Segundo dados da Embrapa, 2006, 26,3 milhões de toneladas de alimentos ao ano tem o lixo como destino. Diariamente, desperdiçamos o equivalente a 39 mil toneladas por dia, quantidade esta suficiente para alimentar 19 milhões de brasileiros, com as três refeições básicas: café da manhã, almoço e jantar. De acordo com o caderno temático “A nutrição e o consumo consciente” do Instituto Akatu (2003), aproximadamente 64% do que se planta no Brasil é perdido ao longo da cadeia produtiva. Segundo Instituto Akatu, 2004, os números supracitados fazem do Brasil um dos campeões mundiais de desperdício. Analisando estes dados de uma forma mais simples, isso significa que uma casa brasileira desperdiça, em média, 20% dos alimentos que compra semanalmente, o que remete a uma perda de US$ 1 bilhão por ano, ou o suficiente para alimentar 500 mil famílias. E o que descartamos como lixo? A produção de lixo cresceu seis vezes mais que a população! Cada brasileiro produziu, sozinho, uma média de 378 kg de lixo em 2010 (Abrelpe, 2011)! Consumimos produtos tecnológicos em uma escala sem precedentes na historia humana. Os produtos são descartáveis, o conserto na maioria das vezes sai mais caro que adquirir um produto novo, “novos” modelos de celular, notebook, carros, TVs, brinquedos saem a todo o momento e, mesmo que apenas tenham sido mudados apenas um item neste “novo” aparelho, logo saímos para comprar. E o “antigo”? Vai para o lixo em sua maioria. O acumulo de lixo e de resíduos não aproveitados aumenta a cada dia. Seremos condenados a imitar o filme de 2008 Wall-E® da Disney-Pixar? Neste filme, quando o acumulo de lixo aumentou tanto que a permanência do ser humano se tornou ameaçada, fugiu-se em uma nave para o espaço, simplesmente deixando tudo para robôs limparem, o que não conseguiram. Mesmo 700 anos depois, a Humanidade ainda não havia voltado para a Terra. Imagine o roteiro deste filme aplicado na nossa realidade? Será que ocorrerá em um futuro distante? Conseguiremos “salvar” todos os seres humanos? E a maior das perguntas, será nosso destino irrevogável ou podemos mudar este futuro agora, mudando nossos hábitos e nossas políticas de conservação e sustentabilidade?
Instituto Akatu – www.akatu.org.br
Abrelpe – www.abrelpe.org.br
