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SAÚDE

Obesidade materna pode ser fator de mortalidade infantil

O Dia Mundial de Mobilização para a Redução da Mortalidade Materna é lembrado na próxima segunda-feira, dia 28 de maio. Em Toledo, um ciclo de palestras sobre o assunto foi realizado nesta sexta-feira (25), onde foi destacado que a qualidade da alimentação na gestação vai influenciar na saúde materna e na do recém-nascido. A obesidade materna é um risco para a gestante e ainda pode ser um fator na mortalidade infantil. O Ministério da Saúde divulgou, hoje, uma pesquisa que indica que a mortalidade materna no Brasil caiu 21%. Entre janeiro e setembro de 2011, as mortes decorrentes por complicações na gravidez e no parto totalizaram 1.038, contra 1.317 no mesmo período de 2010. A Meta do Milênio é 25% de redução até 2015. Em Toledo, há dois anos não há registros de mortalidade materna, já a mortalidade infantil registrou um aumento de 140% em 2011.

25/05/2012 - 15:02


 A integrante do Comitê Municipal de Mobilização pela Redução da Mortalidade Materna e Infantil, a enfermeira Cleonice Sarturi, explica que a alimentação interfere na qualidade de vida da mãe e do bebê. “Qual é o tipo de alimento que deve ser consumido pela gestante? De que forma os alimentos devem ser preparados e conservados para que realmente esta alimentação seja saudável para a gestante e a criança? São dúvidas presentes em nosso cotidiano que foram respondidas hoje”.

A enfermeira destaca que é de conhecimento de muitas pessoas que há uma gama de alimentos que possuem em sua composição hormônios ou até agrotóxico e, por isso, a necessidade dos profissionais saberem como cada alimento deve ser conservado. “Estudos científicos comprovam que uma alimentação adequada da gestante traz consequências positivas para o desenvolvimento do bebê”.

Durante o pré-natal, conforme Cleonice, as futuras mães de Toledo recebem orientações individuais ou coletivas sobre a alimentação, além dos profissionais da saúde realizaram a pesagem e a medida desta mãe.

A secretária de Saúde de Toledo, Begair Salete Ruthes, disse que este tipo de ação pode auxiliar na redução da mortalidade infantil. “Nós temos que estar vigilantes e, por isso, estamos orientando profissionais que atuam com as mães,  as crianças, ou ainda com as gestantes. As informações destas palestras serão repassadas para a população durante a realização de reuniões em grupos. Nós devemos sempre estar educando e reeducando a população sobre este assunto”.

Alimentação balanceada

Os cuidados na alimentação da mulher, segundo a nutricionista, Francielle Anschau, devem iniciar antes mesmo da gravidez. Por isso, a futura mãe deve manter uma alimentação balanceada e, principalmente sem excesso de carboidrato. O nutriente é responsável pela formação de glicose no organismo. Diante disso, o seu excesso pode prejudicar na formação da criança. “Quando a gestante exagera no consumo de carboidratos, ela tende a ter um aumento da glicose. Por isso, muitos médicos encaminham para nutricionistas gestantes com alta taxa de glicose, a chamada pré-diabete ou diabete gestacional. Isto traz problemas para o bebê, já que o principal nutriente para a sua formação é a glicose. Se está em excesso no sangue da mãe aumenta o peso do bebê. Como a criança está acostumada com excesso de glicose, após o seu nascimento ela pode apresentar um quadro de hipoglicemia e com risco de morte”.

Por isso, Francielle destaca que é fundamental que nos três meses em que antecedem a gestação, a mulher deve ingerir – em quantidades recomendados por um profissional - o nutriente chamado ácido fólico. Francielle pontuou que o nutriente é responsável pelo desenvolvimento do tubo neural da criança. “Após o momento em que a mulher engravida, os cuidados devem continuar, principalmente com relação a quantidade desta vitamina”.

Para a nutricionista também é mito afirmar que as gestantes devem aumentar a quantidade de calorias durante as refeições. “Muitas mulheres quando descobrem que estão grávidas falam que devem comer por dois. Isto é mito. Até terceiro mês, a futura mãe pode ingerir a mesma quantidade de calorias. Após este período, 300 calorias na dieta é a quantidade suficiente para suprir a gestação. O que ela deve estar atenta é ingerir alimentos que tenham os seguintes nutrientes: ferro (responsável por produzir mais sangue no organismo), vitamina A, cálcio, entre outros. Não precisa aumentar a quantidade da dieta, mas sim, cuidar na qualidade. Os alimentos devem ser variados; ingerir pelos menos três frutas ao dia; três porções de leite ou derivados ao dia. Deve ter uma boa ingestão de proteína (carnes, leite)”.

Produtos processados

A fiscal federal agropecuária, Márcia Santos, - durante sua palestra - focou nos microorganismos patogênicos (bactérias encontradas no ambiente), mas principalmente, na bactéria chamada listéria. Segundo Márcia, a listéria (Listeria monocytogenes) é uma bactéria móvel, resistente ao congelamento e outras condições adversas. Também sobrevive por longos períodos em indústrias processadoras de alimentos e áreas manipuladoras de alimentos. “A listéria é letal. Nas gestantes - estudos mundiais - mostram que 30% das placentas que sofreram algum tipo de alteração foi devido a presença da listéria. A bactéria está no nosso ambiente e tem risco maior de abortos natimortos”.

Os sintomas, conforme Márcia, são semelhantes a um resfriado. Em um estágio mais avançado pode causar febre, dores musculares, náuseas, podendo atingir outros órgãos. “Os cidadão devem estar atentos a origem do produto, onde ele é comprado, não aceitar produtos de origem clandestina ou que não tenham sido inspecionados”.

Medidas preventivas

Durante a palestra, o médico veterinário, César Alves, explicou o que são microorganismos patogênicos (causadores de infecções alimentares); medidas para prevenir a contaminação de alimentos; como as pessoas devem manipular um alimento; quais as ferramentas que devem ser usadas ou evitadas na cozinha para não ocasionar a contaminação dos alimentos e, consequentemente, as infecções alimentares. Alves ainda comentou sobre a necessidade das pessoas controlarem a temperatura dos alimentos; manter as práticas higiênicas e educação sanitária. “É fundamental que os consumidores leiam os rótulos dos alimentos, pois eles trazem informações cruciais para evitar danos a saúde. Da mesma forma, estarem atentos a validade dos alimentos e, principalmente que os alimentos congelados estejam na temperatura adequada”.

O médico veterinário sugere para as donas de casa utilizar tábuas de vidro, pois estas evitam a contaminação do alimento. Outro fator destacado por Alves é a forma de consumo do leite. Ele propõe que o leite seja consumido após ser fervido e, ponderou que jamais a pessoa pode ingeri-lo cru. “É um perigo tomar leite cru quando não é inspecionado ou aquele leite de vaca, a qual o animal possui algum tipo de doença ou até recebeu injeções de antibióticos. O leite deve ser tratado, pasteurizado. O recomendável é consumir o leite UHT, principalmente crianças, idosos e gestantes”.

 

Por Graciela Souza

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