma decisão sobre os royalties, o fundo de participação dos estados, as dívidas que os Estados buscam renegociar, o Governo vai tentar negociar para que os Estados flexibilizem e dê uma contrapartida, principalmente beneficiando os setores que geram muito emprego. “Não somente o setor têxtil e de confecção, como moveleiro, calçadista e tantos outros setores que no Paraná geram muito emprego. Nós temos defendido medidas de defesa comercial e até mesmo uma proposta de salva-guarda ao setor. Durante um período, o país ficaria com uma série de restrições junto ao Mundo para a importação de indústria têxtil e de confecção. Além de ampliar o percentual de preferência das compras governamentais para que as empresas brasileiras possam ter mais facilidade para vender os seus produtos para entidades públicas do que empresas de outros países. Além da diminuição de juros, mais crédito com prazo maior, condições diferenciadas para quem gera muito emprego”.

Um das recentes decisões do Governo Federal citada pelo deputado federal é a desoneração dos impostos sobre a folha de pagamento. “As empresas do setor têxtil de confecção não pagam mais 20% para o INSS, mas sim, apenas 1% sobre o seu faturamento. É uma mudança que diminui os impostos e muda a dinâmica de arrecadação de impostos. Não vai mais arrecadar impostos de quem mais gera emprego, mas sim, de quem fatura mais. O Governo Federal não pode interferir na decisão do Estado, mas pode tentar negociar no momento em que cria vantagens para os Estados ou de renegociar dívidas que estes tem com o país oferecendo juros mais fáceis e flexíveis”.

Sobre a divisão do total da arrecadação entre união, estado e municípios Zeca Dirceu afirma que houve avanços. “Há 10 ou 15 anos, os Municípios ficavam com 14, 15 ou 16% de tudo o que o Brasil arrecadava. Contudo, houve uma evolução no mandato do presidente Lula e continuou no governo da presidente Dilma. Atualmente os municípios detêm mais de 20% do total arrecadado. Ainda é pouco, mas houve avanço”.

O presidente da Fiep, Liezer Belenzier disse que a conversa com o deputado foi informal, mas que a expectativa é de que as medidas discutidas pela Frente Parlamentar e o governo federal deve atender os setores em risco, em especial o setor têxtil. “Muitos produtos estão vindo de fora e com tributações diferenciadas, as quais tem agredido o mercado interno com vendas que tem tirado emprego dentro do Brasil. O setor foi contemplado, mas existem outros setores e outras reivindicações como o trabalho do menor. São situações que devemos ressaltar, pois temos dificuldades em inserir pessoas jovens no mercado de trabalho até porque tem condições de igualar a um trabalhador normal em períodos de horas e horas estudadas”.

Belenzier lembrou que esta discussão é permanente na Fiep. “Foi feito um movimento nacional de desindustrialização no Paraná. O dia de parada técnica seria dia 12, embora não tenha acontecido, o movimento continuou reivindicando para que o setor não perca competitividade. Inclusive, os trabalhadores também aderiram, porque perceberam que o emprego deles está em jogo, pois quem vende é o produto chinês, produtos que vem da Índia e de outros países. Enquanto isso no Brasil, o emprego fica em risco. Os trabalhadores entenderam isso e estão conosco e o Governo também começou a criar normas e mecanismos para poder proteger um pouco este setor da indústria”.

Segundo o presidente da Associação Comercial e Empresarial de Toledo (Acit), Edésio Reichert, a entidade não poderia ficar de fora de uma conversa com o representante do parlamento, (Zeca Dirceu) pois é uma oportunidade de apresentar alguns pontos de vistas e questões que a Acit julga importante para o setor empresarial e de alguma maneira pode interferir ou ajudar. “No Brasil - o que acontece efetivamente - é uma grande preocupação em relação ao movimento de importados e manufaturados. Estas manufaturas beneficiam o consumidor, porque ele compra um produto mais barato e gera satisfação, mas não podemos esquecer que todas as vezes que compramos um produto não fabricado no Brasil estamos gerando emprego e tributo lá fora. Não adianta escondermos esta realidade, porque as trocas sempre aconteceram ora mais ou menos e é bom que isso aconteça. O problema é quando gera desequilíbrio”.

Reichert enfatizou que o Brasil vive um momento forte e tudo indica que se não forem tomadas as medidas fortes, o país poderá ter uma invasão maior de produtos manufaturados gerando – em curto prazo - o desemprego no Brasil. “Todos estes produtos fabricados em outros países – desde o mais simples até o mais sofisticado – não tenho dúvida vão gerar desemprego. Só não está sendo percebido este desemprego, porque o Brasil vive um momento de crescimento e o fato deste crescimento econômico está absorvendo mão de obra, mas se houver um momento de parada ou uma crise o reflexo da importação de produtos manufaturados vai ser sentido rapidamente e em um volume preocupante”.

O presidente da Acit, advertiu que a Europa e os EUA não produzem mais uma peça de confecção ou calçado. Este produto é 100% importado. “É um problema social grave e não há força de trabalho suficiente que gere imposto para arcar com tanto seguro desemprego para um nível alto de desemprego. Nós temos que ter a coragem e tomará que conseguimos promover equilíbrio nas trocas internacionais”.

Por Selma Becker e Graciela Souza

Após a reunião com empresários, o deputado federal Zeca Dirceu participou de um encontro com apicultores de Toledo, quando entregou uma emenda parlamentar no valor de R$ 100mil. Com a emenda, os apicultores poderão comprar equipamentos para diminuir os custos. “Também é uma forma de modernizar a produção com a possibilidade do mel ser colocado em saches que serão vendidos para merenda escolar e em mercados que exigem esta formatação de embalagem”.

Zeca Dirceu cumpriu agenda com o presidente do PMDB, Beto Lunitti. Na pauta discutiram o apoio do deputado a aliança do Conselho de Partidos à sucessão municipal. “Estou muito satisfeito com a conversa com Zeca Dirceu. O deputado Elton Welter já tinha apresentado ao Zeca o nosso trabalho aqui em Toledo e eu tive a oportunidade de apresentar mais detalhadamente as nossas demandas, nossos gargalos e potenciais. Zeca nos garantiu total apoio tanto no processo eleitoral aqui em Toledo, quanto em Brasilia. Foi muito positivo, porque nesta reunião ficou clara a atuação do deputado e do seu empenho nas causas do oeste. Precisamos disso”, informou Beto Lunitti.

 

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