Os resíduos de materiais da construção civil depositados nos containers, no município, tem preocupado não só os ambientalistas, mas também empresários que transportam os resíduos. “Estes resíduos depositados nos containers em Toledo são os piores possíveis. Lá, encontram-se ferro, prego, cimento, cal, gesso, brita, entre outros. Além de papel higiênico e calça plástica. Como fazer a separação deste material? É impossível”, lamentou o proprietário de uma empresa de Transportes, Joecemar Botolli.
Durante a audiência pública, o coordenador da Funiversitária, o professor Camilo Freddy Mendoza Morejon, apresentou o Plano para a comissão e o público. Durante a sua explanação, o que mais chamou a atenção dos presentes foi o custo médio para a construção de um determinado prédio em Toledo pode chegar a R$ 400 mil. Deste valor R$ 50 mil são perdidos devido à falta de educação ambiental dos profissionais envolvidos.
O presidente da Comissão, Rogério Massing, afirmou que alguns profissionais não se atentam em fazer uma separação adequada do resíduo da construção civil. Com isso, existe esta perda. “Muito material – quem sabe – poderia ser reaproveitado em uma próxima construção. Além que a separação correta dos resíduos da construção civil trazem benefícios para o meio ambiente”.
O engenheiro civil da Secretaria do Meio Ambiente de Toledo, Flávio Augusto Scherer, destacou que o Plano vem ao encontro com o que está sendo solicitado pelo Conama para ordenar o processo. “A Lei será estabelecida de acordo com a realidade da população. A nossa grande preocupação era a gestão. No entanto, haverá um Núcleo que será o responsável pelo gerenciamento. Nós estamos dando um passo importante e queremos que seja colocado em prática”.
Conscientização
O empresário Joecemar Botolli, enfatizou que a população tem o hábito de misturar qualquer tipo de resíduos nos containers. Com isso, a equipe tem dificuldade durante a separação dos materiais. “O que conseguimos separar como: plástico, papel, alumínio e ferro reaproveitamos e o restante é destinado para o aterro. Tem pessoas que colocam desde calça plástica até papel higiênico. A população precisa captar a mensagem da importância de fazer a separação”.
Botolli sugeriu que a fiscalização seja intensificada. “A fiscalização deve acontecer desde o cidadão que adquire o container até o empresário responsável pela retirada do mesmo. A população precisa ter a sua parcela de responsabilidade”.
Com relação ao Plano, o empresário recomendou que os órgãos responsáveis por conceder licença ambiental devem exigir das novas empresas que queiram atuar neste ramo adquiram os equipamentos para fazer a destinação dos resíduos. “Acredito que o céu nasce para todos, mas cabe aos órgãos competentes esta exigência. E que a população tenha a consciência de separar, mas o que deve ir para o aterro sanitário que vá ou que jogue nas caçambas de entulhos”.
Profissionalismo
O relator do projeto, Luis Fritzen, destacou que o plano foi discutido pela sociedade e por profissionais e, consequentemente, tecnicamente o plano está bem elaborado e não há necessidade de questionamentos. “O plano é formado por 38 artigos que atendem a resolução do Conama”.
O presidente da Comissão, Rogério Massing, ponderou que a audiência pública trouxe uma discussão no âmbito profissional. Massing relatou que a construção civil está gerando descarte e começa a avaliar que este material não pode ser visto como um descarte, mas como um material de aproveitamento e oportunidade. “Se misturarmos o orgânico com o plástico ou o plástico com o vidro não aproveitamos nada na separação. Se conseguirmos fazer a separação na construção civil estaremos auxiliando o meio ambiente”.
O vereador Leoclides Bisognin, sugeriu que todos os vereadores visitem o local onde são destinados os resíduos da construção civil para que todos possam testemunhar o que se faz de fato. “A partir de agora teremos uma Lei que disciplina este setor. É uma fase nova dentro da construção civil e mudança de pensamento da sociedade, pois por muitas vezes dentro dos containers não há material de construção, e sim, doméstico. A partir de agora mudaremos a consciência e usaremos os resíduos para gerar recursos em Toledo”.
Estado
Por sua vez, o Estado está formatando o Plano de Regionalização de Resíduos Sólidos. Conforme o assessor técnico da Secretaria Estadual do Meio Ambiente e Recursos Hídricos, Reginaldo Joaquim de Souza, o Paraná está buscando melhorias para estas áreas. Inclusive uma reunião será realizada em Toledo no dia 29 de junho. Souza disse que o objetivo deste encontro é apresentar a proposta do Plano e fazer um diagnóstico da situação em Toledo. “Nós vemos com bons olhos o Plano Municipal Integrado e ele é uma ferramenta adicional para avançarmos a discussão nos demais municípios do Paraná para termos um diagnóstico completo da atual situação dos resíduos sólidos de maneira geral urbano e da construção civil”.
Neste encontro, segundo o assessor, será realizada uma explanação do plano, da política nacional e serão formados Grupos de Trabalhos (GT´s), onde serão discutidas a logística reversa e a destinação adequada de resíduos sólidos. “Também será realizada a capacitação dos técnicos dos Municípios que fazem parte da região”.
A data e o local da reunião estão sendo estudados pela Chefia do IAP.
**Plano**
De acordo com o presidente da Comissão, Rogério Massing, o Plano deve ser discutido pelos vereadores (se necessário) e, posteriormente encaminhado para a votação. “Precisamos ter a ciência correta deste projeto e se for preciso convidaremos o professor Camilo; o secretário do Meio Ambiente, Delmar e o presidente do Conselho Municipal do Meio Ambiental, Robert para auxiliar nas possíveis dúvidas”.
Fazem parte desta comissão os vereadores: Comissão os vereadores Rogério Massing (presidente), Luis Fritzen (relator), Paulo dos Santos, Leoclides Bisognin e João Martins.
Por Graciela Souza