Machado explica que a campanha teve dois objetivos principais. O primeiro era a conscientização do empresário para adoção de uma política de crédito e, a segunda é a oportunidade para alguns clientes que tiveram alguns percalços durante o ano, que não conseguiram cumprir com os seus compromissos e que renegociassem suas dívidas. “A renegociação era facultativa. O empresário poderia ou não aderir a campanha. Ela também era aberta, ou seja, era uma decisão entre ambas as partes. Um cliente procurava o empresário e tentava negociar e o empresário tentava adequar e fechava um acordo. A partir, do acordo firmado o cliente tinha o nome excluído do SCPC”.
Comparativos
Segundo o diretor de Informações Cadastrais da Acit, Claudenir Machado, o comparativo do comportamento do consumidor durante a campanha deste ano em relação ao mesmo período do ano anterior, mostra que com relação a consultas houve um aumento de 50%. Foram 43.453 consultas em 2010, contra 28.876 em 2009. As consultas do consumidor, no ano passado 16% das consultas tinham restrições e 84% não tinham restrições. Em 2010 houve um aumento de 21% das consultas com restrições e 79% sem restrições. “O registro de clientes inadimplentes obteve uma queda de 42% comparado a 2009, ou seja, foi incluído menos clientes neste período. Em 2009 houve 5.954 inclusões e em 2010 diminuiu para 3.461 inclusões. O número de exclusões dos clientes do SCPC alcançou um aumento significativo de 85%, ou seja, as pessoas procuraram as empresas que deviam, aproveitaram a oportunidade para renegociar a dívida e tiveram o seu nome retirado do SCPC. Um exemplo, que em 2009, neste mesmo período foram excluídas 1.802 e em 2010 foram 3.331 pessoas que regularizaram suas dívidas”.
Campanha
A Acit, conforme Machado, avalia a Campanha positivamente. Uma vez que os números ajudam a diminuir a índice de inadimplência. “Nós não pretendemos no futuro executar mais campanhas deste tipo, isto não é benéfico para o comércio. Não podemos criar um hábito no comércio que as pessoas esperam por campanhas para regularizar as dívidas. Então esta campanha é ímpar. O que vamos trabalhar fortemente é um trabalho de conscientização com o consumidor e o empresário”.
Ele ainda acrescenta que o empresário deve ter critérios de crédito mais rigorosos. Recentemente, foi aprovado no Congresso o Cadastro Positivo. Ele avalia o comportamento do consumidor no comércio e não mais pela sua negativação. Atualmente, a única informação cedida ao empresário é se o consumidor deve ou não. A partir do Cadastro Positivo, o empresário tem números como pontualidade no pagamento da compra, poder de aquisição, entre outros fatores. “O que consumidor ganha com isso? Haverá uma diferenciação entre o consumidor bom daquele que não paga ou nem sempre paga no dia. O bom pagador vai ter um juro menor e vai conseguir um prazo menor. Precisamos estudar como faremos a implantação do Cadastro Positivo, ou seja, de que forma mudaremos a cultura atual. Faremos treinamentos com os empresários da Acit para que tenham a política de utilizar a ferramenta, porque de nada adianta termos cadastro positivo se o empresário vende sem consulta ou análise. Ao consumidor distribuiremos cartilhas para que ele se organizar e fazer a administração do seu orçamento”.
