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PECUÁRIA

Milho brasileiro vai à China e demanda vai interferir na safrinha

O milho brasileiro caiu no gosto dos chineses e o mercado vive um momento impar quando o assunto é exportação. Somente nos últimos três meses – setembro, outubro e novembro – embarcaram pelo porto de Paranaguá quase dois milhões de toneladas do grão, uma quantidade recorde. Desde o inicio do ano deixaram o estado a partir do porto três milhões de toneladas do cereal.

27/12/2010 - 10:07


Os chineses comendo mais é apenas um dos fatores que elevam a procura do produto. Há ainda o mercado americano que tem investido cada vez mais na produção do etanol, mas obedecendo as regras e a famosa lei da oferta e da procura, quando a demanda é maior do que a produção, a tendência é dos preços aumentarem e muito.
Os produtores que começaram este ano um tanto quanto desanimados com a cultura, agora têm motivos para comemorar. A saca de 60 quilos que durante todo o primeiro semestre não ultrapassou os R$ 13,00, desta vez beira os R$ 20,00. Mas se o produtor ganha mais, alguém precisa pagar a conta. Não é a toa que os derivados vêm reagindo nos últimos meses. Um reflexo deste escoamento do produto para fora do país é o aumento das carnes já que a alimentação animal está centrada no milho.
Para o chefe do Núcleo Regional da Seab em Toledo, João Luiz Raimundo Nogueira, estes fatores somados deverão causar reflexo na próxima safra. A atual nem foi para os silos e armazéns e a chamada safrinha – que de diminutivo só tem o nome, já que é o período onde mais se planta milho na região Oeste numa área equiparada a de soja na safra de verão – já está sendo planejada. Com preços tão bons e a procura que continua aumentando, a tendência é que parte da área cultivada com trigo no inverno seja substituída pelo milho. Mais um fator preocupante já que o Brasil está muito longe de autossuficiente na produção tritícola.

Aproveitar o momento

Segundo Nogueira, o milho não vivia um momento tão bom desde o ano de 2001 com o advento da vaca louca na Europa. Naquela época o mundo passou a comprar mais o produto brasileiro, mas depois de sanado o problema sanitário, tudo voltou ao normal. A diferença é que desta vez o mercado não está mais oscilante, pois está baseado no aumento do consumo. “Além do aumento das exportações, existe também o mercado interno. O Paraná abastece estados como Santa Catarina e Rio Grande do Sul e como tudo isso vai ficar é que não sabemos”, alertou.
“Para se ter ideia, em setembro deste ano comparado a setembro de 2009 as exportações por Paranaguá aumentaram 648%, em outubro foram 423% e em novembro 277%, sem dúvida o momento é impar, mas tem reflexos”, argumentou.
O técnico lembra que a abertura de mercados antes não conquistados pelo Brasil contribui potencialmente para que tudo isso ocorra.
A matéria completa em vídeo sobre as reações do mercado interno e externo para o cereal você acompanha em instantes na Casa de Notícias na reportagem da semana do mercado agrícola.

 

Por Juliet Manfrin

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